Pronunciamentos

DEPUTADO CÉLIO MOREIRA (PSDB)

Discurso

Homenageia o deputado Dinis Pinheiro e despede-se da Assembleia Legislativa.
Reunião 79ª reunião ORDINÁRIA
Legislatura 17ª legislatura, 4ª seção legislativa ORDINÁRIA
Publicação Diário do Legislativo em 20/12/2014
Página 44, Coluna 1
Assunto DEPUTADO ESTADUAL. (ALMG).

79ª REUNIÃO ORDINÁRIA DA 4ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA 17ª LEGISLATURA, EM 16/12/2014

Palavras do deputado Célio Moreira


O deputado Célio Moreira - Boa tarde a todos e a todas. Quero aqui, na pessoa da D. Irene, cumprimentar toda a família Pinheiro, cumprimentar o meu amigo - que posso dizer amigo - Dinis Pinheiro, a Adriana, e, na pessoa deles, cumprimentar toda a Mesa aqui representada.

Serei breve. Todos aqui falaram, sendo que alguns ainda terão oportunidade de se manifestar. Tenho, realmente, Dinis como amigo, com quem aprendi muito. Dinis é um parlamentar que respeitou a opinião de todos os parlamentares. Soube falar sim e falar não; deu liberdade e estrutura a esta Casa para ela trabalhar, receber o povo e trabalhar com ética, transparência e verdade. A Assembleia de Minas Gerais é referência no Brasil. Graças a Deus, pelo menos nesses três mandatos em que trabalhei aqui, esta Casa não viveu nenhum momento de escândalo, esta Casa trabalhou com muita transparência.

Sou uma pessoa muito objetiva também. Às vezes eu e Dinis gritamos, um grita com o outro, mas falamos tudo para acertar. E Dinis sempre falava comigo: “Olha, acho que isso não está certo, mas respeito sua opinião”. Chegava-se a outro parlamentar e também dizia isso. Então, aprendemos muito. Peço a Deus que o futuro presidente se mire na transparência, na ética com que Dinis conduziu esta Casa. E precisamos, sim, recuperar a política, que está muito maculada, manchada, desacreditada. Dinis era uma esperança que tínhamos no Estado de Minas Gerais.

Vou dizer uma coisa que quase todo mundo aqui, na Casa, fala pelos cantos, dentro dos gabinetes, mas não tem coragem de falar em público, e eu vou falar: Pimentel é um homem de sorte. Desejo a ele pleno êxito na sua administração, mas, se Dinis fosse o nosso candidato, a história seria outra.

A escolha foi errada. Escolheram errado, e precisamos reconhecer isso. A escolha não foi correta, errar é humano. Tenho certeza de que Minas perdeu, o Brasil perdeu, porque, se Dinis fosse o nosso candidato majoritário, a história seria outra no Estado e no País. Mas é como o Dinis disse aqui - logo que ele entrou, as pessoas aplaudiam, e eu até brincava com a Liza, as pessoas ficaram naquele momento um pouco daltônicas, enxergando tudo sem cores, mas depois o Dinis fez todos abrirem um sorriso, um sorriso colorido de primavera e de esperança -, enfim, ao dizer que vai percorrer os 853 municípios de Minas Gerais. E isso é uma esperança para todos nós.

Então, quero dizer a vocês que a luta continua, que estamos dando um até-breve, um até-logo. Eu também não tive êxito nessas eleições, mas tive uma excelente votação. Tive mais votos do que 27 deputados eleitos, mas a legenda é alta e, infelizmente, não conseguimos. Faltaram setecentos e poucos votos, mas nosso trabalho vai continuar. Vou rodar, e, como Dinis disse, agora teremos mais tempo para ouvir nossas cidades, nossas lideranças e trabalhar com afinco dando continuação a esse trabalho de transparência, de luta por um Estado e um Brasil bem melhor.

Peço a Deus, Dinis, que lhe dê muita saúde, muita paciência, como você teve; muita paciência principalmente nesses últimos dias. Que dê muita paciência a você, à Adriana, a seus filhos, porque a vida de um parlamentar só quem está aqui sabe como é. Desculpem-me, mas preciso dizer isto a vocês. O meu filho mais novo, o Flávio, uma vez, chegando da escola, perguntou-me: “Pai, o senhor é ladrão?”. Eu falei: meu filho, por que você está perguntando isso? Ele falou: “Porque o pai do meu amigo da escola falou que todo político é ladrão, e o senhor é deputado”.

Estive na escola conversando com a professora e pedi para chamar os pais dessa criança, que não sabia o que estava falando. O pai exagerou, falou isso ao filho, e deu nisso. A visão do povo lá fora é que todo político é corrupto, ladrão, sem-vergonha, safado, mas sabemos que há homens e mulheres comprometidos com a ética e com a verdade.

Graças a Deus, guardo o que o meu pai, que já faleceu, disse-me: “Célio, a riqueza do homem está no seu nome. Faça de tudo para não manchar o seu nome, porque o homem que tem o nome limpo tem crédito e acesso”. Não estou dizendo que sou santo. Tenho as minhas dificuldades, como todo mundo aqui. Mas, graças a Deus, ninguém poderá dizer que participei de alguma maracutaia, de alguma corrupção nesses cinco mandatos. Trabalhei com ética, com transparência, e fiz aquilo que é meu dever. Hoje algumas pessoas estufam o peito para dizer que são éticas, transparentes. É dever de todo mundo ser honesto. E, nesta Casa, aprendi, com vários parceiros, como fazer política e não fazer politicagem. Aprendi muito isso com o Dinis, com a sua simplicidade, com a sua honestidade. E peço a Deus que lhe dê muita força e sabedoria. O futuro só a Deus pertence. Sucesso para você, para sua família, e muito obrigado por tudo que fez por mim.