Deputados da comissão acreditam que a operação na comunidade do Rio de Janeiro teve como alvo a repressão à criminalidade

Operação policial no RJ repercute entre deputados

Comissão de Segurança Pública defende ação no Jacarezinho; violência infantil também foi destaque.

12/05/2021 - 14:45 - Atualizado em 12/05/2021 - 15:19

A operação policial desencadeada no último dia 6 de maio no Jacarezinho, comunidade da zona norte da capital fluminense, repercutiu nesta quarta-feira (12/5/21) entre deputados da Comissão de Segurança Pública da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). 

A operação policial, que terminou com 28 mortes, sendo uma delas a de um policial, foi defendida pelo presidente da comissão, deputado Sargento Rodrigues (PTB), que propôs requerimento de congratulações às forças de segurança do estado do Rio de Janeiro pela ação, aprovado pelos deputados João Leite (PSDB) e Delegado Heli Grilo (PSL) e assinado ainda pelo deputado Bruno Engler (PRTB).

Consulte o resultado e assista ao vídeo completo da reunião.

Ao defender a ação da polícia, Sargento Rodrigues fez menção à divulgação de posts nas redes sociais em que criminosos do Jacarezinho estariam exibindo armamentos pesados e seu poderio bélico. O deputado exibiu algumas dessas imagens para reforçar que a operação teve como alvo a repressão à criminalidade.

O presidente da comissão disse ainda que posts atribuídos a membros da facção Comando Vermelho se referiram a vários dos mortos dizendo que eles "se foram no cumprimento do dever", o que para o deputado também confirma a finalidade da operação de reprimir o crime.

O parlamentar, que destacou ter em mãos documento detalhado justificando a operação no Jacarezinho, foi endossado pelos demais deputados. Eles ainda criticaram a determinação do Supremo Tribunal Federal (STF) de restringir operações policiais em comunidades do RJ durante a pandemia, decisão que segundo os parlamentares pode acabar favorecendo o domínio das milícias e do tráfico em favelas.

Nesse sentido, os mesmos deputados e ainda a deputada Delegada Sheila (PSL), que é vice-presidenta da comissão, assinam requerimento para encaminhar ao STF vídeos sobre a situação relatada, e que demonstrariam, entre outros, que o crime organizado imporia pena de morte no interior das favelas.

Violência contra crianças – O presidente da comissão também divulgou na reunião vídeo por ele recebido, no qual uma criança aparece nas imagens sendo agredida violentamente por uma mulher.

As cenas impressionaram os parlamentares e motivaram a aprovação de requerimento para que o material seja enviado a várias autoridades do País. Além das polícias de Minas e do Executivo do Estado, o pedido é para envio do material a todos os governadores e polícias civis e militares dos estados, e ainda a ministérios como da Justiça e da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos. 

O objetivo é pedir providências, no âmbito da competência dos vários órgãos, para divulgar o vídeo, identificar a pessoa que agride, reprimir esse tipo de violência e subsidiar políticas públicas relacionadas à segurança.

Tornozeleira - A comissão também aprovou pedido do presidente para discutir em audiência pública a ocorrência de crimes praticados por criminosos usando tornozeleira eletrônica, além de uma visita à Unidade Gestora de Monitoração Eletrônica (UGME I), para verificar sua infraestrutura e condições de funcionamento.