Pronunciamentos

DEPUTADO CORONEL PICCININI (PSB)

Discurso

Homenagem à maçonaria por ocasião do transcurso do Dia do Maçom.
Reunião 25ª reunião ESPECIAL
Legislatura 18ª legislatura, 3ª seção legislativa ORDINÁRIA
Publicação Diário do Legislativo em 24/08/2017
Página 37, Coluna 1
Assunto CALENDÁRIO. HOMENAGEM.
Proposições citadas RQO 2749 de 2017

25ª REUNIÃO ESPECIAL DA 3ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA 18ª LEGISLATURA, EM 21/8/2017

Palavras do deputado Coronel Piccinini



Palavras do Deputado Coronel Piccinini

Exmo. Sr. Deputado Fabiano Tolentino, parabenizo V. Exa. por esta reunião solene. As suas palavras, irmão deputado, foram o que acredito que todos os brasileiros querem. V. Exa. está de parabéns, e comungo inteiramente das suas palavras. Parabéns, deputado Fabiano Tolentino.

Sereníssimo grão-mestre da Grande Loja Maçônica de Minas Gerais, Geraldo Eustáquio Coelho de Freitas, nos seus discursos, também mostra o caminho que a maçonaria deve seguir. Somos a favor do parlamentarismo e acreditamos que, dentro em breve, este país maravilhoso poderá estar com essa nova forma de governo, para que tenhamos maiores condições de criar, com maior qualidade de vida, os nossos filhos e netos.

Sr. Grão-Mestre Adjunto do Grande Oriente de Minas Gerais, Vanderlei Geraldo de Assis, nossas saudações; Sr. Secretário de Interior, Relações Públicas, Transporte e Hospedagem do Grande Oriente do Brasil – Minas Gerais, irmão Celso Rafael de Oliveira, representando o grão-mestre estadual em exercício, Cláudio William Alves, nossas saudações; Sr. Grande Orador Nacional Adjunto da Ordem Demolay, Leandro Caldeira Temponi, nossas saudações. Quero saudar todos os irmãos presentes, cunhadas, nossos queridos sobrinhos demolays e dizer que é uma satisfação enorme estar aqui entre os senhores.

Hoje à tarde, caro deputado Fabiano Tolentino, escrevi algo porque não poderia deixar passar em branco este dia. Nesta data, o que comemoramos é um verdadeiro chamamento atávico que ecoa pelo éter retumbando ações que agem e interagem na vida dos homens de bem, do cidadão honesto. É desnecessário relatar os feitos históricos da instituição, capítulos marcadamente relevantes que são de conhecimento de todos. Quero compartilhar com todos vocês uma questão que, desde meu nascimento, povoa inquietamente o meu pensamento: luz. Presente dado pelo reconhecimento dos esforços e das resignações a que me submeti para ser aceito e daí ser chamado, honrosamente, de maçon.

A maçonaria perpassa o tempo, sempre se contextualizando e inferindo em fluxos e refluxos, nos quais a humanidade clama por uma contundência. Atuante e decisiva, ela deixou gravada sua chancela nas páginas da existência do que entendemos, racionalmente, como mundo. Essa verdade se estampa na primeira estrofe do Hino da Maçonaria: “Da luz que de si difunde/ Sagrada filosofia!/ Surgiu no mundo assombrado/ A pura maçonaria”. Travamos aqui um primeiro contato com a palavra que se repetirá outras vezes: “luz”.

A luz é uma forma de energia responsável por nos fazer ver o que nos rodeia. Esse tempo do hino se deu na Idade Média, considerada como a “Idade das Trevas”; a maçonaria propaga, então, o ideal da livre busca pela verdade.

Na Grécia clássica, o filósofo Empédocles foi um dos mais influentes no que tange à questão da luz. Ele acreditava que o olho humano havia sido feito por Afrodite e que essa deusa da beleza e do amor havia acendido o fogo dentro desse órgão. Portanto, era a luz emitida pelos olhos que permitia a visão.

