39ª REUNIÃO ESPECIAL DA 1ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA 19ª LEGISLATURA, EM 7/11/2019

Palavras do deputado Glaycon Franco

O deputado Glaycon Franco - Exmo. Sr. Deputado Gustavo Mitre, representando neste ato o presidente da Assembleia, deputado Agostinho Patrus, ao qual gostaria de render as nossas homenagens por ter atendido de pronto a este chamamento dos deputados proponentes: eu, o deputado Mauro Tramonte e o deputado Gustavo Mitre. Agradecemos muito penhoradamente ao nosso presidente.

Sr. Mestre Conselheiro Estadual do Grande Conselho da Ordem DeMolay para o Estado de Minas Gerais, Jorge Tarabal; Exmo. Sr. Deputado, amigo, irmão Mauro Tramonte, coautor desta homenagem; grande mestre nacional do Supremo Conselho da Ordem DeMolay para o Brasil, nosso amigo e irmão Guilherme Santos; grande mestre estadual do Grande Conselho da Ordem DeMolay para o Estado de Minas Gerais, Anderson Calais; mestre conselheiro estadual do Grande Capítulo da Ordem DeMolay do Estado de Minas Gerais, Eduardo Barbosa Fernandes; grande orador nacional adjunto do Supremo Conselho da Ordem DeMolay para a República Federativa do Brasil, Leandro Temponi; Sra. Nilda Lira, presidente do Clube de Mães e Amigos Tia Tânia nº 73 do Capítulo Arte Real nº 141 da Ordem DeMolay para a República Federativa do Brasil; sobrinhos; irmãos; senhoras e senhores; distinto público que nos acompanha pela TV Assembleia, desde que assumi minhas funções junto a esta Casa Legislativa, tenho dado especial atenção às entidades prestadoras de serviços à coletividade e ao bem social, norteado sempre pelos princípios da liberdade, igualdade e fraternidade. Esses três conceitos têm sido uma das principais colunas de apoio de meu trabalho, sem dúvida nenhuma por estar entre irmãos e a Maçonaria do Brasil, com quem tenho mantido os mais fraternos contatos. Não percamos de vista sua contribuição para a história do Brasil, em que ilustres maçons, até com sacrifício da própria vida, legaram à posteridade os princípios universais da democracia, da eleição direta dos governantes, do respeito aos direitos à segurança, à prestação de bons serviços pelo Estado, enfim, o direito de todos à vida com qualidade.

Convém lembrar também dos inestimáveis serviços filantrópicos prestados pelos irmãos maçons. A sociedade maçônica está sempre na vanguarda das boas causas sociais, seja pelo apoio às pessoas mais carentes, seja pelo trabalho voluntário para a diminuição dos flagelos de catástrofes naturais. Todos conhecemos os imensos benefícios que a ordem presta a milhares de brasileiros, bem como a sua participação nos momentos mais relevantes de nossa história. Somente isso seria suficiente para inscrever a ordem maçônica entre as entidades de maior inserção social no Brasil.

Hoje estamos reunidos para enaltecer um dos principais braços sociais que carinhosamente nos abraçam. Para a minha enorme satisfação e de milhares de brasileirinhos, a Ordem DeMolay, patrocinada pela maçonaria e destinada a jovens do sexo masculino, com idade compreendida entre os 12 e os 21 anos, está completando 100 anos de criação. É sobre ela que falarei um pouco mais, mas não dos aspectos históricos de quando foi fundada e introduzida no Brasil. Afinal essas informações já são de conhecimento de todos os presentes.

Ressalto os enormes benefícios que a Ordem DeMolay traz a milhares de jovens brasileiros, principalmente na fixação de valores que tornam os cidadãos úteis à sua família e à sociedade em que circulam. Na Ordem DeMolay, não é exagero afirmar que depositamos o futuro da própria ordem maçônica e sua preciosa contribuição social, o que se deve, sem dúvida, à seriedade com que os nossos jovens iniciados encaram suas atividades. E todo esse vigor moral está ancorado na encarnação das sete virtudes cardiais de um demolay: amor filial, reverência pelas coisas sagradas, cortesia, companheirismo, fidelidade, pureza e patriotismo. Virtudes tão ausentes, embora tão necessárias aos dias atuais.

Os jovens demolays são garotos extremamente diferenciados. Um demolay é atencioso, dono de bons hábitos, estudioso, amigo de todos e sempre disponível para ajudar o próximo. As qualidades desenvolvidas pelos demolays deveriam ser apregoadas aos sete ventos e repassadas para todos os adolescentes e jovens brasileiros. A nossa nação hoje encontra-se sedenta de disciplina e fraternidade, bem como de valores éticos, que lhe possam propiciar o mínimo de convivência, e é aí que entram as sete virtudes cardiais dos jovens demolays. Elas são uma profissão de fé, uma orientação segura para qualquer jovem poder orientar a sua vida. A recompensa trará a paz espiritual e a perfeita integração com todos os membros da coletividade.

