DEPUTADO CARLOS GOMES (PT)
Discurso
Comenta a aprovação, pelo Senado Federal, do projeto da lei geral das
Micro e Pequenas Empresas.
Reunião
86ª reunião ORDINÁRIA
Legislatura 15ª legislatura, 4ª seção legislativa ORDINÁRIA
Publicação Diário do Legislativo em 30/11/2006
Página 105, Coluna 1
Assunto COMÉRCIO. INDÚSTRIA. LEGISLATIVO.
Legislatura 15ª legislatura, 4ª seção legislativa ORDINÁRIA
Publicação Diário do Legislativo em 30/11/2006
Página 105, Coluna 1
Assunto COMÉRCIO. INDÚSTRIA. LEGISLATIVO.
86ª REUNIÃO ORDINÁRIA DA 4ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA 15ª
LEGISLATURA, EM 21/11/2006
Palavras do Deputado Carlos Gomes
O Deputado Carlos Gomes* - Exmo. Sr. Presidente, Deputado Rêmolo
Aloise, em cuja pessoa cumprimento todos os componentes da Mesa;
Srs. Deputados e Sras. Deputadas presentes; caríssimos
representantes de entidades empresariais, com quem continuamente
compartilhamos esforços em prol do segmento das microempresas e
das pequenas empresas; empresários, empresárias e trabalhadores de
microempresas e pequenas empresas; espectadores da TV Assembléia;
ouvintes das rádios que retransmitem para todo o Estado esta
sessão; senhoras e senhores; tenho imenso prazer em ocupar a
tribuna, na tarde de hoje, para dizer a todos sobre mais um passo
vitorioso de nosso trabalho para a construção de um ambiente
favorável ao surgimento e ao desenvolvimento das empresas de
microporte e pequeno porte e dos postos de trabalho que elas
criam; antes, contudo, quero, mais uma vez, agradecer de modo
caloroso e fraterno a todas as pessoas que estiveram conosco
durante o período de campanha eleitoral, especialmente aqueles que
deram seu voto de confiança e de aprovação ao nosso trabalho.
Obrigado por sua ajuda ao longo do nosso mandato, pela
participação, pela confiança, obrigado por seu voto.
Estejam todos certos de que nossa luta continua, nossa crença na
construção de um País melhor para todos, de um Estado mais justo e
de mais oportunidades, permanece inabalada, assim como
continuaremos nosso trabalho com todo o empenho.
Voltando ao motivo que me traz a esta tribuna na data de hoje,
quero compartilhar com todos uma informação que é motivo de grande
alegria para todos nós: quero confraternizar-me com todos e todas
pela aprovação no Senado Federal da Lei Geral das Micros e
Pequenas Empresas, ocorrida em 8/11/2006. Essa aprovação nos
alegra muito, pois é também a coroação dos esforços realizados por
todos nós, entidades, empresários, políticos, Deputados e
Deputadas desta Casa, governo federal, que empenharam e ainda
empenham seus esforços para que o segmento de microempresas e
pequenas empresas possa, cada vez mais, cumprir o seu papel de
gerador de trabalho e distribuidor de renda.
Desde o primeiro momento de nosso mandato, trabalhamos com afinco
e persistência em prol do segmento das microempresas e das
pequenas empresas. Ao longo do ano de 2005, aprovamos e realizamos
seis audiências públicas, nas cidades de Nova Lima, Divinópolis,
Timóteo, Almenara, Ponte Nova e Contagem, com a finalidade de
discutir o projeto da Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas,
mobilizar esforços por sua aprovação, identificar aspectos da lei
que careciam de ajustes, propor melhorias e levar a palavra de
Minas ao Congresso Nacional.
No corrente ano de 2006, realizamos nova audiência pública por
ocasião da aprovação desse projeto de lei na Câmara dos Deputados
e seu envio para votação no Senado, a fim de mantermos articulados
os esforços do setores da sociedade mineira envolvidos na questão
das pequenas e microempresas. Valeu a pena. O projeto foi aprovado
na Câmara e no Senado com pequenas modificações. Agora, retorna à
Câmara dos Deputados para aprovação final e posterior
encaminhamento para sanção do Presidente Lula.
Vale ressaltar que o Presidente Lula tem trabalhado pessoalmente
pela aprovação da Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas e, em
todas as oportunidades, reforça sua opinião de que esta lei é
prioritária para seu governo, para a formalização de empresas,
geração de trabalho e distribuição de renda.
Entendemos que essa lei significará uma revolução no ambiente
produtivo do país, promovendo o desenvolvimento e dando um passo
fundamental para a elaboração de uma legislação tributária mais
justa e inclusiva.