Outro filósofo, Diógenes, acreditava que a virtude se revelava na ação, e não na teoria. Foi incansável na campanha para desbancar uma sociedade corrupta. Durante o dia, perambulava pelas ruas carregando uma lamparina. Dizia estar procurando por um homem honesto. No Gênesis, Deus disse: “Haja luz; e houve luz. E viu Deus que era boa a luz; e fez Deus a separação entre a luz e as trevas”.

Quase em 1900, nosso irmão Rui Barbosa sentenciou que o triunfo das nulidades, a desonra galopante, o crescimento exagerado da injustiça, o agigantamento dos poderes nas mãos dos maus fariam o homem desanimar da virtude, rir-se da honra, ter vergonha de ser honesto. Basta uma visita rápida à internet para verificarmos que a clarividência de Barbosa é uma sentença recorrente nas redes sociais. Fatos escusos inundam nossa vida enchendo-a de interrogações. Consumido pelo câncer da corrupção, propina, promiscuidade entre o público e o privado, resta alguma esperança para o Brasil? Teremos ainda uma nação onde a ética e a moral, no exercício da política e no trato da res publica, não seja uma exceção, mas uma regra? Isso terá fim? Quando teremos paz e justiça social? E Minas, o estado da liberdade e da Inconfidência, como fica nesse cenário? Em quem podemos confiar? “Maçons, alerta!/ Tende firmeza!/ Vingai direitos/ da natureza!”

Falamos de um direito atemporal e inerente a todo ser humano – direito à vida, à liberdade, à resistência, à opressão, com um fim único e legítimo: a felicidade. Direitos outrora subtraídos pela tirania e pelo fanatismo. Direitos que cada maçom, por formação, deve defender.

Temos de garimpar, separar o joio do trigo. Mas há esperança! Existem os “guardiões da fé”, homens como os que estão aqui conosco nesta noite, homens como Fabiano Tolentino, homens honestos que não têm vergonha de se apresentarem e não “tremem ante a mão do tirano”. Homens independentes que não se vendem; dispostos a combater o bom combate para vencer as satânicas forças do mal que esperneiam, tentando arrastar Minas e o Brasil para as sendas profundas do caos. Encarceram os justos na caverna platônica que cega e acorrenta pelas amarras da ignorância.

A maçonaria é a luz que os liberta e os tira das sombras. Livra-os do “mundo assombrado”. Pelas mãos da razão, forja heróis libertários e os desperta com um sonoro brado: Fiat lux. “Nobres inventos não morrem/ Vencem do tempo a porfia/ Humanos sacros direitos/ Que caiçara a tirania/ Vai ufana restaurando/ A pura maçonaria.” O resgate dos sagrados direitos humanos se dá pela instituição que faz ressurgir a fênix sucumbida pela tirania.

Por fim, vos digo: existem homens sem preço, sem etiqueta de barganha. Homens de ações, e não de promessas. Que se movem impulsionando, instruindo e conscientizando sua gente. Exercem e praticam, comprovadamente – e mais uma vez, cito Fabiano Tolentino – uma política sem vício, cujas bases humanistas são a educação, a saúde e a segurança. De passado ilibado e com coragem para promover mudanças, formarão as falanges do bem que garantirão o triunfo da luz sobre as trevas. Eles são a esperança de um estado justo e perfeito.

É preciso estancar a sangria, oxigenar a atividade pública dando fôlego para o povo. Isso se faz com aqueles que, verdadeiramente, podem colocar um fim ao longo calvário brasileiro: os filhos da luz, os maçons, que, protegidos pelo grande Arquiteto do universo, são a esperança que resta, o clarão, a chama que iluminará os caminhos da sagrada terra, Brasil! “Do mundo o grande Arquiteto/ Que o mesmo mundo alumia/ Propício protege, ampara/ A pura maçonaria!” Assim seja!

O locutor – Com a palavra, o deputado Fabiano Tolentino, representando o presidente da Assembleia de Minas, deputado Adalclever Lopes.