DEPUTADO JORGE EDUARDO DE OLIVEIRA (PMDB), Presidente "ad hoc"
Discurso
Comenta o tema: Justiça; Cultura, Lazer, Esporte e Turismo -
Experiências: Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa Idosa".
Reunião
386ª reunião ORDINÁRIA
Legislatura 14ª legislatura, 4ª seção legislativa ORDINÁRIA
Publicação Diário do Legislativo em 05/10/2002
Página 29, Coluna 2
Evento Ciclo de debates: "As demandas de um Brasil que envelhece".
Assunto CULTURA. LAZER. ESPORTE. TURISMO. DIREITOS HUMANOS. IDOSO.
Legislatura 14ª legislatura, 4ª seção legislativa ORDINÁRIA
Publicação Diário do Legislativo em 05/10/2002
Página 29, Coluna 2
Evento Ciclo de debates: "As demandas de um Brasil que envelhece".
Assunto CULTURA. LAZER. ESPORTE. TURISMO. DIREITOS HUMANOS. IDOSO.
386ª REUNIÃO ORDINÁRIA DA 4ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA 14ª
LEGISLATURA, EM 27/8/2002
Palavras do Deputado Jorge Eduardo de Oliveira
Senhores e senhoras, na abertura dos nossos trabalhos nesta
tarde, agradeço a todos os que aqui estão contribuindo com suas
experiências para o aprimoramento de conquistas sociais essenciais
e destaco o sucesso desta iniciativa. A Assembléia Legislativa, a
Casa do povo de Minas, tem se mostrado parceira das organizações
sociais cuja competência e capacidade, já por demais demonstradas,
asseguram-nos que temos condições de seguir adiante e pleitear
avanços consistentes na políticas públicas.
Claro está o crescimento da população de idosos no nosso País,
como claro está o mundo hostil em que todos sobrevivem. Melhoraram
as condições que permitem mais tempo de vida para todos, mas
pioraram as perspectivas sociais e econômicas de todo o nosso
povo.
Hoje, em muitos lugares, é possível o registro significativo de
avanços. Em inúmeras cidades e Estados, há a consciência política
de que algo deve ser feito. O País tem a sua política nacional
para o idoso. Existem delegacias de proteção aos idosos, e
inúmeras são as instituições que nasceram de lutas, do esforço e
do empenho de lideranças, da ação de homens públicos e da
sensibilidade das nossas instituições políticas. Todo esse esforço
concentrado, em nosso País, está na correção do descaso - sempre
presente -, do abandono e da grande crueldade contra aqueles que
deram para todos nós o melhor tempo de si.
O fato real, concreto, é o abandono. É flagrante, existe e
persiste. O mais grave é que, com o crescimento da população
miserável, humilhada por políticas econômicas que privilegiam o
capital financeiro internacional, os avanços sociais conquistados
tornam-se ameaçados.
Na parte da manhã discutimos a situação do idoso: a Previdência e
Assistência Social e a Saúde Pública. Agora, à tarde, entraremos
na discussão de aspectos legais, tanto no que se refere aos
direitos dos idosos como às experiências com políticas sociais
ligadas à cultura, ao esporte, ao lazer e ao turismo.
Há entre todos nós, políticos e técnicos vocacionados para esse
empreendimento, a maior clareza de que, para garantirmos à nossa
população envelhecimento saudável, não podemos omitir discussão
profunda das políticas de saúde existentes no País, no nosso
Estado e em cada um de nossos municípios. Um envelhecimento
saudável exige, hoje, muito mais das nossas instituições, as quais
devem expressar sérios compromissos com relação a programas
educativos e sociais. Instituições que garantam a todos, jovens e
velhos, o direito de viver em uma cidade segura e sem violência, a
capacidade de acreditar na honestidade dos administradores
públicos e a confiança de que, ao saírem às ruas, além da
segurança garantida, encontrarão transporte público digno e um
povo educado que respeite os mais velhos.
Aprendi muito na discussão das questões dos idosos e da política
nacional para o idoso; aprendi que está na ação política o
primeiro movimento para acelerar quaisquer avanços, e que
“qualquer projeto de envelhecimento saudável para a nossa
população deve envolver, empolgar diversos setores públicos e
privados e, mais ainda, sensibilizar toda a população, jovens e
velhos.
Esta consciência e esta sensibilidade aguçam-se, e percebemo-la
pelas manifestações cada vez mais presentes, em todas as partes e
em todos os órgãos de imprensa, sobre a necessidade de ampliar a
discussão política: a sociedade quer combater a exclusão. Todos
sentimos a necessidade de mudar o País, e esta sociedade não quer
continuar com políticas fragmentadas. A política social é uma só e
não pode separar uma parte da sociedade e considerá-la inútil.
Este é o nosso grande desafio: colaborar na virada do jogo e
incorporar, pela existência de enorme número de cidadãos, os
idosos na cena política nacional.