91ª REUNIÃO ORDINÁRIA DA 4ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA 18ª LEGISLATURA, EM 20/12/2018

Palavras do deputado Rogério Correia

O deputado Rogério Correia – Deputado Dalmo Ribeiro, em primeiro lugar, queria me despedir da nossa Assembleia Legislativa, agora que ganhei um mandato de deputado federal com uma votação que considero importante, pois obtive mais de 131 mil votos. Faço esta despedida de todos os deputados, de todas as deputadas e dos servidores desta Casa, com os quais convivi durante quatro mandatos. Durante esses 16 anos, pudemos apresentar emendas constitucionais que foram aprovadas aqui, tendo uma relação profícua com o funcionalismo público. Às vezes, fui deputado de situação, às vezes, de oposição, mas, com certeza, quis deixar aqui uma marca na defesa da democracia e da liberdade. E é exatamente isso que me traz a fazer esta despedida. A democracia é algo fundamental de se fazer a defesa. E democracia é saber conviver com diferenças e não permitir que exista a intolerância, e é isso que marca o processo democrático no Brasil, o processo do Parlamento. As diferenças existem, continuarão existindo e são, neste momento da vida política brasileira, muito acirradas, porque são grandes. Agora estarei, por exemplo, lá em Brasília, defendendo a previdência pública do desmanche da aposentadoria dos servidores públicos; lutarei contra a reforma trabalhista da CLT, que certamente vai diminuir, e muito, os direitos e os ganhos dos trabalhadores brasileiros. Estarei em Brasília para fazer uma defesa contundente do sistema democrático brasileiro. Deputado, gostaria muito de escutá-lo, mas quero aqui fazer esta despedida, claro, marcando aquilo que também me levará a Brasília. Fiz uma campanha muito clara com os meus objetivos de defesa da educação pública. Estarei lá lutando, por exemplo, contra a escola sem partido e a favor de uma escola democrática, sem censura. Estarei lá defendendo pontos em que haverá, evidentemente, divergência com vários outros deputados, mas quero que essas divergências fiquem no campo das ideias, como buscamos tratá-las aqui, sempre defendendo o direito de liberdade de expressão. Se liquidarmos o direito de liberdade de expressão, terminaremos com o processo da democracia. Por isso, presidente, assim como fizemos aqui o minuto de silêncio solicitado pelo deputado Sargento Rodrigues em homenagem aos soldados, cabos e policiais civis e militares que morreram na defesa do seu trabalho, faço uma defesa para que a polícia brasileira, incluindo-se a federal, possa, sim, descobrir e punir quem matou Marielle, que era uma vereadora carioca que defendia negros e homossexuais, tinha a sua bandeira e foi eliminada por causa da política. Terminando a minha fala, lembro aqui também a professora assassinada em Janaúba.