DEPUTADO MARCO RÉGIS (PL)
Discurso
Despede-se da Assembléia Legislativa e apresenta balanço de sua atividade
parlamentar.
Reunião
424ª reunião ORDINÁRIA
Legislatura 14ª legislatura, 4ª seção legislativa ORDINÁRIA
Publicação Diário do Legislativo em 03/01/2003
Página 19, Coluna 2
Assunto DEPUTADO ESTADUAL.
Aparteante Agostinho Patrús, Elbe Brandão, Paulo Piau, Rogério Correia, Sebastião Navarro Vieira, Fábio Avelar.
Legislatura 14ª legislatura, 4ª seção legislativa ORDINÁRIA
Publicação Diário do Legislativo em 03/01/2003
Página 19, Coluna 2
Assunto DEPUTADO ESTADUAL.
Aparteante Agostinho Patrús, Elbe Brandão, Paulo Piau, Rogério Correia, Sebastião Navarro Vieira, Fábio Avelar.
424ª REUNIÃO ORDINÁRIA DA 4ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA 14ª
LEGISLATURA, EM 19/12/2002
Palavras do Deputado Marco Régis
O Deputado Marco Régis - Sr. Presidente, Deputado Wanderley
Ávila, agradeço-lhe pela concessão da palavra pelo art. 70, muito
embora estivéssemos inscritos para a 1ª Fase da reunião, que se
prolongou pelos inúmeros e naturais apartes dos colegas, que se
serviram desta tribuna para dar o seu até breve ou mesmo o seu
adeus a esta Casa. Sr. Presidente e Srs. Deputados,
telespectadores da TV Assembléia, imprensa de Minas Gerais que
cobre esta Casa, senhores e senhoras que nos dão o prazer da
visita às galerias deste Plenário na tarde de hoje, talvez esteja
fazendo aqui meu último pronunciamento. O “talvez” é porque, em um
golpe de sorte, em uma iniciativa de arrojo, talvez ainda pudesse,
no futuro, aspirar a uma volta a esta Casa e, desta tribuna,
retomar os meus discursos. Um ditado popular, um adágio, a voz do
povo diz que o futuro a Deus pertence. Então, diria que ocupo esta
tribuna para fazer o meu derradeiro pronunciamento, em uma
trajetória de oito anos nesta Assembléia Legislativa.
Não seria diferente hoje. Portanto, não faço essa despedida
abrupta. Por exemplo, há poucos dias, disse que estava fazendo as
minhas despedidas contra os ataques que tenho feito
sistematicamente, em oito anos, aos Estados Unidos da América.
Depois, em outra, quer dizer, despedida a conta gotas, dizia de
vários comentários da imprensa da região acerca da minha
trajetória política.
Hoje, gostaria de dedicar minhas palavras de agradecimento a esta
Casa, aos funcionários de todos os setores, Plenário, Segurança,
Taquigrafia, Comissões, aos serviçais e aos terceirizados. Enfim,
quero dizer a todos da nossa alegria por tê-los conhecido. Os
nossos agradecimentos por terem nos servido com tanta dedicação. À
imprensa e especialmente à TV Assembléia e sua equipe, que cobre
os eventos da Casa, os nossos melhores agradecimentos.
Ouvi atentamente os pronunciamentos de adeus dos Deputados Bené
Guedes, que não contendo a sua emoção realmente desceu às
lágrimas; do Márcio Kangussu, antigo companheiro e Líder no PPS,
no começo desta legislatura; e do ilustre Luiz Tadeu Leite, a quem
peço desculpas para dizer que o conhecia, pela imprensa, do mundo
político, antes de chegar à Assembléia, e o achava até um homem
carrancudo. Para minha surpresa, depois que o Deputado deixou a
Secretaria da Justiça e veio para o nosso convívio no Plenário,
pude sentir o quanto é afável, educado e solidário. Foi um
privilégio conhecê-lo.
