10ª REUNIÃO ORDINÁRIA DA 2ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA 16ª LEGISLATURA, EM 4/3/2008 Palavras da Secretária Elbe Brandão Boa tarde a todos. Cumprimento o Deputado Doutor Viana - hoje o “bendito-é-o-fruto-entre-as-mulheres” - e cumprimento esta Casa, que sempre respeitou este momento, eu diria, do encontro de mulheres. Geralmente é uma tarde em que esta Casa retoma a reflexão, retoma a fala e nos permite dedicar um pouco de tempo ao que somos, ao que representamos, principalmente pela luta que empreendemos. A luta não é somente de gênero, tampouco de direitos; acredito que é uma luta muito maior, que transcende algumas conquistas tangíveis. Nossa luta é milenar. Nos principais livros lidos hoje, no nosso país, como “O Livreiro de Kabul”, “O Caçador de Pipas”, “A Cidade do Sol”, vemos a literatura mundial de “best-sellers” chamando a atenção para mulheres que ainda vivem de burca, que são impedidas de mostrar sua cara, de gozar dos direitos existentes nesta aldeia global chamada Terra. Aqui, no Brasil, temos de nos orgulhar da marcha que fazemos no tempo e no espaço, mostrando nossa cara e convivendo com a diversidade. A bancada feminina desta Casa merece o aplauso da sociedade mineira porque tem feito isso. Aplaudimos essas mulheres na figura da Cecília, da Elisa, da Ana, da Gláucia, da Maria Lúcia. Sempre soubemos, independentemente de partido, conviver com a diversidade com respeito, para caminharmos juntos, mostrando a múltipla face da mulher mineira. Foi-nos pedido que utilizássemos apenas 3 minutos, mas, para uma mulher, 3 minutos é muito pouco. Nós, que rejeitamos a violência, que lutamos contra ela, temos na voz o maior instrumento das nossas conquistas. Tenho a absoluta certeza de que, se pudesse, o Governador Aécio Neves estaria aqui, dando um abraço pessoalmente em todas as mulheres, em todas as mulheres mineiras. Gostaria de parabenizar especialmente a Ana Maria, que traz aqui duas companheiras, duas guerreiras, mulheres do sertão, do Norte de Minas, a Salete e a Idalina. Quero expor também a alegria que sinto por trazer a esta Casa a Ana Lúcia. Gostaria que você ficasse de pé, Ana. A Ana Lúcia é uma dentista, uma brava guerreira do sertão e primeira- dama de Monte Azul. E aqui faço uma reflexão sobre o papel de todas estas mulheres que, como a Ana Lúcia, acompanham os Prefeitos, os Vereadores, os Deputados desta Casa. Como vemos, não basta ser primeira-dama. A Ana, como primeira-dama, trabalha e faz a diferença. Minha homenagem a você, Ana Lúcia, em especial pelo que vi, pelo seu carinho no programa do Agente Jovem, no Programa de Erradicação do Trabalho Infantil na sua cidade, pela forma como você buscou fazer a diferença com as mulheres do artesanato, fazendo gerar emprego e renda, fazendo com que aquelas mulheres vivessem com dignidade. Lá, na sua cidade, você não é esposa de Zé Edvaldo, você é a Ana, querida e amada por toda aquela terra, na qual faz a diferença. Nesta Mesa, temos um exemplo dessas mulheres que fazem a diferença: a Cecília já foi a primeira-dama de Ipatinga, e a Ana já foi a primeira-dama de Montes Claros. E assim, ao lado dos homens, as mulheres marcham em busca de uma sociedade mais justa, fraterna e humana. Sei que nossa luta não é apenas uma luta de mulheres lutando por mulheres, mas de toda uma sociedade, de homens e mulheres lutando por um mundo melhor e mais solidário, com muito respeito pela diversidade. Cumprimento a Cristina, esta nossa brava guerreira do PSDB, e o PSDB aqui presente, homenageando todas as mulheres. Saúdo também as bravas meninas do Corpo de Bombeiros, que hoje fazem a diferença. Cumprimento as mulheres que estão na Justiça, no Ministério Público, na medicina, enfim, as que estão em todo e qualquer lugar da sociedade fazendo a diferença. Há uma outra homenageada que gostaria de ter aqui, nesta tarde, mas que, por uma adversidade, não pôde comparecer. Refiro-me à Vereadora Maria Antônia. Há um Município chamado Nova Porteirinha, situado ao lado de Janaúba. Trata-se de um Município recém- emancipado, que tive a honra de emancipar quando atuei como Deputada nesta Casa. Lá, hoje, há cinco Vereadoras, em um conjunto de nove Vereadores. Assim, na pessoa da Tonha, homenageio as Vereadoras Regina, Dona Dora, Marilza e Dona Calu. Então, são cinco Vereadoras, fazendo a diferença para Minas Gerais e superando os 50% da representação. Sr. Presidente, é com muita honra que levaremos àquela Casa Legislativa, representada aqui pela Daniela, as nossas homenagens. Trata-se de um pequeno Município do Norte de Minas, do sertão. Até há pouco tempo, Ana Maria Resende, essa era uma terra de coronéis, mas hoje mostra, na força do voto e do trabalho, a diferença desta sociedade que estamos construindo. Por fim, parabenizo todas as homenageadas. Sei que todas foram selecionadas a dedo pelas Deputadas desta Casa. Aliás, foi com muita dificuldade que se fez essa seleção, porque, na verdade, na tentativa de sermos justas com tantas mulheres que fazem a diferença nesta nossa Minas Gerais, teríamos de triplicar aqui o número de homenageadas. Mas, ao homenagear cada uma de vocês, esta Casa homenageia todas as mulheres mineiras. Fica aqui, então, o nosso respeito ao parlamento. Muitas poesias, no dia de hoje, foram citadas, mas gostaria de me reportar a um pensamento de um xamã indígena. Perguntaram-lhe como ele conseguia, com tanta adversidade no mundo, manter um semblante tão sereno e ter tanta calma. Ele respondeu que era como qualquer outro ser humano. Dentro dele, havia dois cães que brigavam permanentemente, que viviam em guerra: o cão do bem e o cão do mal. Perguntaram-lhe, então, qual venceria a guerra. Ele respondeu que seria aquele que melhor alimentássemos. Assim, que possamos, nesta tarde, alimentar e exercer a prática do bem. Só o amor é capaz de superar todas as tragédias e todos os desafios que vive o nosso planeta. Muito obrigada.