12ª REUNIÃO ORDINÁRIA DA 4ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA 15ª LEGISLATURA, EM 16/3/2006 Palavras da Deputada Maria Olívia Sra. Presidente, minhas companheiras Deputadas, senhoras e senhores, em primeiro lugar, quero endossar a palavra de todas elas e dizer a vocês que, há 16 anos, participo desta homenagem e que, hoje, o farei pela última vez, já que, por decisão própria, não mais disputarei as eleições. Voltarei à minha atividade de voluntariado junto às pessoas carentes do meu Estado. Quero agradecer muito o voto feminino que recebi nas quatro disputas eleitorais. Muito obrigada. Senhoras e senhores, não escolhemos onde nascer. Meu pai e minha mãe quiseram que eu nascesse no Centro-Oeste de Minas Gerais, que eu fosse uma cidadã lagoa-pratense. Lagoa da Prata é a cidade do sol e dos canaviais. Lá cresci vendo o exemplo, o significado do serviço, do trabalho social. Em Minas Gerais e no Brasil, talvez seja a cidade que mais tenha frentes de trabalho de assistência social. Não se trata de assistencialismo, mas de promoção humana. Trago aqui duas mulheres do meu Centro-Oeste. Dizem que, nessa região, está o verdadeiro mineiro. Nesse caso, lá encontramos o homem mais desconfiado, que fala de cócoras. O Centro-Oeste mineiro é a região onde mais se usa o chapéu de palha, onde se fuma o cigarro de palha debaixo das árvores, esperando ônibus nas estradas. Fui buscar, em Lagoa da Prata, duas mulheres fortes, que conheço há mais de 20 anos. Uma delas é Zélia Aparecida da Silva Furtado. Ela, além de ter dois filhos legítimos, adotou mais três. Considerando as nossas dificuldades, ela é um exemplo. É formada em Auxiliar de Enfermagem, trabalhou na Santa Casa de Misericórdia e em alguns postos de saúde. Atualmente, é Coordenadora do Serviço de Obra Social de Lagoa da Prata. Quando eu ainda era uma mocinha, participei da criação desse serviço. Trabalhei, de sol a sol, recadastrando pessoas carentes de Manga e da Vila Mendonça. A Sra. Zélia coordena esse serviço social, que abrange 120 idosos. Na verdade, é o seu sustentáculo. Quando ninguém falava em terceira idade, quando ninguém imaginava que o Brasil chegaria à situação a que chegou, eu já defendia o idoso. Há mais de 20 anos, levantava essa bandeira. Só agora os governos estão acordando para o fato de que a população envelheceu; todavia, o Brasil não se preparou. Zélia, a senhora merece o respeito de Lagoa da Prata. Como filha dessa terra e como quem conhece o seu trabalho, quero dizer-lhe que Minas Gerais está homenageando-a hoje. Todas nós, mulheres, somos representantes do povo de Minas Gerais. Obrigada, Zélia, por existir, e pelo carinho que tem com nossos idosos! Homenageio também a Sra. Dalva Basílio Paulinelli, que também é do Centro-Oeste. Essa senhora tem 70 anos e é natural de Luz. Por coincidência, D. Dalva, meu pai quis que minha irmã mais velha fosse uma cidadã luzense. Conheço seu trabalho e as dificuldades que enfrenta. Sei quanto foi difícil para a senhora erguer a Apae. Nesta Casa, já reconheci mais de 80 entidades da Apae de nosso Estado, muitas delas a pedido do Deputado Eduardo Barbosa. A senhora hoje é Conselheira da Apae, curadora da Casa Lar de Luz e tesoureira de um abrigo de idosos. Essa microempresária teria de ter uma atividade, ser empresária de floricultura. Só ela poderia mesmo mexer com rosas, visto que tem sensibilidade e carinho. A cidade de Luz deve-lhe muito e tem de reconhecer isso. Hoje, a senhora está tendo o reconhecimento do Estado de Minas Gerais. Seja feliz, D. Dalva! Continue com o seu trabalho. Tenho aqui uma correspondência dirigida à senhora, D. Dalva, do Deputado Federal Eduardo Barbosa e também Presidente da Federação Nacional das Apaes. (- Lê:) “Pará de Minas, 16 de março de 2006. Prezada companheira D. Dalva, grande iluminação motivou nossa estimada Deputada Estadual Maria Olívia, quando indicou V. Sa. para receber homenagem da Assembléia Legislativa de Minas Gerais, pelo Dia Internacional da Mulher. A senhora, D. Dalva, representa, dignamente, a mulher apaeana. Conhece e vivencia a luta diária das mães de crianças com deficiência e não se esquiva de seu compromisso social, inspirada pela sua condição feminina que compreende, acolhe e ama de maneira desmedida. Retrata a mulher que acredita num mundo mais justo e fraterno, é companheira de todos nós, do movimento apaeano e da sociedade luzense. Conhece as mazelas da alma humana e esmera-se no cuidado com o outro. É, reconhecidamente, uma grande mulher. Meus sinceros parabéns pela homenagem, e que Deus a abençoe sempre! Abraço fraterno, Eduardo Barbosa, Deputado Federal e Presidente da Federação Nacional das Apaes.” E a todas vocês, muitas felicidades, e que Deus as acompanhe!