Estudantes poderão partilhar experiências sobre a relação com o projeto - Arquivo ALMG
Ruth Schmitz destaca impacto do PJ Minas sobre as câmaras - Arquivo ALMG

PJ Minas chega à maioridade com formato consolidado

Campanha dos 18 anos convida os jovens a contarem histórias de sua participação no projeto.

03/11/2021 - 14:40

O PJ Minas agora é maior de idade! Com esse mote, a Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) lança uma campanha para comemorar os 18 anos do Parlamento Jovem de Minas (PJ Minas), completados agora em 2021, e convida os jovens a contarem sobre sua participação no projeto. A iniciativa está no ar a partir desta quarta-feira (3/11/21).

Um mural virtual para o compartilhamento das histórias foi criado na plataforma Padlet, que permite a criação de quadros virtuais para projetos em equipe, com texto, fotos, vídeos, links, desenhos e telas. Cada pessoa pode acessar o mesmo quadro e colaborar em sua criação, além de interagir com o que já foi publicado em tempo real.

O convite é para que o jovem responda a pergunta “O que vivi no PJ e como imagino o projeto no futuro?”. A partir daí vale a criatividade para contar as melhores experiências sobre a interação com outros estudantes, a participação efetiva na política, o crescimento como cidadão ou cidadã, os impactos na própria comunidade e no Estado.

A pergunta deixa espaço, ainda, para o jovem projetar o futuro, de forma cada vez mais democrática. “Temos muitos ex-participantes do projeto que são políticos, ativistas. Esperamos histórias muito ricas”, prevê Ruth Schmitz, gerente-geral da Escola do Legislativo (ELE), que coordena o PJ Minas pela ALMG.

Como fazer – As instruções para a participação via Padlet podem ser acessadas na página do PJ Minas. As regras incluem formato do vídeo e campos a serem preenchidos, entre outros tópicos. As contribuições são aguardadas até o dia 30/11/21.

Modelo em rede garantiu expansão

O PJ Minas nasceu em 2004, a partir de parceria entre a ALMG e o curso de Ciências Sociais da PUC do Bairro São Gabriel, em Belo Horizonte. Naquele ano, seis escolas participaram, todas da Capital. O projeto seguiu esse modelo no ano seguinte e passou a contar também com o apoio da Câmara de BH.

A primeira experiência de interiorização ocorreu em 2006, por meio da PUC de Arcos. “Foi um ensaio com Arcos e Pains”, lembra Ruth, citando as cidades do Centro-Oeste de Minas. Ela lembra que um avanço maior veio em 2010, quando já estavam funcionando escolas do legislativo em algumas câmaras municipais. O PJ passa a ter, então, as etapas municipal e estadual.

De acordo com Ruth, quando a adesão começou a crescer de forma mais consistente, a organização passou a pensar em alguma forma de regionalização. “Em 2013, tivemos um projeto estratégico no Direcionamento da Assembleia justamente para pensar em como expandir sem perder a qualidade e a participação real dos alunos”, lembra.

Daí veio o desenho da etapa regional, com polos que fazem a mediação entre os municípios e a coordenação estadual. “Não teríamos condição de preparar câmara por câmara e acompanhar os estudantes. Com a rede, coordenamos os polos e as pontes são feitas até as escolas, com muita autonomia”, justifica a gerente-geral da ELE.

O projeto continua em expansão, embora ainda existam “buracos geográficos”, conforme salienta Ruth. Em média, segundo ela, o crescimento é de 20% a cada ano. Em 2019, última edição presencial, participaram 94 cidades, sendo 24 novatas. Na atual edição, mesmo com os impactos da pandemia de Covid-19, o projeto chega ao final com 102 cidades, 25 delas ingressante.

Alunos e comunidades são impactados

O contato com o parlamento leva a desdobramentos importantes do PJ Minas nas comunidades. Ruth Schmitz destaca que muitas câmaras foram redesenhadas a partir do projeto, tanto no que diz respeito à abertura para a sociedade quanto à própria organização institucional.

Nos jovens, o impacto também é real, segundo ela, porque o projeto não faz simulações, e os estudantes participam e decidem, de fato. “O PJ chega à maioridade inteiramente consolidado. É um dos projetos de educação para cidadania voltado para a juventude mais consistentes que temos no parlamento brasileiro”, define.

Outra repercussão é na academia. Ruth lembra que há muitos trabalhos e estudos sobre o PJ Minas. “Temos muita gente pensando sobre ele e isso também o fortalece”, avalia.