Pronunciamentos

DEPUTADO ANDERSON ADAUTO (PL), Presidente "ad hoc"

Discurso

Comenta o tema "Alca - integração ou anexação".
Reunião 204ª reunião ESPECIAL
Legislatura 14ª legislatura, 4ª seção legislativa ORDINÁRIA
Publicação Diário do Legislativo em 28/09/2002
Página 56, Coluna 4
Evento II Fórum Minas por um Outro Mundo - Uma Outra América É Possível com Soberania e Integração
Assunto INDÚSTRIA, COMÉRCIO E SERVIÇOS.

204ª REUNIÃO ESPECIAL DA 4ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA 14ª LEGISLATURA, EM 23/8/2002

Palavras do Sr. Presidente (Deputado Anderson Adauto)

Senhoras e senhores, este tema é muito atual. Percebemos que diversos países começam a discutir as necessidades de avançarmos sobre perspectivas de um outro mundo, com outras concepções. Fui Presidente desta Casa quando aconteceu o primeiro encontro na França, de onde se originou o I Fórum Social, com o objetivo de fazer um contraponto ao Fórum Econômico, que acontecia todos os anos. Participamos do primeiro em Porto Alegre. Não só a Assembléia Legislativa, mas todo o Estado de Minas, por intermédio das entidades da sociedade civil organizada, participou do II Fórum, também em Porto Alegre. Principalmente no momento em que nosso País vai passar por mais uma eleição presidencial, é muito importante a discussão desse tema, a participação de todos, principalmente dos jovens, ampla maioria neste Plenário. Temos de acreditar que a construção de um novo mundo é possível. As coisas não podem acontecer conforme vêm acontecendo, sem sermos considerados pessoas, mas meros consumidores. E não pode uma personagem que não tem forma, que não conhecemos, que é o chamado mercado, colocar uma nação de quatro, como já colocou a Argentina, como está prestes a colocar o Uruguai, e como nosso País também pode ser colocado. É muito importante a discussão desses temas. Tomara que, a cada ano, mais pessoas estejam comprometidas com a construção de um novo mundo. Que a cada dia haja mais pessoas não conformadas, muito pelo contrário, que cada dia mais adquiram capacidade de resistir a esses avanços. Não é justa a maneira com que o capitalismo atua sobre as nações e sobre as pessoas. Isso não pode ser lógico. Temos de trabalhar para que isso não aconteça.

Há 20 anos, o Brasil provocou uma virada. Vivíamos em uma ditadura militar. Primeiro, o País viu os exageros da ditadura militar, percebeu que a ditadura estava exaurida, e fizemos virada naquilo que podíamos. Não podíamos votar para Presidente da República, mas o que podíamos fazer por meio do voto, a sociedade brasileira fez; teve inteligência e sensibilidade suficiente e acabou com a ditadura militar. Hoje, não tenho dúvida de que vivemos uma nova ditadura, mais sutil, que é a econômica. Temos a obrigação de lutar contra ela. Não tenho dúvida de que, 20 anos depois de derrubar uma ditadura militar, o povo brasileiro tem consciência da necessidade de atuar contra a ditadura econômica, que sufoca a maioria das famílias, praticamente todo o País. Tenho a maior confiança nesse processo.

Acredito que teremos condições efetivas de avançar. Neste novo milênio, em que as pessoas querem ser mais felizes, a felicidade plena passa naturalmente por esse processo, que estamos trabalhando, de não aceitar as atuais regras e tentar buscar alternativas. O que não pode é o mercado, esse ser invisível, ter tanto poder e tanta influência sobre os seres humanos como acontece hoje.

Quero, em nome do Poder Legislativo, da Assembléia, dar as boas-vindas e dizer da satisfação, quando temos um tema tão importante, de ver o Plenário e as galerias cheios de gente. Isso nos motiva, mostra que a cada encontro em que discutimos esse tema um número maior de pessoas surge para participar desta importante discussão. Muito obrigado a todos vocês pela presença.