O projeto da Defensoria Pública foi recebido durante Reunião Ordinária do Plenário

Projeto cria cargos de confiança na Defensoria Pública

Dos 200 postos previstos na proposição encaminhada pelo órgão, 180 podem ser ocupados sem concurso público.

12/07/2022 - 16:55

O Plenário da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) recebeu, na Reunião Ordinária desta terça-feira (12/7/22), ofício da Defensoria Pública Estadual encaminhando o Projeto de Lei (PL) 3.852/22. A proposição tem por objetivo ampliar o quantitativo de cargos de provimento em comissão (de livre nomeação e exoneração), a criação de cargos de assessoramento técnico ou especializado do órgão e de ouvidor-geral.

O PL altera a Lei 22.790, de 2017, que institui as carreiras de Técnico da Defensoria Pública e Analista da Defensoria Pública. Pela proposição, são criados 200 cargos comissionados de assessoramento técnico no âmbito da Defensoria Pública (Cate), dos quais 180 sem necessidade de concurso público e 20 para servidores efetivos.

Os cargos são privativos de profissionais com nível superior de escolaridade, para assessoramento de defensor público ou administrativo, por designação do defensor-público-geral. O salário é de R$ 7.150 para uma jornada de trabalho de 40 horas semanais.

Também de livre nomeação, o cargo de ouvidor-geral tem escolha e atribuições previstas em regulamento interno do órgão. O vencimento é de R$ 19.500.

Projeto buscaria sanar demanda crescente na Defensoria

Conforme justificativa que acompanha o projeto, a medida visa adequar a Defensoria à nova realidade trazida pela pandemia de Covid-19, seja pelo aumento de procura dos serviços ou de demandas internas, especialmente para adaptação a rotinas remotas e de atendimentos virtuais.

Segundo a Defensoria, mesmo com a revisão do quantitavo previsto pela Lei 23.608, de 2020, os 66 cargos comissionados atuais não são mais suficientes para atender o público de aproximadamente 600 mil pessoas por ano, nas 114 comarcas do Estado.

“Alem disso, a reestruturação institucional determinada pela Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) ainda demanda a alocação de estrutura adequada, especialmente de pessoal, o que também depende das modificações ora propostas”, continua o texto.

O cargo de ouvidor, segundo a justificativa, permite maior transparência da Defensoria Pública, ampliando o acesso e a participação da sociedade em atos e ações institucionais.

O impacto anual da criação de cargos será de R$ 18,3 milhões, neste ano, e de R$ 29,9 milhões nos exercícios de 2023 e 2024. Segundo o órgão, as despesas correrão por conta das dotações orçamentárias já consignadas à Defensoria Publica e não haverá necessidade de suplementação de verbas.

O projeto será analisado em dois turnos e vai passar, no 1º turno, pelas Comissões de Constituição e Justiça, de Administração Pública e de Fiscalização Financeira e Orçamentária.

Deputado pede apoio a hospitais no Norte

O deputado Carlos Pimenta (PDT) usou a tribuna do Plenário para pedir ao governador Romeu Zema e ao secretário de Estado de Saúde, Fábio Baccheretti, ajuda a pequenos hospitais no Norte de Minas, que carecem de investimentos para exercer suas atividades.

Ele citou o Hospital São Sebastião, no município de Mirabela, que já conta com 36 leitos, mas ainda não pôde colocar em atividade o bloco cirúrgico, por impossibilidade de cumprir todas as exigências da Vigilância Epidemiológica.

Carlos Pimenta afirmou que situação semelhante vive a cidade de Capitão Enéas. “Se estivessem funcionando plenamente – e têm equipes profissionais para isso -, poderiam resolver o problema de saúde pública na região”,  argumentou o deputado.

Segundo ele, as prefeituras não têm recursos para adquirir equipamentos e ampliar os atendimentos, o que justifica a ajuda do Estado.

Conta de luz

Carlos Pimenta também citou a carta de uma moradora do Norte de Minas que reclamou do aumento da conta de luz, de R$ 60 para R$ 300. Dona Maria de Lourdes, em sua carta, questiona o porquê de os investimentos no uso de energia solar não beneficiarem também a população mais pobre.

Ao concordar com a consumidora, o deputado lamentou que os investimentos estão contribuindo apenas para as empresas que usam a energia limpa. Ele sugeriu que Minas siga o exemplo do Ceará e passe a exigir placas fotovoltaicas nas construções populares.

Vice-líderes

Durante a Reunião do Plenário, também foram lidos comunicados de deputados que assumem vice-lideranças. Do Bloco Luiz Humberto Carneiro, foram indicados Gustavo Valadares (PMN), Leonídio Bouças (PSDB), Fábio Avelar de Oliveira (Avante) e Laura Serrano (Novo).

Como vice-líderes de governo, foram indicados Arnaldo Silva (União), Celise Laviola (Cidadania), Guilherme da Cunha (Novo), João Vítor Xavier (Cidadania) e Zé Reis (Pode).