Chega à última semana o Minas Arte em Casa, projeto que integra o Assembleia Cultural e busca colaborar para o enfrentamento da crise econômica do setor causada pela Covid-19. A programação traz espetáculos com múltiplos recursos, como vídeo, música, bonecos, jogos de luz e sombra, dança e poesia.

Nesta 13ª semana do projeto, há homenagem a Beethoven, peça infantil interativa, videodança e show que retratam momentos e situações da pandemia e uma performance que aborda a dualidade e as canções de ninar.

As apresentações vão ao ar desta segunda (26/10/20) até sexta-feira (30), às 19h20, pelo Instagram do Assembleia Cultural, pela TV Assembleia e pelo YouTube da ALMG. Depois das estreias, as performances continuam disponíveis nas redes sociais da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG).

Confira as atrações da semana:

• Segunda-feira (26): Igor Ferreira celebra 250 anos de Beethoven

Os 250 anos de nascimento de Ludwig van Beethoven (1770-1827) são o mote da apresentação do pianista Igor Ferreira. Ele interpreta o primeiro e segundo movimentos da “Sonata op.109”, uma das três últimas do compositor, que são consideradas marcos da história da música pelas inovações na forma, nos materiais e nas expressões.

A complexa biografia de Beethoven também compõe a apresentação, denominada “o gênio desafiador das adversidades”. Igor Ferreira destaca que, mesmo enfrentando críticas às suas habilidades, disputas familiares e um processo de surdez, o compositor resistiu e deixou um legado de enorme importância para a música mundial.

“A resiliência e, mais ainda, a ousadia de Beethoven ao desafiar sua condição de surdo e levar a música para novos e maravilhosos caminhos é uma das maiores inspirações que podemos ter neste momento tão difícil, marcado pelo isolamento e pelo sofrimento”, afirma o pianista. 

Igor Ferreira é bacharel em Música, com habilitação em Piano, pela Universidade do Estado de Minas Gerais (Uemg). É músico cantor da Fundação Clóvis Salgado e membro efetivo do Coral Lírico de Minas Gerais desde 2014. Atualmente é mestrando em Performance Musical pela University of Hartford, na cidade de Hartford (EUA).

• Terça-feira (27): Duo O Quintal da Guegué apresenta “Brincantar!”

Em “Brincantar!”, o duo O Quintal da Guegué convida as crianças a participarem de uma experiência musical e lúdica, tendo como base cantigas populares do universo infantil, como “Levanta boi”, “Havia um sapo” e “No caminho da roça”. 

A atriz Gledes Gualberto e o músico Paulo David usam bonecos, adereços, situações cênicas e lúdicas para convocar o público a interagir e a se conectar à brincadeira, numa experiência participativa. A apresentação conta ainda com a editora de vídeo Clara Gualberto Ferreira.

O Quintal da Guegué promoveu sua primeira perfomance pública em 2013 e, desde então, já se apresentou em diversos projetos e circuitos artísticos realizados no Estado. O duo trabalha com diferentes linguagens expressivas, integrando música criativa, teatro, histórias cantadas e brincadeiras musicais, tendo como marca registrada a interatividade com o público.

• Quarta-feira (28): Videodança busca raios de sol em meio à pandemia

Um artista da dança preso em casa, devido à pandemia, buscando nos raios de sol inspiração e motivação para continuar criando e vivendo. Assim se desenrola “Retrato do Sol”, do bailarino e coreógrafo Cristhyan Pimentel. 

Toda a performance, que une elementos das danças clássica e contemporânea, é revelada ao público por meio de sombras refletidas em uma parede, criadas pelos imaginários feixes de luz do sol que penetram no ambiente através de uma janela. A apresentação conta ainda com o intérprete e editor do vídeo Josué Maciel Reis.

Cristhyan Pimentel é artista independente, bailarino, professor de balé clássico, ensaiador e coreógrafo. Iniciou os estudos aos 19 anos e, logo depois, foi para o Rio de Janeiro, onde estudou na Escola Estadual de Danças Maria Olenewa e fez estágio no Corpo de Baile do Teatro Municipal, integrando, ainda, a Cia Jovem do Estado do Rio de Janeiro, sob direção de Dalal Achcar.

Em 2014, já em Belo Horizonte, atuou como bailarino na Cia Sesc de Dança, permanecendo lá até o seu fechamento em 2019.

• Quinta-feira (29): Canções de ninar embalam performance “Escuro”

A dualidade é ponto central da performance “Escuro”, concebida pelo projeto solo Barda, de Paula Campos Carvalho. Claro e escuro, noite e dia, introversão e extroversão são explorados com simplicidade e com uma aparente monotonia do movimento pendular da personagem na luz e na sombra. 

O mundo onírico e o mundo interior, invocados a partir das canções de ninar, perpassam a cena. “Essas canções têm o poder de despertar emoções e lembranças de vivências primordiais, de modo pessoal e também comunitário pois fazem parte do imaginário popular e coletivo”, afirma a artista. 

O trabalho é totalmente autoral, incluindo-se a trilha musical, feita em colaboração com o músico Rossano Polla. As temáticas universais de vida, morte, transmutação, saúde, erotismo, espiritualidade, silêncio e mistério são sempre a base do trabalho do projeto solo Barda, que existe desde 2014 e se utiliza de múltiplos meios como música, cênicas, dança, poesia, vídeo e fotografia.

Paula Campos Carvalho é bacharela em Artes Plásticas com habilitações em Cerâmica, