DEPUTADO SARGENTO RODRIGUES (PTB)
Discurso
Legislatura 18ª legislatura, 4ª seção legislativa ORDINÁRIA
Publicação Diário do Legislativo em 22/12/2018
Página 65, Coluna 1
Assunto DEPUTADO ESTADUAL. TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL (TRE).
91ª REUNIÃO ORDINÁRIA DA 4ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA 18ª LEGISLATURA, EM 20/12/2018
Palavras do deputado Sargento Rodrigues
O deputado Sargento Rodrigues – Presidente, na mesma linha do deputado que me antecedeu, eu queria aqui trazer ao conhecimento de V. Exa., enquanto presidente deste Poder, e dos demais colegas deputados, que a história não é bem assim, como contada aqui pelo deputado André Quintão. Primeiro porque não se esfrega na cara de desembargadores e juízes a placa de Lula livre, porque ali não é lugar. Ali era uma solenidade formal do Tribunal Regional Eleitoral, e infelizmente um integrante da nossa Casa pegou uma placa e exibiu na cara dos juízes e desembargadores, provocando-os. Se eu fosse presidente do Tribunal Regional Eleitoral, chamaria a força policial e retirava o deputado da sessão imediatamente. Porque lá não é Assembleia, lá não é um ato público no meio da rua. Qual é o intuito de pegar uma placa, presidente, ir até a Mesa e colocar na frente de V. Exa. e dos membros da Mesa? É um gesto de provocação, é um gesto de desrespeito. E quem presidia aquela sessão era o Tribunal Regional Eleitoral; não era o Congresso, não era a Câmara ou o Senado e muito menos a Assembleia Legislativa. Estávamos ali apenas recebendo o diploma. Quem disse que deputada tinha que levar uma placa de Lula livre? Lula tem é que mofar na cadeia. Presidente, é livre manifestação do pensamento, mas, mesmo nas cláusulas pétreas, tem que se obedecer a determinadas regras. E a, regra naquele momento, já havia sido recomendada. E tem gente aqui tentando inverter a situação. “A deputada teve mais de 90 mil votos”. Saiba o deputado que disse isso que o Cabo Junio Amaral teve 157 mil, da mesma forma legítima, só que não foi com dinheiro público que veio de organização criminosa. Do Cabo Junio Amaral, não. Então, vamos lá. Vamos respeitar, viu, presidente? Olha, quem sofreu a primeira agressão foi o Cabo Junio Amaral, e ele revidou. O fato de você tirar uma plaquinha da mão de um deputado não o está agredindo. Isso não é agressão física. Então, presidente, já vou avisar a V. Exa. que, se nós queremos conduzir esta sessão, aqui pode pegar. E o que mais acho engraçado, Sras. deputadas e Srs. deputados, é que a bancada do PT, que se diz defensora de trabalhadores, que tem coragem de levantar plaquinha “Lula Livre”, nem nenhum de seus deputados até hoje ocupou aquela tribuna para cobrar de Fernando Pimentel o pagamento do décimo terceiro. Onde estão os bravos deputados do PT? Pimentel é um caloteiro. Onde estão os bravos deputados do PT? Então, não venham querer inverter a ordem. Quem presidia a ordem da solenidade era o Tribunal Regional Eleitoral. Infelizmente, o presidente do Tribunal Regional Eleitoral, o desembargador Pedro Bernardes, foi muito complacente. Não tinha de levantar placa alguma. Ora, levante agora, aqui pode. Vou levantar a placa “Lula tem de mofar na cadeia”. Bandido da espécie de Lula tem é que mofar na cadeia, Sr. Presidente. É isso que ele tem de merecer. Lá, naquela solenidade, não era lugar de placa. Enfim, quem iniciou o rompimento da ordem naquela solenidade foram os Srs. deputados e as Sras. deputadas que levantaram a plaquinha. E aí não queriam reação alguma de ninguém? Todo mundo tem de ficar assistindo àquela presepada, àquela palhaçada deles o tempo todo? Vocês me ajudem aí! Não é todo mundo que tem sangue de barata. O Cabo Junio não tem, eu não tenho e outros colegas deputados daqui pensam igual a mim. Quem rompeu a ordem dos trabalhos é quem estava levantando plaquinha, mas, infelizmente, o presidente do Tribunal Regional Eleitoral foi complacente. Presidente, também vamos propor uma representação, pois um deputado federal foi agredido. Todo mundo que viu os vídeos, viu que ele foi agredido. É bom que já vamos encaminhar para o Conselho de Ética e Decoro Parlamentar do Congresso. Também vamos pedir ao Poder Judiciário que tome providências, porque o Cabo Junio Amaral foi agredido, todos viram. Agora, ele foi agredido por quê? Porque falou assim: “Cidadão, isso não é lugar de levantar plaquinha. Você não escutou que o presidente do tribunal já recomendou que aqui não é lugar de plaquinha?”. Se eu soubesse, tinha mandado fazer uma faixa de todo tamanho com os dizeres “É Lula na cadeia”, levado-a, mas não a levei porque lá não era lugar disso. A placa com os dizeres “Lula livre” do deputado Rogério Correia ficou aqui durante meses, naquele mesmo lado, e ninguém nunca mexeu nela. Por quê? Porque aqui é outra coisa. Agora lá, no Tribunal Regional Eleitoral, é muito diferente. Então, presidente, antes mesmo que a gente enverede por outros caminhos, é bom que V. Exa. saiba separar. V. Exa. é um deputado sério, honrado e, como sempre, nos conduz muito bem. Mas essa mentirada aqui, essa conversa para boi dormir... Têm de nos respeitar. Se Beatriz Cerqueira, se Rogério Correia têm legitimidade, Cabo Junio Amaral também tem, e de forma democrática e legítima. Agora, a diplomação, sob a vigência do Tribunal Regional Eleitoral, não é lugar de plaquinha “Lula livre”. “Eu estava exercendo a minha liberdade de expressão.” Mas tinha uma regra, que tinha de ser obedecida por todos nós. Por que todos obedeceram? Porque lá não pode. Mas o PT pode? Onde estão os bravos deputados do PT para cobrar do Pimentel o pagamento do décimo terceiro? Todos estão calados; nenhum ocupou esta tribuna até hoje. O bandido do Pimentel continua arrebentando os servidores públicos, os prefeitos e a população.