Pronunciamentos

DEPUTADO ALMIR PARACA (PT)

Discurso

Comenta sua atuação em prol da prefeitura do Município de Paracatu nas áreas de preservação do patrimônio histórico, do transporte e na implantação de destacamento do Corpo de Bombeiros Militar. Comenta a baixa no volume de água do Rio São Francisco.
Reunião 33ª reunião ORDINÁRIA
Legislatura 17ª legislatura, 4ª seção legislativa ORDINÁRIA
Publicação Diário do Legislativo em 10/05/2014
Página 18, Coluna 1
Assunto CULTURA. TRANSPORTE. TRÂNSITO. MEIO AMBIENTE. RECURSOS HÍDRICOS.
Aparteante ROGÉRIO CORREIA.

33ª REUNIÃO ORDINÁRIA DA 4ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA 17ª LEGISLATURA, EM 6/5/2014

Palavras do deputado Almir Paraca


O deputado Almir Paraca* - Sr. Presidente, Srs. Deputados e Sras. Deputadas, público presente nas galerias. Saúdo o nosso nobre vereador de Três Marias, Manoel Castelo Branco. Um abraço, Manoel, e muito obrigado pela presença.

Fica claro, pelo pronunciamento do colega que me antecedeu, que existe uma orquestração nacional da grande imprensa, da grande mídia, e a campanha eleitoral já foi antecipada e está a pleno vapor, municiada pelos editoriais dos grandes veículos de comunicação. Aqui, o que acabamos de ver foi a demonstração cabal disso. Uma condução, uma linha bastante definida e muito bem costurada, articulada para bombardear o governo federal. E ao mesmo tempo vai isentando os outros governos estaduais, como o do PSDB daqui, que tem muitos problemas também.

Quero trazer uma informação, dirigindo-me à população de Paracatu, e anunciar que o nosso esforço junto com o prefeito municipal para equacionar, resolver uma questão histórica demandada pela cidade e região - a presença de um destacamento do Corpo de Bombeiros na cidade de Paracatu - está muito bem encaminhado. Neste ano, se Deus quiser e tudo correr bem, teremos a inauguração do Corpo de Bombeiros em Paracatu.

Isso é fundamental, por exemplo, para ativar os voos regionais, uma demanda concreta instalada há muito tempo, ainda sem atendimento. A cidade é patrimônio histórico nacional, com um barroco singelo. A cidade não tem a exuberância das principais cidades históricas de Minas, mas apresenta um núcleo barroco muito importante e muito bem preservado. Ademais, além da movimentação histórica e natural da BR-040, a duplicação dessa rodovia - um grande ganho para Minas Gerais, pois corta praticamente todo o Estado -, exigirá um corpo de bombeiros bem situado, como é o caso de Paracatu, para também dar cobertura à rodovia federal.

Nessa sexta-feira, recebemos em Paracatu, junto com o prefeito municipal Olavo Condé, a visita do Cel. Felipe Aidar. A turma de Uberlândia conhece muito bem o Corpo de Bombeiros de Uberlândia, que cuida da região toda, do Triângulo, do Alto Paranaíba e do Noroeste. O Cel. Felipe foi inspecionar uma área que estamos viabilizando junto ao Dnit, que já está com o patrimônio da União, a ser doada à prefeitura, que promoverá reformas e ampliações das instalações para acolher o Corpo de Bombeiros e o Samu. Estamos próximos de equacionar, do ponto de vista da infraestrutura, a sede do Corpo de Bombeiros.

Depois aguardaremos, deputado Rogério Correia, uma demanda minha, apresentada aqui desde o meu primeiro mandato. Em 1995, já cheguei trazendo uma das bandeiras da cidade, uma demanda histórica de Paracatu. O que se quer é que o governo do Estado disponibilize servidores para instalarem o Corpo de Bombeiros em Paracatu. Um grande grupo de bombeiros está sendo formado. A informação que tenho é que vão concluir a etapa em setembro. Portanto, há tempo hábil ainda neste governo, neste ano, para que esses 42 bombeiros sejam disponibilizados para Paracatu, a fim de que possamos atender esse conjunto de demandas daquela região.

