DEPUTADO CABO JÚLIO (PMDB)
Questão de Ordem
Legislatura 17ª legislatura, 4ª sessão legislativa ORDINÁRIA
Publicação Diário do Legislativo em 23/12/2014
Página 15, Coluna 1
Assunto (ALMG).
23ª REUNIÃO EXTRAORDINÁRIA DA 4ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA 17ª LEGISLATURA, EM 18/12/2014
Palavras do deputado Cabo Júlio
deputado Cabo Júlio - Nós do chamado bloco de oposição estamos abertos a sentar e discutir a questão. Nós nos propusemos a isso o tempo todo. Ou seja, estamos abertos para nos sentar e, inclusive, votar projetos de deputados que não tenham impacto negativo nem para o governo que sai nem para o governo que entra. Essa é a discussão. Não podemos em três dias votar tudo aquilo que não votamos em 12 anos. Quando ouço o discurso de certos deputados, entendo que alguns estão em uma crise de identidade: ele não sabe o que é ainda. Ele fala: “Não, temos de votar”. Mas eles não quiseram votar em 12 anos. Como, então, votarão em três dias? Sempre houve a maioria nesta Casa. Esse é o primeiro ponto. O segundo ponto, Sr. Presidente, é que o pré-acordo de ontem seria que incluiríamos na pauta de hoje aqueles projetos em que não há divergência. Contudo hoje somos surpreendidos por uma pauta cheia de projetos divergentes, como emendas constitucionais e projetos que não têm acordo. Não entendi por que explodiram um pseudoacordo de ontem. Se pegarmos uma pauta com 50 projetos e houver um divergente, poderemos ter mil requerimentos e não votarmos nem o divergente nem os que são de consenso. Então não tem jeito. Essa é uma forma de jogar para a plateia. Há 50 projetos na pauta, mas para 49 deles não há acordo. Ficam enganando os outros. Outro ponto é essa história de votar contra. Isso é balela; isso é jogar para fora, a não ser que alguém tenha faltado à aula de matemática e não entende que não é possível votar aquilo em que há discordância com uma oposição com 23 deputados estando 54 deputados presentes. Dirijo-me pessoalmente ao Tribunal de Justiça Militar. Particularmente fui um dos que foi ao presidente da Assembleia e ao presidente do Tribunal e participei de reuniões - aliás, chamei-as para participar das reuniões. Não foi a oposição que ficou contra esse projeto: há uma posição natural, justa e legítima de discordância de alguns deputados, e é natural que isso exista. Agora querer colocar isso no colo da oposição é jogar para a plateia. Nós trabalhamos o tempo todo para votar. Contudo essa não é uma matéria, até então, de convergência total. Então vamos sentar e conversar. O que não pode é querer, na última semana - e hoje é quarta-feira ou quinta-feira, sei lá que dia é hoje -, ao trabalharmos em uma pauta que começou na segunda, resolver todos os problemas do mundo, como não quiseram fazer antes. E agora, “perdemos o governo, azar”. Não é assim. No Parlamento, precisamos assentar com o governo, com a oposição e travar uma pauta. Qual é o problema contra o projeto do Tribunal? É possível ajustá-lo? Vamos ajustar e votá-lo? Por exemplo, qual é o problema do projeto do Sindifisco? Há divergências? Vamos sentar e ajustá-lo. Gente, a eleição já passou. Ficar jogando para a plateia todo o tempo como se a eleição fosse amanhã é querer jogar com fatos que não são verdadeiros. Queremos construir uma pauta? Não adianta construir uma pauta divergente, pois terá mil requerimentos e não andará. Isso só vai fazer as pessoas saírem de casa, vir para cá, lutar, mas a pauta não vai andar. Então, estamos dispostos a sentar e conversar, desde que seja uma pauta de comum acordo para todo mundo.