Deputado Márcio Kangussu, que aqui se despediu, Deputados Arlen
Santiago, Jorge Eduardo de Oliveira e Fábio Avelar, faço um
agradecimento especial nessa trajetória de oito anos que aqui
estive. Na ocasião da morte de minha mãe, fizeram o sacrifício de
descer até as minhas cidades de Muzambinho e Monte Belo, minhas
terras gêmeas, próximas e que tenho como as minhas verdadeiras
terras, embora, na verdade, tivesse nascido em Guaxupé. Neste
momento de despedida, não posso deixar de lembrar da solidariedade
humana de colegas que tiveram esse gesto generoso para comigo e
para com minha família.
Fui um franco atirador da política, porque, na verdade, disparei
todas as minhas armas verbais da maneira que pensava e sentia, sem
procurar ser politicamente correto. Por isso mesmo, ao deixar a
Assembléia, não carrego frustração ou arrependimento de ter
pensado que poderia ter falado isso ou aquilo, aqui ou alhures,
pois falei tudo o que pensava e sentia.
Portanto, deixo registrado nos anais da Assembléia Legislativa o
meu pensamento. No final do mandato, em momento de crepúsculo,
nuvens cinzas e vermelhas cobrem o horizonte, com matizes que
significam o fim da 14ª Legislatura. Escrevi alguns artigos para
os jornais da minha região, não simplesmente justificando a minha
derrota. Quando falo em derrota, lembro-me do Deputado Alencar da
Silveira Júnior. Em um dos meus pronunciamentos, disse-me: “Não
diga derrota, porque é um vitorioso”. Na verdade, sou, pois, com
apenas 11 anos, despertava-me para a política com o suicídio
trágico do Getúlio Vargas, Presidente da República, quando
concluía o meu curso primário. Naquele mesmo ano, tomava ciência
do desfecho de uma eleição municipal em Monte Belo. Despertava,
nessa ocasião, a minha verdadeira vocação, a política. Vim para cá
vocacionado, embora tenha a minha profissão de médico. Acima dela,
pulsava o sentimento e a vocação para a política. Cumpri a minha
profissão na área da saúde com dedicação e zelo, mas, em todos os
momentos, a política estava acima.
Falarei sobre esse artigo, porque a eleição é um momento, como
disse o Deputado Sebastião Navarro Vieira. Quem poderia dizer que
um homem da projeção do Deputado Luiz Tadeu Leite, Secretário de
Estado, ex-Prefeito de Montes Claros, Deputado Federal, Deputado
Estadual, pudesse não ter sucesso nas urnas, assim como o Deputado
Sávio Souza Cruz, a quem chamei de curinga, que é uma carta de
baralho que serve em todas as posições, que foi Secretário do Meio
Ambiente, Secretário da Administração e Líder do Governo nesta
Casa, e ainda assim não obteve sucesso nas urnas. Ex-Prefeitos
importantes e políticos probos, como os Deputados Jorge Eduardo de
Oliveira, de Machado, Aílton Vilela, de Três Corações, Ambrósio
Pinto, da tecnológica Itajubá, nos quais tenho extrema confiança,
também não obtiveram êxito nas votações. Somos os quatro ex-
Prefeitos do Sul de Minas que saíram desta Casa para dar vaga à
renovação. Já dizia o Deputado Adelmo Carneiro Leão que a
renovação é muito relativa e se dá por caminhos diferentes e
interessantes que, nem sempre, são os melhores, mas temos de
respeitar o sentimento do eleitor.
Citarei três ex-Presidentes desta Casa, aos quais desejo render
homenagens. Ao Deputado Agostinho Patrús, quando cumpria o meu
primeiro mandato, devo muitas finezas, aprendizado e orientação.
Depois, veio Anderson Adauto, Deputado de grande coerência, dando
grande dimensão política, no seu plano de independência em relação
ao Executivo, não interessando as divergências.