Queria, antes de passar a palavra para o nobre deputado Rogério Correia, aproveitando a presença do Manuel Castelo Branco aqui, falar do São Francisco. Ontem tivemos uma audiência pública da Cipe São Francisco, no Município de Arinos. Entre outras questões, discutimos a revitalização do São Francisco. Fui a uma comunidade do Município de São Francisco, já próxima de Januária, chamada Taboquinha da Tapera. É uma comunidade maravilhosa, com aquele modo de vida bastante particular das comunidades do interior de Minas Gerais e com uma cultura muito bem preservada. Encontramos lá vários músicos, violeiros de Minas Gerais, como Pereira da Viola, Joacir Ornelas e Wilson Dias. Eles estavam lá exatamente pela pujança, pelo valor da cultura e do trato com a viola naquela comunidade. Eles constroem viola, rabeca. Há os artesãos luthiers daquela região.

Ao passar o São Francisco, errei num primeiro momento. Fui pela rodovia normal, passando por Urucuia e Pintópolis, chegando ao Porto do São Francisco. Fui informado de que o posto estava interditado. Eles me indicaram um novo caminho, cerca de 3km abaixo, para o novo porto. O porto foi transferido de lugar por causa de um banco de areia. Voltaram para o porto antigo, para o porto velho, onde também já existe um banco de areia. A balsa tem de fazer uma curva enorme para chegar ao outro lado. Se continuar assim, daqui a pouco não será possível a travessia. Essa é a realidade do Rio São Francisco e de outros rios de Minas Gerais. Sabemos que o sistema de recursos hídricos do Estado de Minas Gerais não se preparou o suficiente para enfrentar essa realidade que estamos atravessando.

Os reservatórios estão em níveis muito baixos. A disponibilidade de água para abastecimento já está ameaçada em algumas cidades e em alguns municípios, sem contar com a agressão aberta, ostensiva que são os minerodutos, sobre os quais o nobre deputado já falou hoje desta tribuna. Temos uma audiência pública agendada na Comissão das Águas para o dia 2 de junho, e poderemos ver de perto essa situação, a partir de Salinas.

O deputado Rogério Correia (em aparte) - Deputado Almir Paraca, gostaria de lhe agradecer a lembrança do dia 2 de junho. A ideia é tentarmos barrar, com a luta popular, esse mineroduto, que pretende tirar a água do Rio Jequitinhonha. V. Exa. já relatou o estado do Rio São Francisco, e o Rio Jequitinhonha não é diferente disso. Ele tem um volume de água menor. Imaginem retirar dele o equivalente a 1,8.

Montes Claros, toda hora, todo dia, toda semana e todo ano poderia estar sendo abastecida, mas a SAM Mineradora vai retirar 1,8 de água de uma cidade do porte de Montes Claros, e vai levar essa água para uma empresa particular minerar. Olhem o absurdo disso. Foi o que o governo do Estado assinou. Foi bom V. Exa. nos lembrar de que no dia 2 de junho haverá uma grande mobilização para impedir que se retirem as águas do Jequitinhonha através desse mineroduto. A Ferros já desistiu do mineroduto, e vamos fazer a SAM desistir também. Temos de dizer à SAM que isso é insano.

Deputado Almir Paraca, a outra questão, apenas comentando o que V. Exa. falou, diz respeito ao Corpo de Bombeiros. O senador Aécio Neves, quando governador, criou a malfadada taxa de incêndio, exatamente para que os bombeiros estivessem em todo o Estado de Minas Gerais, com todos os municípios que tem. Perguntamos: para onde foi o recurso da taxa de incêndio criada pelo senador Aécio Neves? A imprensa esconde isso. Ele criou essa taxa e aumentou os impostos. Temos o imposto de luz mais caro, que é o da Cemig. O aumento desse imposto também ocorreu no governo tucano, e isso é escondido pela mídia.

