DEPUTADO ÁLVARO ANTÔNIO (PSB), Presidente "ad hoc"
Discurso
Comenta o tema: "Legalizar é preciso - da clandestinidade para a
economia formal".
Reunião
200ª reunião ESPECIAL
Legislatura 14ª legislatura, 4ª seção legislativa ORDINÁRIA
Publicação Diário do Legislativo em 14/09/2002
Página 20, Coluna 2
Evento Ciclo de Debates: "Jogo: Realidade e Legalidade".
Assunto LAZER.
Legislatura 14ª legislatura, 4ª seção legislativa ORDINÁRIA
Publicação Diário do Legislativo em 14/09/2002
Página 20, Coluna 2
Evento Ciclo de Debates: "Jogo: Realidade e Legalidade".
Assunto LAZER.
200ª REUNIÃO ESPECIAL DA 4ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA 14ª
LEGISLATURA, EM 21/8/2002
Palavras do Sr. Presidente (Deputado Álvaro Antônio)
O problema da legalização de jogos, como o jogo do bicho, os
bingos, as máquinas caça-níqueis e as demais modalidades
encontradas nos cassinos, sempre foi motivo de polêmica no Brasil.
Os debates em torno do assunto geralmente se concentram em dois
pontos: a coibição de tais jogos, já que constituem contravenção,
e a conveniência de se tomarem medidas para que saiam da
clandestinidade, para que sejam aceitos legalmente como prática
incorporada pela sociedade brasileira.
Os que defendem o cumprimento estrito da lei nos termos em vigor
argumentam que esse tipo de jogo costuma associar-se a atividades
criminosas. Apresentam ainda motivos de ordem moral ou religiosa,
segundo os quais os jogos de azar, além de acarretarem, na maioria
das vezes, prejuízos para os apostadores, têm como apelo a
possibilidade de se ganhar dinheiro fácil, em contraposição ao
caminho do trabalho, considerado mais digno e mais honrado.
Da mesma forma, não faltam argumentos para os defensores desses
jogos. O primeiro é que geram empregos para milhares de pessoas
que teriam dificuldades em ser absorvidas em outras atividades
dentro do mercado de trabalho. Legalizados os jogos, acrescentam
seus adeptos, o número de empregos no setor cresceria, e os
trabalhadores nele envolvidos passariam a ter a carteira assinada
e todos os direitos sociais previstos na legislação, como o Fundo
de Garantia, férias, 13º salário e os benefícios da Previdência.
Fora da clandestinidade, afirma-se ainda, as empresas do setor
recolheriam impostos normalmente, como quaisquer outras,
aumentando a arrecadação dos Estados e municípios e possibilitando
maior aplicação de recursos em áreas como educação, saúde e
segurança.
A legalização dos jogos de azar é controversa, e esta Casa, como
intérprete de anseios, demandas e inquietações da sociedade, está
aberta à análise das questões que lhe são encaminhadas de forma
madura, isenta e responsável.
Essa disposição para ouvir a sociedade é um princípio e uma
vocação construída e consolidada, durante seguidas legislaturas,
por este parlamento. Acreditamos ser essa a forma mais segura e
democrática de colher subsídios para uma das funções precípuas
desta Casa: a de legislar.
Os projetos de lei e as demais produções legislativas da
Assembléia não resultam apenas do envolvimento e da iniciativa dos
Deputados. Refletem, acima de tudo, os valores e a vontade dos
cidadãos, apresentados a este parlamento por intermédio da
sociedade civil organizada.
Temos a certeza de que os esclarecimentos, as sugestões e as
proposições apresentadas neste encontro contribuirão para o
amadurecimento das discussões referentes aos jogos não
legalizados.
Agradecemos aos palestrantes, debatedores e demais participantes
deste evento e a todos aqueles que ajudaram a realizá-lo. Muito
obrigado.