Acompanhem agora o porquê dessa minha convicção em cada uma das sete virtudes.

Amor filial. Que belo exemplo nos dão os DeMolays, ao respeitarem profundamente seus pais. O que se vê, hoje em dia, em milhares de lares, é justamente o contrário. Filhos que desrespeitam seus pais.

Reverência pelas coisas sagradas. Está comprovado que o jovem que acredita na divindade e na sacralidade do ser humano, como os demolays, é mais integrado à sociedade. Quem acredita em Deus, respeita todas as formas de vida, trazendo mais serenidade a este mundo tão conturbado.

Cortesia. Um demolay se distingue pela extrema sensibilidade com que trata todas as criaturas, independentemente de sua posição social ou ideológica. Distingue-se pela sua educação. Como é bom ver um jovem ceder o seu espaço no ônibus para uma pessoa mais vivida ou portadora de uma necessidade especial. Esse gesto revela, sem dúvida, que estamos diante de um demolay.

Companheirismo. O devotamento aos amigos também reflete o espírito de um jovem iniciado. Os demolays, desde cedo, aprendem que a amizade é o outro nome do amor e que um amigo de verdade é o elo que nos liga à divindade, tornando-nos membros fraternos de toda a humanidade.

Fidelidade. O demolay é sinônimo de fidelidade à sociedade maçônica, aos seus tios e mentores, aos seus pais, ao seu país. É fiel aos compromissos ajustados com o seu grupo; é solidário nas dificuldades e sempre diz “presente” às atividades a serem desenvolvidas.

Pureza. O coração de um jovem demolay prima pela retidão, pela entrega ao seu ideal porque sabe ser verdadeiro e socialmente justo. A pureza de propósitos de um demolay transparece em sua sinceridade no modo de expor, pacificamente, seu ponto de vista, e no modo de agir com profundo respeito aos seus semelhantes.

Patriotismo. O amor à Pátria. É o amor à família estendida. A Pátria é a ampliação do nosso lar e do de nossos amigos e respeitá-la é venerar cada ser humano que a integra. Sem o amor aos nossos pais, não será possível a fraternidade universal, pois ela depende de pessoas que se amam e se completam, e a Pátria, em sua diversidade, é o complemento das qualidades individuais.

Ao falar assim, de sentimentos que me são tão caros, pode ser que vocês entendam que esta homenagem que requeremos, eu e meus irmãos deputados maçons, e que será eternamente inscrita nos anais desta Casa, é fruto do amor fraternal que nutrimos por vocês, meus caros sobrinhos. Não posso negar que isso seja uma verdade, mas não é apenas esse o motivo. Providenciamos essa reunião como parlamentares integrantes de um grupo de 77 pares que, juntos, representamos 21 milhões de mineiros.

Procuro desempenhar meu mandato parlamentar armado com a responsabilidade de representar aqueles que confiaram em mim. Julgo que um deputado responsável tem que cumprir um grande dever, que é o de dar o exemplo. Um deputado estadual deve honrar suas funções exercendo-as com a percepção da sociedade que representa e sempre atento aos seus movimentos, anseios e desejos. Não posso executar meu trabalho sem perceber o que sente e o que faz o meu povo, e, fazendo isso, não posso ver, sem aplaudir, o belo trabalho que vocês têm desempenhado em benefício de Minas Gerais, do Brasil e da humanidade.

Conforta-me, como parlamentar, perceber que vocês já formam um pequeno exército entre a população de Minas Gerais e também me conforta saber que esse exército está em crescimento, e não posso conter o ímpeto de desejar que cresçam mais e mais, de forma a oferecer, algum dia, à totalidade dos nossos jovens e adolescentes, as qualidades e as oportunidades de que vocês são detentores.

Esta homenagem, para mim, é também dever de Estado. Continuem evoluindo, moral e socialmente. Quem sabe, daqui a alguns anos, com o Brasil sendo contaminado saudavelmente por vocês, venhamos a ter a nossa tão sonhada sociedade fraterna e verdadeiramente justa e perfeita!

Meus queridos irmãos maçons e meus jovens sobrinhos demolays, parabéns pelos 100 anos da Ordem DeMolay no mundo. Já é hora de encerrar e quero fazê-lo amparado na máxima de Jacques de Molay: “Não importa o que digam ou pensam, alcançaremos os nossos objetivos com aqueles que nos protege”. Que Deus sempre nos proteja e nos ilumine. Era só, presidente. Muito obrigado a todos.