Somos também gratos ao Deputado Antônio Júlio. Respeitamo-lo e
admiramo-lo, por sua conduta, principalmente no momento em que, em
suas mãos, estourou uma bomba de efeito retardado: o episódio do
salário dos Deputados. Infelizmente, S. Exa. recebeu críticas
contundentes, quando todos nós deveríamos responder em uníssono
com S. Exa., que era o dirigente da Casa.
O Deputado Agostinho Patrús (em aparte)* - Deputado Marco Régis,
não podia deixar de manifestar-me, dando meu testemunho de quanto
V. Exa. foi importante para o Legislativo mineiro, nestes oito
anos em que aqui tem estado. Com sua autenticidade, autoridade,
arroubo e, acima de tudo, lealdade, prestou grandes serviços a
este parlamento e, especialmente, ao seu querido Sul de Minas, que
representou com altivez. Portanto, deixo o testemunho de que esta
Casa, hoje, já sente a sua falta. Mas, daqui a quatro anos, tenho
a certeza de que aqui estará de volta esse valente Deputado, que
está sempre dizendo o que lhe passa pelo coração e transmitindo
suas idéias, com confiabilidade, a seus companheiros e a Minas
Gerais.
Daqui a quatro anos, Deputado Marco Régis, quero estar me
despedindo, mas recebendo V. Exa. de braços abertos.
O Deputado Marco Régis - Muito obrigado, Deputado Agostinho
Patrús. Suas palavras enriquecerão meu currículo, já que estarão
registradas nos anais da Assembléia Legislativa. Posso adiantar-
lhe que já levei mais de 100 volumes para Muzambinho, onde
pretendo dispô-los em biblioteca.
Ao despedir-me deste Plenário, faço-o simbolicamente em relação
aos companheiros presentes, entre eles, o Deputado Sebastião
Navarro Vieira, a quem agradeço seus sempre gentis elogios à minha
pessoa e o que sempre faz por toda a minha região. Somos
adversários no parlamento, mas isso é muito relativo, pois o
Estado é grande e o eleitorado, vasto. V. Exa. sempre se comportou
com lhaneza a meu respeito, e não deixaria de fazer essa
observação, já que sempre foi tão gentil para comigo em minha
região, e é necessário fazer-lhe justiça.
Não posso deixar de mencionar outros companheiros, como o
Deputado Paulo Piau, colega da Frente Parlamentar Cooperativista e
um dos grandes Deputados desta Casa; o Deputado Hely Tarqüínio,
que exerceu a Liderança do PSDB e é um dos meus grandes amigos da
Casa; e João Batista de Oliveira, a quem citei na matéria que
escrevi para os jornais como um dos Deputados mais produtivos, que
mais legislou e prestou serviços à Assembléia. Ele, como
Presidente da Comissão de Agropecuária, foi brilhante, assim como
o foi na CPI do Leite. Infelizmente, não se reelegeu, mas admiro-o
muito.
A Deputada Elbe Brandão (em aparte)* - Em nome do PSDB, deixo o
meu abraço afetuoso e registro meu respeito a V. Exa. Manifesto
também o entendimento de que a Casa perde, como diz V. Exa., um
franco-atirador. Sua arma sempre foi a justiça, o respeito, o que
seu coração dizia. Esse é o nosso instrumento nesta vida, para que
possamos olhar para cada cidadão de cabeça erguida, na certeza do
dever cumprido. Isso é o que marca a passagem de V. Exa. pela Casa
e sua trajetória nela.
