Jovens do PJ Minas preparam documento para a Plenária Final
Propostas sobre saúde mental foram analisadas nos grupos de trabalho. Coordenadores destacam desafios da edição.
22/09/2022 - 19:14Reunidos em grupos de trabalho, nesta quinta-feira (22/9/22), estudantes que participam do Parlamento Jovem de Minas (PJ Minas) se debruçaram sobre as propostas de ações e políticas públicas sobre o tema desta edição, "Saúde mental do jovem". Essas sugestões vêm sendo elaboradas desde a etapa municipal do projeto e, nesta sexta (23), passam pelo crivo final dos estudantes, a partir das 10 horas, no Plenário da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG).
Após a votação, o Documento Final do Parlamento Jovem de Minas 2022 será entregue à Comissão de Participação Popular da ALMG, que é encarregada de analisar as propostas e transformá-las em requerimentos de providências, projetos de lei e outras iniciativas. Para 2023, os estudantes também já votaram e elegeram o tema que norteará a edição: "Jovem e mercado de trabalho".
Estudantes avaliam importância da troca de ideias e experiências
Três grupos trabalharam nesta quinta-feira (22), cada um deles com um dos subtemas da edição: políticas públicas de prevenção e tratamento em saúde mental; estratégias da comunidade para promoção da saúde mental; e uso saudável das novas tecnologias. As reuniões foram realizadas na Escola do Legislativo, que coordena o PJ Minas na ALMG.
Tailani Rodrigues Diniz, de Itaú de Minas (Polo Sudoeste), tentava aglutinar propostas que considerou parecidas. Mesmo antes do término da etapa e da votação do documento final, a estudante avaliou que a discussão sobre a saúde mental do jovem foi muito produtiva. “A gente conhece pessoas com os mesmos problemas que temos. Percebemos que não estamos sós e vamos abraçando todo mundo”, afirmou.
Para expressar o tamanho de sua alegria em participar da Etapa Estadual, Tailani contou que “há décadas” sonhava com isso, mesmo tendo ingressado no PJ Minas há apenas três anos. “Estou adorando. Uma sensação única que nem sei explicar”, afirmou.
Maria Luiza Frois, de Capelinha (Polo Alto Jequitinhonha/Mucuri), também relatou que a etapa superou suas expectativas. “Já conheci muitas pessoas, de vários lugares. E estou sendo muito bem acolhida”, afirmou.
Para a estudante, discutir o tema da saúde mental é importante, sobretudo depois da pandemia. “A sociedade fala pouco sobre isso, principalmente quando se trata de jovens”, justificou.
Integrante do grupo que discutiu estratégias da comunidade para promoção da saúde mental, Maria Luiza argumentou que as propostas retratavam pontos de vistas diferentes. “Mas estamos tentando acolhê-las e acho que vai sair muita coisa boa”, antecipou.
Vindo do maior polo do PJ Minas neste ano, o Sudoeste, Otávio Melo Oliveira, de Guaxupé, celebrava oportunidade de participar da Etapa Estadual. “É muito importante essa discussão para os jovens. Isso deveria estar em todas as escolas. Todas as pessoas deveriam saber o básico sobre a política”, avaliou.
PUC Minas garante apoio aos jovens e ao projeto
Parceira do PJ Minas desde o início do projeto, a PUC Minas também esteve na Escola do Legislativo, nesta quinta (22), para um suporte aos jovens. Júnia Aparecida Ferreira, da Pró-Reitoria de Extensão da universidade, explicou que estudantes de psicologia estavam disponíveis para dialogar com os jovens caso fosse identificada alguma necessidade de acolhimento.
Alunos de Relações Internacionais, Ciências Sociais, História e Geografia também acompanharam as discussões. Esse grupo de extensionistas debate a formação política e apoiou o PJ Minas de 2022 com indicações de filmes sobre saúde mental e elaboração de vídeos e materiais didáticos e pedagógicos.
“Desde que o projeto define o tema da edição, passamos a integrar a equipe para pensar os subtemas e ajudar com materiais de formação dos coordenadores, por exemplo”, frisou Júnia. Na próxima semana, segundo ela, as atenções já se voltam para a temática do mercado de trabalho.
“Esse é um grito dos jovens porque o emprego formal está cada vez mais difícil e as condições de trabalho vêm sendo precarizadas. Ele se preocupa com o futuro e com a escolha profissional que terá que fazer”, avalia.
Além do apoio da PUC Minas, o Parlamento Jovem tem como parceiras as câmaras municipais. Nesta edição são 121, divididas em 18 polos.
Coordenadores discutem desafios
Ainda na tarde desta quinta-feira (22), coordenadores municipais e regionais do PJ Minas se reuniram para discutir os desafios da gestão do projeto e trocar experiências sobre a condução do trabalho com os estudantes.
Sérgio Dutra, da Câmara Municipal de Juiz de Fora (Polo Zona da Mata II), citou como dificuldades neste ano os atrasos no calendário de atividades, decorrentes de greve de professores na rede estadual de ensino e de um incêndio na Câmara de Lima Duarte.
As consequências da pandemia de Covid-19 também foram sentidas. “Foi um desafio voltar a fazer atividades presenciais após dois anos, com a situação da pandemia ainda a ser resolvida”, comentou.
Ele também relatou a dificuldade para realizar reuniões presenciais, apesar da pequena distância entre as cidades do polo regional. Mas, conforme lembrou, esse problema foi contornado com a realização de atividades remotas e com a troca de informações por WhatsApp.
No polo União Norte, uma das principais dificuldades foi a falta de estrutura para a realização das atividades com os estudantes, na avaliação de Odney Nascimento, da Câmara Municipal de Janaúba.
Por outro lado, ele citou como pontos fortes a integração entre os municípios e a relevância do tema da saúde mental, discutido neste ano. “Devido à pandemia, o adoecimento mental afeta não só os jovens, mas também os adultos”, lembrou.
Estreante no PJ Minas, o município de Itapagipe (Polo Triângulo) tem apenas uma escola de ensino médio, cujos alunos estão apaixonados pelo projeto, segundo o vereador e professor de Sociologia Anderson Queiroz. “Eles nem acreditam que estão vivendo essa experiência”, contou.
Entre as dificuldades vivenciadas neste ano, ele citou a burocracia e a falta de recursos para bancar a viagem dos alunos a Belo Horizonte, distante 680 quilômetros de Itapagipe. Outro desafio a ser superado é a institucionalização do PJ Minas. O vereador defende que um servidor da Câmara Municipal assuma a responsabilidade pela condução do projeto.
Mas esses problemas não desanimam Anderson Queiroz, que conta que a repercussão do projeto tem sido excelente em Itapagipe. “Eu vim para ficar!”, afirmou.