DEPUTADO AILTON VILELA (PTB), Presidente "ad hoc"
Discurso
Legislatura 14ª legislatura, 4ª seção legislativa ORDINÁRIA
Publicação Diário do Legislativo em 21/08/2002
Página 23, Coluna 1
Assunto CALENDÁRIO. EDUCAÇÃO.
Proposições citadas RQS 1713 de 2002
196ª REUNIÃO ESPECIAL DA 4ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA 14ª LEGISLATURA, EM 12/8/2002
Palavras do Deputado Ailton Vilela
Magnífico Reitor Édson Antônio Vellano e Exmos. Srs. Deputado Federal Carlos Mosconi e João Marques de Vasconcellos; Pró-Reitora Marília Sidney de Souza, Fuad Hadad, Hudson Bianchini, Juracy Gomes Carneiro, Secretário-Geral Mário Augusto da Silveira e Deputado Jorge Eduardo de Oliveira.
Esta Presidência tem a grande satisfação de dar início à reunião especial em homenagem à Universidade de Alfenas - UNIFENAS - pelo transcurso de seus 30 anos de fundação, iniciativa do nobre Deputado Jorge Eduardo de Oliveira.
A voz da Assembléia Legislativa vem unir-se à do povo de nosso Estado nesta comemoração, que não é só da população sul-mineira, mas de todas as outras cidades onde está presente essa instituição, como Belo Horizonte, Campo Belo, Divinópolis, Poços de Caldas, São Sebastião do Paraíso e Varginha, que vêm formando profissionais qualificados e conscientes de seu papel social.
É filosofia da Universidade de Alfenas a integração do mundo acadêmico com a comunidade, compartilhando saber e prática em prol do bem comum.
Os 30 anos de serviços à sociedade mineira, que comemoramos neste momento, inserem-se no percurso histórico da própria instituição universitária, propagadora dos valores humanistas há quase um milênio.
Surgindo no século XI, já procuravam as primeiras faculdades divulgar os conhecimentos cultivados nos mosteiros, tendendo, com o passar do tempo, a desvincular-se do clero e praticar o ensino laico. O século XIII assiste à inauguração de dois importantes baluartes da cultura européia, que proporcionaram à nascente burguesia uma preparação indispensável ao desempenho de suas funções. Coimbra tem sua universidade fundada em 1290, e Paris ganha a legendária Sorbonne em 1298.
Transferida de Lisboa para Coimbra, cidade que lhe dá o nome, a universidade portuguesa ganha autonomia e brilhantismo nos estudos filosóficos e teológicos. Uma reforma profunda, no século XVIII, traz às suas aulas as idéias do Iluminismo. Essas idéias marcaram seus alunos brasileiros, que transportaram para o Brasil o ideal da liberdade, tão bem representado pelos inconfidentes de Vila Rica e seu sonho de uma república instalada a partir das Minas Gerais, e pela frustrada criação de nossa primeira universidade.
Na celebração dos 800 anos da Sorbonne, os Ministros da Educação da França, da Itália, do Reino Unido e da Alemanha elaboraram um documento conjunto, em que afirmaram que a Europa que hoje se constrói não é somente a do Euro, dos bancos e da economia, mas, sobretudo, uma Europa do saber, com dimensões intelectuais, culturais, sociais e técnicas. Salientaram a necessidade da educação e da formação como uma obrigação evidente ao longo de toda a vida, promovendo a mobilidade e a cooperação, por meio de programas pluridisciplinares, que utilizam as novas tecnologias da informação.
O Brasil, sabemos bem, acolheu tardiamente o ensino superior, e as nossas universidades datam da República, que incorporou as primeiras escolas surgidas no Império, entre as quais a Escola de Farmácia, em 1839, e a Escola de Minas, em 1875, ambas em Ouro Preto. A Faculdade de Direito, que ali surgiu em 1892, com o objetivo de formar os bacharéis necessários à administração do Estado, transfere-se para Belo Horizonte, em 1898, praticamente ao mesmo tempo que a mudança da Capital, e constitui o primeiro braço da Universidade de Minas Gerais, a atual Universidade Federal, criada em 1927.
O País ainda se ressente de uma formação universitária ampla e que atenda à demanda de sua juventude. Ainda temos uma porcentagem pequena de jovens universitários, mesmo em relação aos outros países do continente, como a Argentina e o Chile.
Dentro desse movimento mundial de valorização social do saber, surgiu a UNIFENAS, que teve seus primeiros cursos autorizados no dia 22/5/72. Essa Universidade, criada em 1988, sob a orientação do Reitor Edson Antônio Vellano, tem-se transformado em um pólo de cultura humanística, tecnológica e de prestação de serviços. Para o desenvolvimento de suas atividades, dispõe de vários laboratórios e dos importantes hospitais universitário e veterinário. Demonstrando comungar das preocupações manifestadas pelas autoridades européias que propõem uma educação integrada e diversificada, mantém a reitoria da UNIFENAS convênios com inúmeras instituições de ensino, pesquisa e extensão em todo o País.
Totalmente informatizada, mostra a integração de seu complexo físico e tecnológico em suas diversas sedes. Como coroamento de suas atividades, merece ser destacado seu alentado investimento cultural. Bibliotecas, orquestra, teatro, rádio e televisão, salões de artes plásticas, além de publicações científicas, democratizam o acesso da comunidade à cultura e contribuem para o desenvolvimento e a profissionalização de talentos.
Reitor Edson Vellano, juntamente com toda a comunidade da Universidade de Alfenas - alunos, professores, funcionários -, receba os cumprimentos desta Casa.
Que esses 30 anos frutifiquem através dos tempos, trazendo aos brasileiros e mineiros a oportunidade de uma educação permanente, democrática e de qualidade. Longa e profícua vida à UNIFENAS: são os votos desta Assembléia Legislativa. Nosso muito obrigado!