No momento em que vejo cada companheiro despedir-se desta
legislatura, veio-me à cabeça um discurso de Charles Chaplin em
que diz que não somos máquinas, e sim homens. É importante que
todos nós tenhamos a percepção de nossos defeitos, nossas
fraquezas e fragilidades, entretanto também somos seres humanos
com um caráter definido, lutas, sentimentos de respeito e
dedicação. Entendemos que todos que compõem este parlamento são
seres humanos, e não máquinas. Em muitos momentos, fomos colocados
como marginais, formadores de quadrilha, e esse não é o perfil
deste parlamento. Acredito que chegamos ao momento em que a
sociedade precisa lançar um olhar diferente sobre esta Casa. A
cada dia, a cada embate, a cada missão, este parlamento busca seu
aperfeiçoamento para o exercício pleno da democracia e da luta
pela busca da justiça social.
O Deputado Marco Régis - Agradeço as palavras generosas da
Deputada Elbe Brandão, cuja luta pela Proposta de Emenda à
Constituição nº63 acompanhei de perto. Responsabilizamos as
entidades sindicais e o Governo pelo concurso que redundou na
dispensa de uma multidão de designados e contratados, por muito
tempo violentados pelas Constituições Estadual e Federal em nome
de uma admissão no serviço público pela norma constante do art. 37
da Constituição Federal. Não podemos, em nome de uma norma
constitucional, violentar os servidores, contratados durante 20,
30 anos, dentro de uma farsa que os prejudicou. Agora saem “de
mãos abanando”, sem nenhum direito.
Levo, também, a amizade da companheira Deputada Maria Olívia, por
quem tenho amizade, admiração e apreço, assim como os tenho pelas
Deputadas Maria José Haueisen atualmente minha vizinha de
Gabinete, e Elaine Matozinhos, que, infelizmente, não obteve
êxito. Manifesto minha admiração pelo Deputado Cristiano Canêdo,
autor de projetos importantes nesta Casa, com quem convivemos no
Conselho Estadual de Saúde, na legislatura anterior, quando era
Secretário Adjunto da Saúde. Presto minha homenagem ao decano dos
Parlamentares, Deputado Luiz Menezes, que neste momento me ouve de
seu gabinete. Luiz Menezes foi um exemplo de parlamentar, por sua
assiduidade neste Plenário, ele que deixou, recentemente, um
projeto inglório por não ter sido aprovado, referente à Ouvidoria
da Saúde da Mulher. A ele minhas homenagens, dizendo-lhe que ainda
com ele estarei na sua Itabira.
Cumprimento a todos que deixo na Casa, nas pessoas dos Deputados
Wanderley Ávila, companheiro de partido, Eduardo Brandão, do PL,
Dilzon Melo, da minha região, da Princesa do Sul, Varginha, Fábio
Avelar, íntimo companheiro de PPS, chamando-me insistentemente de
“Marco Bin Laden”. Agradeço o apelido, pois encarno o espírito
anarquista, até mesmo terrorista verbal como na ação política
desse militante internacional. Agradeço aos Deputados Bilac Pinto,
dispensando-me sempre carinho e amizade, Toninho Andrada, Amilcar
Martins, que, enquanto Secretário da Casa Civil, no Governo
Azeredo, autorizou a liberação de R$ 55.000,00 para a construção
da cadeia de Muzambinho. E ainda José Mílton, Márcio Kangussu,
Mauri Torres, toda a equipe da Casa, a meus assessores do
Gabinete, aqui representados por Luiz Fratini, da Comunicação.
Homenageio minha mulher, Adalete Nunes Carvalho Lima, companheira
fiel, assessorando-me como advogada competente desde a Prefeitura
de Muzambinho, meus filhos, Lisandro, Cristiano, Fabíola e meu
neto Ígor. Que tenham seus nomes registrados nos anais desta Casa,
como um legado modesto de um marido, pai e avô, que, muitas vezes,
abandonou-os em prol da luta não só na política, mas também na
medicina.
A política é passageira, transitória, como a própria vida. Não me
abalo com isso, a não ser nos primeiros dias. Mas estou firme,
tranqüilo e disposto a enfrentar a política novamente. Segundo
Augusto dos Anjos, às vezes um poeta amargo, “vão-se os sonhos nas
asas da descrença e voltam os sonhos nas asas da esperança.”
