Andréia de Jesus se indignou ao comentar o caso do empresário catarinense André Aranha, absolvido da acusação de estupro

Deputado teme que o Brasil passe por uma nova onda da Covid

Recrudescimento da pandemia na Europa foi um dos temas de pronunciamentos no Plenário.

04/11/2020 - 16:00

A ameaça de uma segunda onda de Covid-19, denúncias de desvio de recursos destinados à saúde, a decisão da Justiça que inocentou o empresário André Aranha de acusação de estupro e as eleições norte-americanas foram os temas dos pronunciamentos parlamentares durante a Reunião Ordinária do Plenário da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), nesta terça-feira (4/11/20).

Consulte o resultado e assista ao vídeo completo da reunião.

O deputado Carlos Pimenta (PDT), que é médico e presidente da Comissão de Saúde da ALMG, disse que o Brasil corre o risco de passar por uma segunda onda da Covid-19 no primeiro trimestre de 2021, e que a vacina pode ainda não estar disponível nesse período.

“A população não entendeu que a Covid não acabou. A segunda onda está atingindo vários países na Europa e, pelo que estou estudando, é muito mais grave que a primeira. São quase mil mortes por dia na França”, afirmou o presidente da Comissão de Saúde.

Carlos Pimenta fez um apelo para que a população contenha o impulso de se aglomerar em festas e disse que os gestores públicos precisam usar corretamente o dinheiro destinado a reforçar o sistema de saúde.

São 3.300 denúncias de fraudes relacionadas à Covid, contra governadores, secretários, prefeitos. Enquanto as pessoas morrem, é o que as pessoas estão chamando de a farra do covidão”, disse. O deputado lamentou que isso só agrave a situação econômica do Brasil, que já acumularia uma dívida de quase R$ 1 trilhão.

Decisão da Justiça sobre acusação de estupro gera indignação

A deputada Andréia de Jesus (Psol) criticou a absolvição do empresário catarinense André Aranha, que foi acusado de estuprar a blogueira Mariana Ferrer, em um clube de Florianópolis (Santa Catarina), em dezembro de 2018. Mariana tinha 21 anos, na época.

O juiz Rudson Marcos considerou que não havia provas de estupro, enquanto o advogado de defesa, Cláudio Gastão da Rosa Filho, alegou que Aranha não tinha como saber que Mariana, na ocasião, não estava com sua plena capacidade de consentir na relação.

Os ataques humilhantes de Cláudio Gastão a Mariana durante uma audiência na Justiça, exibidos por meio de vídeo divulgado esta semana, geraram inúmeros protestos relativos ao caso, afirmando que o advogado e o juiz teriam criado a ideia de um “estupro culposo”, ou seja, estupro sem intenção.

O sistema de Justiça é um sistema de manutenção de privilégios”, afirmou Andréia de Jesus. Ela disse que a injustiça em casos como esse é muitas vezes endossada pela mídia e pelos governos. A deputada criticou a mídia por uma programação que trata o corpo da mulher como mercadoria e o Governo do Estado por retirar o financiamento dos órgãos que deveriam concretizar políticas de apoio às mulheres.

Eleições – Já o deputado Virgílio Guimarães (PT) aproveitou seu discurso para comentar a eleição presidencial norte-americana. Mesmo antes do resultado, o parlamentar afirmou que todo o processo já demonstra a “defasagem abismal” do sistema político dos Estados Unidos, que adotam a eleição indireta, por meio de um colégio eleitoral.

De acordo com o deputado, o exemplo norte-americano demonstra que todos os países precisam aperfeiçoar constantemente suas democracias e a estrutura do Estado. “A evolução é imprescindível. Vale para eles e para nós”, concluiu Virgílio Guimarães.