12ª REUNIÃO ORDINÁRIA DA 4ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA 15ª LEGISLATURA, EM 16/3/2006 Palavras da Deputada Ana Maria Resende Boa-tarde a todos e a todas. É inusitado, mas muito agradável, ver este Plenário colorido e repleto de mulheres que certamente fazem a diferença no nosso Estado e no nosso país. Por isso inicio o meu pronunciamento cumprimentando e parabenizando todos vocês. O mundo existe para sermos felizes. Ser feliz é obrigação de cada um e deve ser a luta de todas nós, em conjunto. (- Lê:) “Pensando e cantando. Um dia disseram que eu deveria me calar e apenas sorrir, porque o meu sorriso bastava./Enjaularam-me num castelo de cristal, cercada de conforto e alienação./E me pediram para continuar sorrindo e servil./Estranharam que eu não fosse feliz./Provei que penso com razão e sensibilidade./Começei a reagir e todos se assustaram./Hoje, não totalmente livre como gostaria, mas suficientemente forte para enfrentar a liberdade, já não me prendem porque resisto./Já não concordo, contesto./Luto pelo reconhecimento do meu valor./Sou meiga, mas sou feroz, experimento o gosto do sucesso./Fui à luta e respiro vida./Para quem não acreditava, ainda sorrio./Mas agora é por pura felicidade.” Esse poema, de autor desconhecido, dedico-o a tantas mulheres que, antes que todas nós estivéssemos aqui, lutaram para que um dia pudéssemos caminhar, abrir a gaiola de ouro onde estávamos presas e pudéssemos hoje bater as asas e dizer ao mundo que, em igualdade de condições, queremos contribuir e partilhar, para que este mundo seja mais solidário, mais justo, e para que possamos todos, homens e mulheres, encontrar a razão da nossa vida: a nossa felicidade. Hoje é dia de celebrarmos a vida, de celebrarmos a mulher, a todas nós, imaginadas e criadas por Deus para que sonhos bons fossem eternizados. Persistência, resistência e afeto caracterizam minhas duas homenageadas. Quero apresentar para toda a Minas Gerais duas norte- mineiras especiais: D. Conceição Mendonça, a quem gostaria de pedir que se levantasse, e Vera Lúcia Cerqueira Alves. Maria da Conceição Mendonça, tem 55 anos de sala de aula, uma vida de otimismo e entusiamo. Em Montes Claros, nos anos 70, não havia nenhuma instituição que cuidasse de crianças com necessidades especiais. Diante desse quadro que determinava a exclusão e condenava ao insucesso tantas crianças diferentes, surgiu D. Conceição dizendo como D. Helder Câmara: `Ótimo que tua mão ajude o vôo´. Em 1º/3/77, levantando corajosamente a bandeira do excepcional, criou o Centro Pedagógico Capelo Gaivota, instituto filantrópico que hoje atende aproximadamente 360 alunos, que, além do estudo em nível fundamental, ali recebem gratuitamente alimentação, assistência médica e psicológica. O espírito humano e cristão de D. Conceição impera e contamina a todos que lá trabalham.” D. Conceição, nós, em Montes Claros, orgulhamo-nos de sua pessoa, da sua garra e, principalmente, do trabalho que a senhora desenvolve com crianças carentes, oferecendo principalmente amor. Vera Lúcia Cerqueira Alves, aos 19 anos, descobriu que o Evangelho poderia ser como bálsamo para almas feridas. Aos 24 anos, já se dedicava ao Projeto Vida Nova, entidade filantrópica que, há 20 anos, trabalha na prevenção e na recuperação dos vícios do álcool e outras drogas. Atualmente ocupa a Presidência do projeto e transformou sua própria residência, uma linda chácara, em local onde o amor, a dedicação, o respeito têm conseguido transformar em lindas borboletas vidas antes desesperançadas. A vocês, D. Conceição e Vera Lúcia, rendemos as homenagens e os agradecimentos em nome de todos desta Casa Legislativa e de todo o povo mineiro. A vocês, o meu abraço e que Deus permaneça vivo e presente na vida de cada uma. Muito obrigada.