Mostra, com isso, a rotatividade da vida entre sonho e esperança.
O próprio Augusto serviria para ilustrar a nós, políticos, ao
dizer “A mão que afaga é a mesma que apedreja”. Diria que a
política é assim. Os mesmos que afagamos, são aqueles pelos quais
seremos apedrejados.
Digo muito obrigado à Assembléia Legislativa. A todo o seu corpo
de funcionários reitero meus agradecimentos, assim como a todo o
povo, especialmente aos eleitores que me guindaram à Prefeitura de
Muzambinho e aos que me deram 13.074 votos na Frente Popular,
trazendo-me para esta Casa, no primeiro mandato. Também aos 22.623
eleitores que me reconduziram para o quadriênio 1999/2003. E aos
17.533 que, independentemente de dinheiro, do apoio de nem mesmo
um Prefeito de qualquer lugar neste Estado e de poucos Vereadores,
crêem na bandeira que carrego, que continuarei carregando, porque,
seja na política, seja na vida, é a mesma que tem um padre ou um
pastor, de pregação. Quando se está numa igreja, ouvindo um pastor
ou um padre, 70% dos presentes certamente não entendem o que está
sendo dito. Na política é a mesma coisa. Mas continuaremos
pregando, porque essa pregação é entendida por uma minoria, de
quem recebi tantas cartas, correios eletrônicos, manifestações de
conforto, do povo, e até de radialistas. São as sementes que
lancei e que frutificarão, quem sabe, carregando a minha própria
bandeira.
O Deputado Paulo Piau (em aparte) - Deputado Marco Régis, o nosso
agradecimento a sua Muzambinho por nos tê-lo emprestado durante
esses oito anos.
V.Exa. trouxe uma contribuição real e efetiva. Trago um
testemunho do seu trabalho junto à FRENCOOP, a qual citou há
pouco, em defesa da organização da sociedade brasileira. Também
seu trabalho junto à CPI do Narcotráfico. Com muita coragem,
enfrentou o mundo do crime e da marginalidade, trazendo uma
contribuição efetiva.
Sua marca é a coerência. Muito obrigado pelo convívio, que Deus o
acompanhe e o traga de volta para esta Casa, o mais breve
possível.
O Deputado Rogério Correia (em aparte) - Deputado Marco Régis,
não poderia deixar de trazer uma mensagem e um agradecimento por
todo esse tempo que pudemos conviver com V.Exa.
Poderíamos citar diversos momentos em que foi importante a
presença de V.Exa. no Plenário, a sua combatividade, seu espírito
nacionalista, a defesa que sempre fez de Minas Gerais. Seriam
vários exemplos e citações. Mas cito uma participação em especial.
Foi ele o protagonista do principal resultado que tivemos da CPI
do Narcotráfico. Solicitou a quebra do sigilo bancário de um
estelionatário do Sul de Minas, de Muzambinho. Com isso, pudemos
descobrir sua ligação com alguém que nos atrapalhava, e muito, que
era o Secretário da Segurança Pública.
Esse ato de coragem do Deputado Marco Régis fez com que
conseguíssemos afastar o referido Secretário, e foi o resultado,
diria, mais importante do ponto de vista prático que a CPI
conseguiu.
Esse é apenas um dos episódios, mas demonstra a coragem e a
dedicação com que V.Exa. sempre se apresentou a seus eleitores e
também a defesa que sempre fez de Minas Gerais.
Meus Parabéns, Deputado Marco Régis, e todos aqueles que, não
sendo reeleitos, terão ainda a função importante de contribuir
para que o povo mineiro seja mais feliz.
