Reunião desta quarta (6) marcou o retorno 100% presencial dos parlamentares ao Plenário
Cleitinho Azevedo fez críticas à Copasa
Deputados analisam anúncio do pagamento de auxílio emergencial de R$600

Críticas à Cemig, Copasa e ao governo pautam Plenário

Deputado denuncia altos salários de conselheiros da Copasa, que participam de uma única reunião por mês.

06/10/2021 - 19:06

Na primeira reunião de Plenário após o retorno 100% presencial dos parlamentares, três dos quatro oradores inscritos criticaram declarações e projetos defendidos pelo governador Romeu Zema (Novo), assim como a má administração da Cemig e da Copasa. Esta última, foi denunciada por pagar salários astronômicos a sete conselheiros. Na Reunião Ordinária da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) desta quarta-feira (6/10/21), outro deputado apresentou alternativas ao Regime de Recuperação Fiscal

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O deputado Cleitinho Azevedo (Cidadania) denunciou que a Copasa pagou, somente em 2021, quase R$ 8 milhões para sete conselheiros da empresa, que participam de apenas uma reunião por mês. “Este é o real motivo da (conta de) água estar tão cara: R$ 130 mil pagos por mês para cada conselheiro. Isso precisa acabar”, reclamou.

O parlamentar citou os nomes dos conselheiros: André Macêdo Facó, Hélio Coutinho Beltrão, Joel Musman, Márcio de Lima Leite, Reynaldo Passanezi Filho, Carlos Eduardo Rocha e João Bosco Senra (representante dos empregados). "Temos mais de 30 cidades no Estado sem fornecimento de água, parte da população sem saneamento básico e com esgoto a céu aberto. Façam a Copasa trabalhar direito”, cobrou dos conselheiros.

Por fim, o deputado pediu que os colegas olhem com carinho projetos de sua autoria. “Sou um dos que mais propôs projetos, entre eles, o que dá ao cidadão a liberdade de comprar a placa de carro onde quiser”, pontuou.

Auxílio financeiro

Ao comentar o anúncio de pagamento da parcela única de R$ 600 do Força Família, auxílio financeiro do Estado a pessoas em extrema pobreza, o deputado André Quintão (PT) elogiou a iniciativa da Assembleia, que aprovou o projeto que criou o benefício, e, ao mesmo tempo, condenou as falas de Zema sobre o assunto.

“Cumprimento Agostinho Patrus (PV) e todos os parlamentares. Tivemos coragem de avançar para um programa de complementação de renda”, enalteceu. Por outro lado, ressaltou: “Zema disse que a parcela ia ser usada para pessoas gastarem em botecos, revelando preconceito contra os pobres e desconhecimento de como os recursos são usados desde a instituição do Bolsa Família”.

André Quintão completou que, se o gestor estadual avalia que a transferência de renda paga mensalmente é mais efetiva, deve acelerar a tramitação de projetos na Casa que estabelecem a renda básica estadual, de R$ 150, complementar ao Bolsa Família.

Por fim, o deputado criticou a postura do governador durante a visita do presidente da República, Jair Bolsonaro, a Minas Gerais. “Perto de Bolsonaro, que segurava uma criança fardada, ele tirou a máscara. É inacreditável”, disse.

Críticas e opções ao regime de recuperação são apresentadas

Em tom de alerta, a deputada Beatriz Cerqueira (PT) falou sobre a proposta do governo que prevê a adesão do Estado ao Regime de Recuperação Fiscal, proposto pelo governo federal. “O governador tenta emplacar um projeto falido, que não deu certo em nenhum estado. O Rio de Janeiro, que aderiu a esse regime, quebrou”, salientou. No seu entender, se houver adesão, políticas sociais, como de educação e saúde, serão cortadas.

A parlamentar acrescentou que, além do Executivo, o Legislativo será afetado, pois toda a gestão ficará subordinada ao governo federal por nove anos, o que forçará Minas a vender suas estatais. E todo o serviço público será precarizado, pois o Estado estará impedido de fazer concursos ou reajustar salários.

Em outro momento, Beatriz Cerqueira valorizou a CPI da Cemig, que traz à tona o aparelhamento da empresa. “Contratos bilionários sem licitação; diretor de Cemig indicando sua empresa para fazer contratação”, citou ela, destacando que a comissão tornou públicos esses fatos.

Deficit

O deputado Virgílio Guimarães (PT) buscou mostrar ao governo opções distintas ao Regime de Recuperação Fiscal para a redução do deficit estadual. “Desde 2019, tenho apontado que há setores à margem da nossa tributação. O principal é o segmento dos gigantes internacionais da comunicação”, frisou.

O parlamentar destacou que havia dúvidas técnico-jurídicas em relação ao enquadramento de empresas como o Whatsapp, o Facebook e o Instagram. Entretanto, conforme sua alegação, foi decidido que todos esses aplicativos fazem comunicação e lucram com ela. “E com a grande vantagem de que a tributação desses grupos não é transferível para o consumidor final”, constatou.

Minuto de silêncio - Parte do tempo de Virgílio Guimarães foi utilizado para um minuto de silêncio em memória do empresário Antônio Pontes da Fonseca, dono da Calsete, empresa de mineração, e de outros empreendimentos em Sete Lagoas (Região Central). Ele faleceu em decorrência da Covid-19.