Pronunciamentos

DEPUTADO FELIPE ATTIÊ (PTB)

Questão de Ordem

Comenta ataques criminosos contra ônibus no Sul do Estado, solicitando providências para controlar a situação. Critica a administração do governo do Estado. Critica a aplicação dos recursos públicos pelo governo federal.
Reunião 45ª reunião ORDINÁRIA
Legislatura 18ª legislatura, 4ª seção legislativa ORDINÁRIA
Publicação Diário do Legislativo em 08/06/2018
Página 8, Coluna 1
Assunto ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. EXECUTIVO. EXECUTIVO FEDERAL. FINANÇAS PÚBLICAS. SEGURANÇA PÚBLICA.

45ª REUNIÃO ORDINÁRIA DA 4ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA 18ª LEGISLATURA, EM 6/6/2018

Palavras do deputado Felipe Attiê

O deputado Felipe Attiê – Sr. Presidente, gostaria de dizer a V. Exa. que estamos passando por um momento difícil no Estado, especialmente no Triângulo Mineiro, nas cidades de Uberlândia, Uberaba e Tupaciguara. Queimaram ônibus em Uberaba. Queimaram dois em Tupaciguara, dentro da rodoviária, e 10 em Uberlândia. Estamos vendo que a panela de pressão está com a válvula entupida e vai explodir. Só que este governo nada fez de investimento nos últimos quatro anos, no Estado de Minas Gerais. Não há nem como fazer investimentos num estado que está gastando com custeio, por ano, R$10.000.000.000,00 a mais do que o valor arrecadado. É um estado deficitário, que não tem dinheiro para fazer nada. Este governador administrou o Estado dessa forma durante quatro anos e agora o está levando ao Apocalipse, ao caos, ou seja, é como se o feijão na panela de pressão virasse concreto e entupisse a válvula. O que acontece com uma panela de pressão cheia no fogo, numa cozinha? Não sobra nada, a não ser um rombo no teto e os armários destruídos. Estou avisando isso porque é o que está acontecendo. Não adianta eu ser oposição a essa encrenca do PT e fazer o que esse partido fez a vida inteira na Assembleia. Na hora em que eu pego o Estado de Minas, vejo que o sujeito diz: “Cadeias com capacidade para cerca de 800 presos têm 2 mil detentos e apenas 15 agentes. Temos vários agentes ameaçados de morte. Tudo já foi passado para o Estado, e nada foi feito. Agora, quem está pagando é a sociedade”. Afirma o agente de segurança, de forma secreta. Quero dizer ao agente e aos políticos que adoram voto que este estado gasta R$50.000.000.000,00 com a folha de pagamento dos ativos e inativos e arrecada uma receita de R$88.000.000.000,00. Este estado está falido. Independentemente de quem se sente na cadeira, seja Anastasia, Dinis Pinheiro, Márcio Lacerda, Pimentel, essas mulheres do Psol ou do “p” não sei o quê, enfim, nenhum deles fará presídio novo, nenhum deles contratará 1.300 seguranças. A panela de pressão está tão grande que hoje 34% do PIB no Brasil correspondem a tributos, à carga tributária. Uberlândia, por exemplo, tinha um déficit de R$470.000.000,00 nas mãos do Gilmar e, no primeiro ano, baixou para R$308.000.000,00 nas mãos do Odelmo. O Pimentel subiu de R$7.000.000.000,00 para R$12.400.000.000,00 neste ano; e o Temer, de R$160.000.000.000,00 para R$180.000.000.000,00. Esses governos gastam mais 6% do PIB, dona Maria, pegam mais 6% de toda a riqueza do Brasil, enfim, 40% das riquezas do Brasil para pagar o serviço de cadeia, para consertar estradas, para pagar aos professores das universidades federais e aos professores da Prefeitura de Uberlândia, para fazer funcionar o que existe no País hoje, da forma como ele está. Se a senhora perguntar para a dona Maria: as estradas estão boas? “Não!” A polícia está boa? “Não!” O sistema carcerário está bom? “Não!” E o sistema de saúde, que está matando todo mundo? “Não!” E o sistema de educação? Está fraco o sistema de educação. Gastam-se 40% do PIB do Brasil, 6% de déficit e 34% de carga tributária para produzir este país chamado Brasil hoje. Aí chega gente aqui e fala da farsa histórica. O deputado João Leite está me lembrando aqui da farsa histórica, do acordo histórico com os professores. É a farsa histórica, em que a Beatriz Cerqueira foi enganada. Sabem quando vocês vão receber piso nacional da educação em Minas Gerais? Vocês podem colocar a mulher do Psol aí. Coloquem aí agora. Nunca! Minas Gerais não tem recurso para pagar o piso nacional da educação, não. Não é por que não gostamos dos professores, não. Eu amo professor. A minha tia é professora. Adoro! O professor não merece só o piso nacional, não; ele merecia receber em dólar. O Brasil não tem condições. Ou vai subir o ICMS da gasolina? Ou vai subir o ICMS do óleo diesel? Ou vai subir o ICMS do arroz, do feijão, da bebida, do cigarro e de não sei mais o quê? O povo aguenta pagar mais imposto com 40% da carga? Vocês querem que a panela de pressão exploda. E, dentro dela, em vez de ter feijão, terá prego? Aí vocês estão agindo como membros do Estado Islâmico. Desse jeito, não vamos levar o Brasil a lugar nenhum. Temos de parar de fazer demagogia. O Estado brasileiro está grande, está gastando 40% da riqueza do Brasil e funcionando igual a uma droga. Há déficit na previdência, tem reforma tributária. Vocês podem colocar qualquer um na mesa: PT, PSDB, “p” não sei de quê, PMDB, “p” não sei de quê. O número será o mesmo. É o mesmo número para o Ciro Gomes, o mesmo número para o Jair Bolsonaro. Um mais um são dois para todo o mundo: para a Marina Silva, para o Alckmin. Então, vamos parar de querer um super-herói, vamos parar de querer que chegue um sujeito e arranque a válvula da panela de pressão no dente, ponha a boca lá, sopre a panela de pressão e não a deixe arrebentar com o feijão. Gente, não vamos achar essa pessoa. Isto aqui é a vergonha do Brasil: crime organizado. Basta ver o que se gasta com as penitenciárias. Um país pobre, que não tem dinheiro para pagar melhor aos seus professores, vai fazer mais presídios e gastar mais com eles? Como? Com que dinheiro? O povo do Triângulo Mineiro, o povo de Uberlândia exige uma providência do senhor governador, exige mais energia do senhor governador, dada a incapacidade dele de fazer alguma coisa com as contas de Minas Gerais, a não ser empurrar com a barriga até o precipício, que surgirá agora, de agosto até dezembro. Na verdade, Sr. Presidente, esse é o meu reclame. Não podemos pagar pela intolerância. As Polícias Militar e Civil, o comando dessas polícias nos deve explicação em relação a esses ataques terroristas, a esse vandalismo do crime organizado no Triângulo Mineiro, em Uberaba e em Uberlândia. Não se pode aceitar que uma frota de 10 ônibus, que são utilizados para levar pais e mães de família à cidade, sejam queimados e fique por isso mesmo. Exigimos providência ao governo do Estado de Minas Gerais, a Fernando Pimentel e sua equipe, para que esses sujeitos sejam encarcerados, pois eles estão impedindo o direito de ir e vir das pessoas, com atentados terroristas bárbaros, num país pobre, que precisa de transporte coletivo. Muito obrigado, Sr. Presidente.