Vou entrar agora no assunto que V. Exa. começou, que é a orquestração anti-Dilma, e já conhecemos isso em Minas. Aqui, o senador Aécio Neves conseguiu a unidade das elites. As elites aqui são unidas em torno de um projeto, e esse projeto, evidentemente, é anti-povo. Querem transformar a eleição do Brasil nisso. Haverá o projeto das elites contra o projeto popular. Outro dia, o senador Aécio Neves se reuniu com os maiores empresários e banqueiros do País e lhes disse: "Tomarei medidas impopulares. Serei o melhor governo do Brasil". Ele disse isso para os banqueiros, para os industriais que estavam lá, para o grande capital financeiro. Ele dizia para eles que será o melhor presidente. Quais serão suas medidas impopulares, senador Aécio Neves? Sabemos quais são: reduzir o salário mínimo, o que já foi prometido; terminar, aos poucos, com o Bolsa Família e acabar com os projetos populares de créditos para os pequenos, como o Pronaf. Ele já acenou isso e já falou também que vai ser o presidente do agronegócio. Ele será contra, evidentemente, a reforma agrária, os agricultores familiares e os trabalhadores rurais.

Ele está unificando as elites, e aí vai a mídia elitista toda, para esquecer tudo de ruim que ele fez e o que ele é. Aqui em Minas sabemos disso, sabemos que isso é para pintar de ouro algo que é podre. É o que estamos assistindo. Para isso, a força da mídia e do dinheiro é fundamental. Essa é a farsa que o playboy das Alterosas, o senador de Minas que mora no Rio, está plantando pelo País afora. É obrigação nossa dizer isso, para que esse mal não aconteça aos outros. Cuidado, povo brasileiro. O Brasil já foi o País do desemprego, na época do Fernando Henrique e do projeto neoliberal. Eram usados os mesmos artifícios que atualmente o senador busca para si. Ele tenta acalmar os banqueiros e acenar para as elites, como se essa fosse a alternativa para ele fazer o Brasil retornar ao que já foi. Este país já teve muitas dificuldades, mas hoje ele é campeão em empregos.

Lula e Dilma incluíram na nossa sociedade e nas políticas sociais 2/3 dos brasileiros que estavam fora. Agora, as elites, junto com o senador, querem retirá-los. Eles não gostam de ver negros nas universidades, não gostam de ver pobre andando de ônibus, não gostam de ver aeroportos - que eles dizem parecer rodoviária -, não gostam de ver nordestinos nas praias, não gostam de povo incomodando. Eles acham que o Brasil é deles e que o povo mora aqui de favor.

Deputado Hely Tarqüínio, isso é como era na época da escravatura. Eles são a casa-grande e não querem que a senzala os incomode. Assim é o projeto das elites. E o playboy virou o herói das elites. Ele agora é puro, reza e vai em São João del-Rei, carrega santuário. Esse é o playboy. Agora a imprensa esquece de tudo, pois ele tem de ser vestido de santo. Cuidado, povo brasileiro, vai ser de um lado as elites e, do outro, o povo. Por isso é que há essa orquestração, deputado Almir Paraca.

O deputado Almir Paraca* - Agradeço o pronunciamento do deputado Rogério Correia. Deputado, gostaria de aproveitar o momento para dizer a quem estiver nos acompanhando pela TV Assembleia que procure se informar. O debate eleitoral já foi efetivamente antecipado. Também estaremos sempre apresentando o contraditório. Mas o período eleitoral, a campanha, em si, também será uma grande oportunidade para fazer uma comparação dos dois projetos: o que aconteceu no Brasil no tempo do governo Fernando Henrique Cardoso, no governo Lula e, agora, no governo Dilma.

É muito fácil perceber a evolução positiva de praticamente todos os indicadores sociais. Então, quem se detiver um pouquinho e dedicar a atenção para comparar, vai tirar uma conclusão e fazer a escolha correta para defender os interesses maiores do povo brasileiro, que é a continuidade do projeto democrático popular do Partido dos Trabalhadores e dos partidos aliados. Muito obrigado, Sr. Presidente.

* - Sem revisão do orador.