O Deputado Sebastião Navarro Vieira (em aparte)* - Deputado Marco
Régis, para mim não é uma despedida, porque continuaremos vizinhos
e, conforme V. Exa. ressaltou, bons amigos. Se ideologicamente
temos distância um do outro, o caráter, a dignidade, a sobriedade,
a vontade de servir à população nos unem e aproximam sobremaneira.
Continuamos vizinhos: eu, em Poços de Caldas, e V,Exa., em sua
Muzambinho. Tenho a grande esperança de vê-lo repetir o brilhante
mandato que exerceu como Prefeito, daqui a dois anos. Talvez, e
Deus escreve certo por linhas tortas, V. Exa. não tenha
conquistado novo mandato, por força de circunstâncias políticas
ocasionais, a esta Casa, onde prestou brilhante trabalho, para
voltar a exercer o mandato de Prefeito de Muzambinho, com grande
brilhantismo.
Parabéns pelo seu exemplo, pelo seu espírito combativo, pelos
seus sonhos! Às vezes, penso que V. Exa. é um tanto quanto poeta,
mas firme e combativo. Tenha a certeza de que deixará saudades
nesta Casa. Parabéns pelo mandato que exerceu como Deputado
Estadual!
O Deputado Fábio Avelar (em aparte)* - Deputado Marco Régis, não
poderia deixar de cumprimentá-lo pelo seu brilhante e emocionado
pronunciamento, ao se despedir desta Casa. Concordo com as
palavras do Deputado Sebastião Navarro Vieira, porque não entendo
isso como despedida. Com certeza, o nosso amigo Marco Régis não
pode, não deve e não vai abandonar a política.
Testemunhamos o trabalho realizado por V. Exa. nesta Casa,
empenhando-se com toda a garra, a luta e a coerência. Com certeza,
fará muita falta. Está deixando a Assembléia Legislativa, mas não
esta grande quantidade de amigos que conquistou. Com muito
orgulho, estou ao lado dessas pessoas, pois somos grandes amigos.
Se Deus quiser ainda prestará importantes serviços a Minas. Desejo
sucesso a V. Exa.
O Deputado Marco Régis - Obrigado, Deputados Paulo Piau, Rogério
Correia, Sebastião Navarro Vieira e Fábio Avelar, pelos apartes,
que ouvimos, serena e comovidamente, com a condescendência de
nosso Presidente.
Deixo o meu abraço afetuoso a todos os companheiros. Saio com a
convicção de que só estou deixando amigos. Durante oito anos tive
atrito apenas com um colega. Mas hoje estamos convivendo, pois
conversamos e agimos normalmente. Portanto, só estou deixando
amizades bem-construídas. Como franco-atirador, talvez não tenha
sido bom articulador. Vim para externar meus pensamentos,
sentimentos e ações. Talvez, isso, no parlamento, nem sempre seja
o que chamam de “politicamente correto”.
Abraço a todos que comigo deixarão esta Casa, como os Deputados
Jorge Eduardo de Oliveira, Ambrósio Pinto, João Batista de
Oliveira, Sebastião Costa, Líder do PFL; Kemil Kumaira, ex-
Presidente desta Casa e detentor de sete mandatos, prova
incontestável de seu valor.
Deixo o meu abraço e a certeza da minha amizade ao Deputado Edson
Rezende, nosso companheiro da área da saúde, que também está
saindo.
Ao Pastor George, nosso Líder, e a todos os que aqui permanecem,
nosso desejo que continuem tendo êxito na sua caminhada. Que
possamos estar juntos fora da política, fora deste parlamento! No
coração, estaremos sempre juntos.
Meus agradecimentos ao Deputado Agostinho Silveira, Presidente do
meu partido, que me acolheu muito bem num momento em que o outro
partido estava relutante em relação a minha pessoa.
Para terminar, tentarei repetir, sem confusão, uns versos de
Augusto dos Anjos, que decorei na minha adolescência: “Vão-se os
sonhos nas asas da descrença, voltam os sonhos nas asas da
esperança”. Muito obrigado.