A remuneração dos servidores públicos deve ser discutida à luz da legislação e da garantia de direitos e também das possibilidades do Estado. Mas essas possibilidades podem ser ampliadas com uma política de desenvolvimento e com um sistema tributário justo, que cobre de quem pode pagar. 

A análise é do deputado Virgílio Guimarães (PT), um dos oradores na Reunião Ordinária de Plenário realizada nesta quinta-feira (24/3/22), na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). A partir dessa premissa, ele defendeu soluções justas para os trabalhadores. “Não se pode fazer isso de olho apenas nesse governo, que não é perene. Haverá impacto também nos próximos”, completou.

Lula

Virgílio Guimarães também mencionou entrevista do ex-presidente Lula, na qual ele citou sua proximidade com o prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil. Os dois são prováveis candidatos à Presidência do País e ao Governo de Minas, respectivamente. “É a pré-estreia das mudanças”, sintetizou o deputado, defendendo as candidaturas.

O parlamentar petista se disse ansioso por alterações no governo federal, com a saída do presidente Jair Bolsonaro. “Ele é um desastre no que se espera de um presidente”, afirmou, citando a administração política, o comportamento pessoal, o trato na vida pública e, ainda, a representação do Brasil no âmbito internacional.

SUS sem reajuste há duas décadas

O deputado Arlen Santiago (PTB) voltou a defender reajustes na tabela de serviços do Sistema Único de Saúde (SUS). Além de pauta recorrente do parlamentar, o assunto foi tratado, segundo ele, na coluna do jornalista Cláudio Humberto, o que motivou o pronunciamento. “O valor da consulta de enfermagem ou de fisioterapia é R$ 6,35. Por isso o jornalista diz que não paga nem a gasolina”, frisou.

De acordo com o parlamentar, os valores são os mesmos desde o governo de Fernando Henrique Cardoso, o que resulta em filas enormes para cirurgias de média complexidade. “Uma cirurgia de hérnia, por exemplo, paga cerca de R$ 200, para médico, auxiliar e anestesista. A lista ainda tem mais de 1:mil itens que pagam centavos, incluindo-se o acompanhamento de paciente da saúde mental”, mencionou.

Para o deputado, o SUS é um sistema maravilhoso, mas não há perspectiva de correção dos valores pagos ou mesmo da reposição inflacionária. “Estive com o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, e ele disse não ver possibilidade de melhorar a tabela”, relatou. Para amenizar a situação, Arlen Santiago disse que vem direcionando verbas de emendas parlamentares a hospitais menores para a realização de cirurgias.

Agora, segundo ele, o Governo do Estado também está equipando 100 cidades mineiras com tomógrafos. “Às vezes o governo federal dá incentivo para alguma ação específica, mas isso não garante a manutenção dos hospitais”, lamentou.