Pronunciamentos

DEPUTADO ANTÔNIO GENARO (PSD)

Discurso

Comenta o atentado terrorista no World Trade Center - Torres Gêmeas -, no dia 11 de setembro de 2001, em Nova Iorque, Estados Unidos - EUA.
Reunião 391ª reunião ORDINÁRIA
Legislatura 14ª legislatura, 4ª seção legislativa ORDINÁRIA
Publicação Diário do Legislativo em 17/09/2002
Página 24, Coluna 4
Assunto ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. SEGURANÇA PÚBLICA. DIREITOS HUMANOS.

391ª REUNIÃO ORDINÁRIA DA 4ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA 14ª LEGISLATURA, EM 11/9/2002 Palavras do Deputado Antônio Genaro O Deputado Antônio Genaro* - Sr. Presidente, Srs. Deputados, quero, nesta oportunidade, fazer minhas as palavras dos colegas que me antecederam, especialmente o Deputado Amilcar Martins, que nos surpreendeu com memória impressionante ao citar, de cor, trechos da literatura brasileira, e também as do Deputado João Leite, que se manifestou concordando com o Deputado Amilcar Martins no equilíbrio e no bom-senso. Gostaria de dirigir-me aqui - se é que estão nos ouvindo ou assistindo, ou disso terão conhecimento - tanto à comunidade americana quanto às comunidades árabe e israelense, e lembrar que esta Nação, o Brasil, é berço da paz, se analisarmos sua história e sua tradição. Nesta Nação convivem dezenas de culturas e religiões diferentes, e, com tudo isso, conseguimos viver em paz. Quando visitamos determinadas cidades, como Bauru, onde fui criado, no interior de São Paulo, vemos a comunidade judaica com a comunidade árabe vivendo em plena comunhão. Sei que os ânimos no Oriente Médio sempre foram exacerbados. É uma história muito longa, milenar, com problemas e dificuldades históricas e territoriais. O que não podemos é apregoar esse ódio, destruidor, destrutivo, que só alimenta a vingança, o que há de mais sórdido na natureza humana, como bem ressaltou o Deputado Marcos Régis. De dentro do ser humano podem-se tirar coisas boas e ruins. Se pendermos para o lado das palavras exasperadas e extremistas, tiraremos o que há de mau; mas, se usarmos palavras boas, considerando cada indivíduo, a sua liberdade de ser, cada nação, tiraremos coisas boas. Não gostaria de destacar nenhuma nação como maligna. Mas poderia ressaltar que existem seres humanos que se deixam levar pelo mal. Temos bons e maus cidadãos quer americanos, quer árabes. É verdade que toda nação, quando se destaca como poderosa econômica ou militarmente, será odiada, mesmo porque o ser humano, quando tem muito poder, fica meio assoberbado. Assim é a História, e todo o mundo que a conhece sabe disso. Quero deixar, por último, a minha palavra de tristeza pelo que aconteceu no dia 11/9/2001. Na ocasião, não morreram americanos simplesmente, mas representantes de mais de 40 nações do mundo. Morreram brasileiros, japoneses, ingleses, franceses e africanos. Não podemos, pois, em hipótese alguma, apoiar nenhum tipo de violência, como bem lembrou o Deputado João Leite, ao mencionar a carta do apóstolo São Paulo à Igreja cristã de Corinto, no capítulo 13 da primeira epístola aos Coríntios. Trata-se de uma leitura das mais belas; ali se diz que o amor não é invejoso, não é ciumento; o amor tudo pode e tudo suporta; o amor tudo vence. O que está faltando em nosso mundo é exatamente isto: amor. E esse amor - recitado e descrito pelo apóstolo São Paulo - é diferente daquele que o homem conhece, um amor, digamos assim, muito mais de atrações físicas. O amor descrito por São Paulo é ágape, divino. Está faltando, portanto, amor de Deus na raça humana. Peço a Deus que essas comunidades que vivem em crise possam se acertar, porque o caminho não é o da violência. A palavra de Deus diz, na Bíblia: “A vingança não pertence ao homem, pertence a Deus”. E, toda vez que o homem toma a vingança em suas mãos, tudo dá errado. Então, deixo aqui minha palavra de pesar pelas mortes ocorridas, quando se completa o primeiro ano dessa grande catástrofe. Que nenhuma pessoa tenha a inspiração de pegar um avião e jogá-lo em cima de alguma casa, pois ninguém merece isso! Obrigado.