15ª REUNIÃO ORDINÁRIA DA 4ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA 17ª LEGISLATURA, EM 13/3/2014

Palavras da deputada Ana Maria Resende

Palavras da Deputada Ana Maria Resende

Presidente Dinis, cumprimento-o por sua presença nesta tarde na Mesa, porque o presidente Dinis Pinheiro é um presidente da Assembleia diferenciado. Ele foi capaz de pegar a Assembleia, como se tivesse tirado os seus muros, e levá-la para a nossa sociedade e toda Minas Gerais. Dessa maneira, receba o nosso abraço e o reconhecimento de toda Minas Gerais. A Assembleia, que antes ficava restrita à região metropolitana, hoje está presente em toda Minas Gerais, em todos os seus recantos.

Cumprimento o nosso Dr. Viana e, na sua pessoa, cumprimento todos os homens de alma feminina. Viana foi sempre, como deputado e presidente, uma pessoa que acolheu nossos pensamentos, nossos sentimentos e nossos pedidos. Viana, você representa muito bem a alma humana de todos os homens da nossa Minas Gerais.

Quero cumprimentar a Tatau e não posso deixar de cumprimentar a Gláucia, que, para mim, é um modelo de mulher.

Ao mesmo tempo em que Gláucia é generosa, carinhosa e sensível, é batalhadora. Ela não abre mão dos seus direitos e trabalha sem medo de errar. Gláucia, nosso abraço, nosso carinho e nosso reconhecimento eterno pelo tempo que passou aqui, pelo tempo que esteve conosco nesta Casa. Tenho certeza de que voltará, de que estará conosco novamente.

Quero apresentar a todos vocês que estão neste Plenário e a toda Minas Gerais que nos acompanha pela TV Assembleia minhas duas homenageadas. Escolhi duas odontólogas, dentistas, por incrível que pareça. Nós, que hoje comemoramos o Dia da Mulher, precisamos dar à mulher mais oportunidades para sorrir, com um sorriso mais bonito, com um sorriso de mais felicidade. Essas duas moças já cuidaram muito do sorriso feminino - uma cuida ainda, outra já cuidou – para que as mulheres fossem felizes e pudessem sorrir para a vida.

Lenita Noman, gostaria que se levantasse para eu apresentar a toda Minas Gerais a grande mulher que é você. Lenita é presidente do PSDB Mulher mineiro. Lenita, na Secretaria de Direitos e Cidadania de Belo Horizonte, organizou e viabilizou projeto de geração de renda para mulheres, idosos, portadores de deficiência e a comunidade negra. No governo Fernando Henrique Cardoso, ela criou e coordenou como ninguém o Programa Nacional de Ações Afirmativas, com foco principalmente na busca de oportunidades para as mulheres da área rural. Lenita, nós e Minas não sabíamos que, em Brasília, foi você quem programou, organizou e conseguiu viabilizar todo esse programa. Nosso agradecimento de mulher pelo seu trabalho em nosso Brasil.

Carla Regina Brini de Mendonça, levante-se. Ela é do Norte de nossa Minas, região sofrida da seca. Carla também é odontóloga, além de coordenadora de abrigo de menores e lar de idosos. Carla coordena o projeto Sorriso no Campo, entre outros projetos, para crianças e adolescentes do Norte de Minas. São duas pessoas, exemplos para todos nós, em razão do trabalho e da dedicação com que fazem nossa Minas Gerais crescer.

Tenho certeza de que o amor é a única resposta sadia e satisfatória para os nossos problemas sociais, e a palavra-chave é “mulher”. “Mulher” é a palavra-chave para resolvermos todos os problemas sociais. Mas, no mundo de hoje, as palavras “homem”, “menino”, “superior” e “forte” se equivalem. Em contrapartida, as palavras “menina” e “mulher” equivalem a “inferior” e “fraca”. A dicotomia é muito grande. O mundo atual nos cobra, nos obriga a irmos para as ruas, a buscarmos sustento para nossa família, na maioria das vezes, e, outras vezes, a complementarmos o salário de nosso marido. Nós, mulheres, ficamos com essa dicotomia, como se fosse aquela brincadeira de cabo de guerra. A cultura nos obriga a sermos perfeitas, puras, santas e obedientes, porque somos fracas; o mundo moderno nos chama à luta.

Essa é a situação em que nos encontramos. Vou culpar alguém? Vou culpar o homem pela situação em que nos encontramos? Não.

Quero terminar minha fala mostrando a vocês que a única forma de resolvermos nossos problemas está em nós mesmas. Temos de enfrentar nossos problemas, temos de lutar pela valorização da mulher - tema de hoje - para que ela consiga seu espaço. Precisamos conseguir, principalmente a partir do ano que vem, mais mulheres para esta Casa. É aqui, no Plenário da Assembleia Legislativa, e não no Executivo, que os diferentes se encontram. É nesta Assembleia Legislativa que precisamos ter homens e mulheres falando sua língua, cada um mostrando a Minas Gerais suas necessidades e seus desejos, porque vocês são desacreditadas.

Sinto muito, presidente Dinis, mas homens não representam nosso querer. Ou será que representam? Homens não representam nosso sentido. Ainda que nosso Viana tenha alma feminina, o homem não representa nossa alma, o homem não representa nossa necessidade. E o que acontece com essa situação que encontramos aqui? O poder, em Minas Gerais, como em todos os lugares no Brasil, é um poder masculino, é um poder que visualiza primeiramente as necessidades, os valores e os interesses do homem. Mas, quando sobra um tempinho, uma brecha, nós, mulheres, temos oportunidade de interferir e de mudar, e essa mudança não pode estar apenas restrita à Liza, à Luzia, a mim, à Tereza e nem à Rosângela. Esse movimento tem de partir daqui agora, desta reunião, deste mar de mulheres, como a Jô falou. Vamos sair daqui e dizer, onde estivermos: Minas Gerais precisa de mais deputadas, Minas Gerais precisa de mulheres que nos representem, que mostrem nossa força, que mostrem que, com carinho, faremos as mudanças de que nosso Estado precisa.

Um abraço em vocês, meu beijo e a certeza de que vamos continuar lutando para que mulheres possam nos representar. Um beijo em todos vocês.