Uma visita da Comissão de Educação, Ciência e Tecnologia da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) à Escola Estadual Desembargador Rodrigues Campos, no bairro Barreiro, em Belo Horizonte, foi prometida pela deputada Beatriz Cerqueira (PT), durante audiência da comissão nesta quarta-feira (18/8/21).

A diretora da Superintendência Regional de Ensino (SRE Metropolitana B) da Secretaria de Estado de Educação, Kátia Liliane Alves Canguçu, se colocou à disposição para acompanhar a comissão durante a visita, cuja data ainda não foi agendada. 

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O diretor da Escola, Virgílio Alfredo de Araújo, professores, mães, alunos e demais participantes da comunidade escolar reclamaram da falta de comunicação da SRE, que planeja demolir a escola e construir, no lugar, um prédio mais bem equipado, para atender os 1.100 alunos da instituição juntamente com os mais de 450 alunos de outra escola estadual, a Alberto Delpino.  

O problema é que nenhuma das duas escolas foi consultada ou avisada sobre essa mudança. A Alberto Delpino funciona em prédio atualmente alugado, pois o antigo foi derrubado pela Defesa Civil. Já a Escola Estadual Desembargador Rodrigues Campos teve sua última reforma em 2008, mas se encontra em boas condições, segundo seu corpo escolar. 

De acordo com o diretor Virgílio de Araújo, a instituição só soube da intenção da SRE de derrubar o prédio e construir um novo aglutinando as duas escolas quando os técnicos do Departamento de Edificações e Estradas de Rodagem (DER-MG) foram até a instituição para fazer medições do solo. 

“Nós estávamos no escuro até irem lá. Ninguém sabia. Não chega nenhum e-mail da Secretaria de Educação explicando o que está acontecendo pra gente. A comunidade não está de acordo com a fusão. Gostaríamos que esse projeto fosse repensado levando em consideração o que queremos. O novo prédio terá 20 salas, mas nós temos 15 e a Alberto Delpino tem 11. Como fundir 26 salas em 20? Estamos bem preocupados”, explicou. 

A diretora da Escola Estadual Alberto Delpino, Sônia de Jesus Pereira Santos, afirmou desejar que as duas instituições, que são referência desde a década de 1970 no Barreiro, permaneçam autônomas. 

“Não saímos do Barreiro porque quisemos, a decisão não foi nossa. Estamos no Santa Helena, mas temos muitos alunos do Barreiro. As duas escolas precisam de investimento, não atendem a comunidade com dignidade”, afirmou. 

A diretora da SRE Metropolitana B, Kátia Liliane Alves Canguçu, ouviu depoimentos de professores, pais e alunos, que não desejam que a Escola Rodrigues Campos seja derrubada, e propôs também a realização de uma reunião com representantes das duas escolas. 

“Não sei de quem foi a ideia do novo prédio. Pelos terrenos das duas escolas serem próximos, devem ter pensado que era uma boa, para atenderem um mesmo público, num prédio maior que iria oferecer melhor infraestrutura. E até onde sei, as salas da Alberto Delpino são pequenas, pelo espaço ser inadequado. Por isso, 20 salas maiores, arejadas e com mais conforto iriam comportar bem a todos. Precisamos pensar que a Rodrigues Campos não tem como crescer, o terreno a limita. E o processo de derrubada e da nova construção está em encaminhamento. Mas quero acompanhar a visita e fazer uma escuta mais ativa da comunidade”, reforçou.

Falta de diálogo – Os deputados manifestaram preocupação com a situação, tendo em vista que ambas as instituições afirmaram falta de comunicação com a Secretaria de Educação. A presidenta da comissão, deputada Beatriz Cerqueira, disse que um processo desses sem a escuta e construção coletiva com a comunidade escolar está condenado a não dar certo. “O sucesso de um processo tão profundo não vai dar certo sem a gestão, os profissionais, os estudantes e os pais estarem de acordo. Falo isso por experiência”, ressaltou.

O deputado Betão (PT) disse ser uma característica do governo Zema não ouvir as pessoas. “Falta diálogo na Secretaria de Educação com os envolvidos nesse processo. Me solidarizo com a comunidade”. 

Já a deputada Laura Serrano (Novo) ressaltou que o novo prédio pode trazer mais infraestrutura para os alunos, com vestiário, quadra coberta, estacionamento, laboratórios e acessibilidade para atender bem todos os jovens da região central do bairro. “O recurso do aluguel da Alberto Delpino pode ser usado para outros investimentos da área da educação”, completou.