Na Câmara dos Deputados, também se pode perceber um clima
francamente favorável à aprovação do texto da Lei Geral, conforme
encaminhado pelo Senado, o que nos leva a ter grandes esperanças
de que, ainda no ano de 2006, essa lei seja enviada para sanção
presidencial e complete sua tramitação. A aprovação neste ano é
importante, para que possa ser regulamentada e comece a valer em
2007.
Há muitos dados sobre esse segmento que demonstram a indiscutível
importância econômica e social das pequenas e das microempresas e
que justificam todos os esforços e articulações que temos feito ao
longo do tempo.
Estima-se que, em Minas Gerais, existam cerca de 1.200.000
empresas de pequeno porte. Só no ano de 2005, foram criadas 50 mil
empresas em nosso Estado. No Brasil, existem mais de 10.300.000
pequenas e microempresas informais, mais de 5.500.000 formais e
4.100.000 rurais, conforme dados do Sebrae Nacional. As
microempresas formais são responsáveis por mais de 65% dos postos
de trabalho ativos e aproximadamente 20% do PIB. Para cada empresa
formal, há duas informais.
Reforço as metas do nosso trabalho em prol desse segmento:
diminuir o excesso de burocracia para a abertura, o funcionamento
e o fechamento de empresas; diminuir a tributação, que ainda é
muito alta para pequenas e microempresas; melhorar a oferta e o
acesso ao crédito em condições e em taxas de juros razoáveis;
melhorar o acesso à tecnologia e estimular o aprimoramento das
técnicas de gestão; apoiar e incentivar a estruturação de arranjos
produtivos locais; incentivar as três esferas de governo -
federal, estadual e municipal - a comprar produtos e serviços das
pequenas empresas e das microempresas; estimular a organização do
segmento em associações cooperativas e sua participação na
elaboração de políticas públicas.
Várias dessas metas estão sendo atendidas com a aprovação da Lei
Geral das Micro e Pequenas Empresas.
Na tributação, unifica-se e simplifica-se a arrecadação de seis
impostos e contribuições federais: IRPJ, PIS, Cofins, IPI, CSL,
INSS, ICMS e ISS. Estima-se uma redução no valor dos impostos
cobrados de 15% a 40%, dependendo do setor da atividade e do porte
da empresa.
No comércio, as alíquotas variam de 4% a 11%, de acordo com o
faturamento. Há um acréscimo de meio ponto percentual para as
indústrias. No caso das pequenas e das microempresas do setor de
serviços, as alíquotas são 50% maiores que as cobradas no
comércio.
As pequenas empresas e as microempresas passam a ter prioridade
em compras governamentais de até R$80.000,00.
Quanto à burocracia, os documentos de abertura de empresas serão
entregues em um único órgão, que repassará os dados aos outros. O
registro de empresa será único e servirá para todas as esferas de
governo. O Banco Mundial estima, em 152 dias, o tempo médio para
abertura de uma empresa no Brasil, longe da meta de 15 dias. Nos
países desenvolvidos, esse prazo não ultrapassa três dias.
As pequenas empresas e as microempresas poderão parcelar as
dívidas tributárias vencidas até 31/1/2006 em até 120 meses. No
caso dos autônomos, a Lei Geral permite que façam um recolhimento
de 11% apenas para o INSS, sendo a alíquota atual de 20%; no
entanto poderão aposentar-se apenas por idade - 60 anos para
mulheres e 65 anos para homens -, e não por tempo de contribuição.
A Lei Geral, como foi aprovada na Câmara dos Deputados e no
Senado, permite que novos setores entrem no sistema de arrecadação
especial. Entre eles, estão os operadores autônomos de transportes
de passageiros, as empresas de montagem de estandes em feiras,
academias de ginástica e de dança e empresas que atuam na área de
produção cultural e cinematográfica.
Diante de todas essas informações, reafirmamos a nossa confiança
de que a votação na Câmara e a sanção presidencial ocorrerão ainda
em 2006, atendendo ao clamor do segmento e da sociedade brasileira
e de empresas e proporcionando a formalização de cerca de
1.500.000 empresas e a criação de grande número de postos de
trabalho.
O nosso mandato permanece atento e atuante na articulação da
política pela aprovação final da Lei Geral das Micro e Pequenas
Empresas. Esperamos, em breve, comemorar o êxito do esforço de
tantos, que, como nós, reconhecem e trabalham pela criação de
melhores condições para o surgimento e desenvolvimento de pequenas
empresas e microempresas, de postos de trabalho e de prosperidade
no País.” Obrigado.
* - Sem revisão do orador.