DEPUTADO LUIZ FERNANDO FARIA (PP), Presidente "ad hoc".
Discurso
Transcurso do 100º aniversário do vôo inaugural do 14 Bis.
Reunião
39ª reunião ESPECIAL
Legislatura 15ª legislatura, 4ª seção legislativa ORDINÁRIA
Publicação Diário do Legislativo em 31/10/2006
Página 34, Coluna 1
Assunto CALENDÁRIO. CIÊNCIA E TECNOLOGIA.
Legislatura 15ª legislatura, 4ª seção legislativa ORDINÁRIA
Publicação Diário do Legislativo em 31/10/2006
Página 34, Coluna 1
Assunto CALENDÁRIO. CIÊNCIA E TECNOLOGIA.
39ª REUNIÃO ESPECIAL DA 4ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA 15ª
LEGISLATURA, EM 26/10/2006
Palavras do Deputado Luiz Fernando Faria
Exmos. Srs. Prof. Aluísio Pimenta, Assessor Especial do
Governador Aécio Neves; Jorge Henrique Dumont, sobrinho-neto de
Alberto Santos Dumont, homenageado desta noite; Desembargadora
Selma Marques, minha conterrânea, aqui representando o Tribunal de
Justiça do Estado de Minas Gerais; Vereador Geraldo Félix,
representando a Câmara Municipal de Belo Horizonte; Brig.-Ar
Antônio Franciscangelis Neto, Comandante do Centro de Instrução e
Adaptação da Aeronáutica - Ciaar -; Peter Chaves, Vice-Prefeito
Municipal de Santos Dumont, representando o Prefeito Municipal;
Vereador Rinaldo Ferreira do Carmo, Vice-Presidente da Câmara
Municipal de Santos Dumont, na pessoa de quem cumprimento todos os
Vereadores da Câmara Municipal de Santos Dumont, minha terra
natal; Maj. Audie, representando o Gen. Oliveira, Comandante da 4ª
Região Militar e 4ª Divisão de Exército; Deputado Estadual Gil
Pereira, Líder do meu partido, PP, e nosso grande amigo; Carlos
Albérico Villar, Cônsul-Geral do Uruguai em Belo Horizonte; Marco
Aurélio Baggio, Presidente do Instituto Histórico e Geográfico de
Minas Gerais; Mônica Castelo Branco Henrique, Coordenadora do
Museu Casa Natal de Santos Dumont, cumprimento todos e agradeço
aos integrantes da Força Aérea Brasileira, aqui representada, e
demais autoridades militares presentes a esta cerimônia.
Cumprimento ainda a Sra. Márcia Odília, esposa do Sr. Jorge
Henrique Dumont Dodsworth, sobrinho-neto de Alberto Santos Dumont;
o maestro Ten. Haroldo, na pessoa de quem cumprimento a banda de
música “Asas de Minas”; os Exmos. Deputados Bilac Pinto, Carlos
Gomes, Djalma Diniz, meus colegas no Parlamento mineiro, e a brava
Deputada Jô Moraes, que tão bem representa as mulheres neste
Parlamento, com quem seguiremos juntos para Brasília. Gostaria
também de registrar a presença do ex-Deputado Otacílio Miranda.
Antes de tudo um mineiro, sandumonense, Alberto Santos Dumont,
mais que um inventor ou um pioneiro piloto de provas, foi um
cientista, dos maiores já produzidos pelo País, que usou sua
inteligência, sua energia e sua criatividade para criar uma
tecnologia que revolucionou os meios de transporte.
Nascido na Fazenda Cabangu, na antiga Palmira, que hoje leva o
nome Santos Dumont, e orgulhosamente também minha terra natal, tem
ainda ligações com Ouro Preto, terra de sua mãe, Francisca Santos,
e onde seu pai, o Eng. Henrique Dumont, fez trabalhos para a
municipalidade.
Tendo assumido a construção de um trecho da Estrada de Ferro
Central do Brasil na Serra da Mantiqueira, o engenheiro brasileiro
de ascendência francesa instalou seu canteiro de obras na
localidade de Cabangu. Ali, em um dos mais belos rincões de nossa
Zona da Mata, nasceria o menino Alberto, fascinado pelas pipas
empinadas no céu de Minas e pelos balões das festas de São João,
que tão poeticamente coloriam nossa paisagem, contra o fundo
montanhoso da Mantiqueira.
Depois de uma passagem pela Escola de Minas de Ouro Preto, o
jovem de 18 anos, que na infância se encantava com os livros
futuristas de Júlio Verne, mudou-se com a família para Paris.
Ali desenvolveu seus conhecimentos, estudando física,
eletricidade, química e mecânica. Homem de grande cultura,
reconhecido pela elegância, era também poliglota. Sua grande
curiosidade, além da rapidez de concepção, levou-o, no espaço de
apenas 12 anos, a criar um invento importante a cada seis meses.
Essas invenções, concebidas, projetadas e construídas com
recursos próprios, eram testadas por ele mesmo, diante de perigos
constantes e reais riscos de morte.
A integridade e o altruísmo foram marcas de seu grande caráter,
pois não se preocupou em patentear suas invenções e ainda dividiu
seu prêmio mais importante com a população pobre de Paris.
Naquela cidade, em 1901, aos 28 anos, a bordo do dirigível número
6, contornou a Torre Eiffel, demonstrando a possibilidade de
controlar o vôo e de impor a vontade humana à máquina.
Mas seria no dia 23/10/1906, há exatamente um século, que
garantiria seu lugar de honra na história. O vôo do 14 Bis,
percorrendo uma distância superior a 50m e a uma altura de 2m,
testemunhado por milhares de franceses, consistiu no primeiro vôo
de uma aeronave mais pesada que o ar.
Espírito pacifista, teve um final de vida torturado, ao ver que
seu invento, proposto para promover a paz e o progresso da
humanidade, tornara-se um artefato de guerra. No entanto, sua
grande persistência, sua criatividade e sua capacidade de
aperfeiçoamento tecnológico levaram a uma profunda transformação
do mundo.
Graças ao mineiro da então Palmira, que hoje abriga, na Fazenda
Cabangu, o museu em sua memória, o mundo teve bastante diminuídas
suas fronteiras, suas diferenças, suas distâncias.
Se os homens do século XXI ainda não estão maduros para nosso
planeta entender toda a dimensão do sonho de Santos Dumont, a
comemoração do centenário do vôo do 14 Bis é uma grande
oportunidade para que possamos refletir sobre o alcance de seu
legado.
Assim, torna-se um desafio urgente para o País a promoção de uma
educação de qualidade, em particular no domínio das ciências.
Nossos jovens brasileiros precisam desfrutar de condições
favoráveis, propiciadas pela educação, para que desenvolvam seu
potencial, a fim de que tenhamos, em médio prazo, novos feitos
científicos e tecnológicos dignos de comemoração.
Personalidade extraordinária, Alberto Santos Dumont é um raro
benfeitor da humanidade, e sem dúvida o grande símbolo da
inteligência e da capacidade de realização dos brasileiros. Nós,
mineiros e sandumonenses, gostaríamos que a memória de Alberto
Santos Dumont fosse constantemente lembrada, provocando em outros
jovens brasileiros a criatividade, a vocação científica e a
realização de seus sonhos pelo aperfeiçoamento do Brasil e do
mundo. Como fez ele, é preciso mostrar aos olhos deste planeta que
o Brasil produz homens notáveis e singulares. Muito obrigado.