Deputados falaram durante a Reunião Ordinária realizada no Plenário

Defesa de valores democráticos pauta discursos

Os 58 anos do movimento que levou à ditadura militar e o caso Daniel Silveira foram tratados na tribuna do Plenário.

31/03/2022 - 16:47

No ano em que se debatem novos projetos para do Brasil, em função das eleições, o deputado Virgílio Guimarães (PT) pregou, no Plenário da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), uma reflexão sobre o passado, para se evitar uma nova ditadura. Ele foi um dos parlamentares a discursar na Reunião Ordinária desta quinta-feira (31/3/22).

O deputado lembrou os 58 anos do início do movimento que culminou na ditadura militar e na deposição de João Goulart. “Não podemos esquecer que qualquer ditadura, seja ela militar ou civil, fruto de processo democrático ou não, é inaceitável. Sobretudo as que redundam em censura, perda de liberdade e de vidas”, afirmou.

Consulte o resultado e assista ao vídeo completo da reunião.

Por outro lado, o deputado petista citou que os militares tinham um “nacionalismo avançado”, que acabou por gerar desenvolvimento no País. Por essa razão, segundo ele, a data acaba gerando controvérsias e há quem a comemore, como alguns comandantes que ressaltam esses elementos positivos. 

“Não devemos execrar as forças armadas por isso e nem demonizar opiniões diversas, mas tirar lições sobre questões basilares, como a democracia. O 31 de março tem que ser de defesa da constituição, das leis e da hegemonia do povo”, opinou.

O deputado Bruno Engler (PRTB), que falou em seguida, reforçou o direito de defender as próprias posições. Para ele, em 1964, o Brasil enfrentava a ameaça de uma ditadura comunista, que foi rechaçada pelo movimento dos militares e do Congresso.

Daniel Silveira

Bruno Engler também classificou o caso do deputado federal Daniel Silveira como um ataque aos direitos democráticos e às garantias do parlamentar. Réu em ação sobre atos antidemocráticos, conduzida no Supremo Tribunal Federal (STF) pelo ministro Alexandre de Moraes, Silveira se refugiou na Câmara dos Deputados para evitar a ordem de colocar tornozeleiras.

“Daniel Silveira é mais um perseguido pelo seu discurso e por suas ideias”, afirmou Bruno Engler, que também criticou o que chamou de “apequenamento” do Legislativo Federal. Para o parlamentar mineiro, o presidente da Câmara, deputado Arthur Lira, faz uma covardia ao não pautar a sustação das medidas contra Silveira.

“Silveira será ‘tornozelado’ hoje por um crime de opinião. O ministro Alexandre de Moraes, que é vítima, acusador e sentenciador, foi no bolso e determinou multa de R$ 15 mil/dia”, afirmou Bruno Engler. Ele fez um apelo à bancada mineira na Câmara para a defesa de Daniel Silveira.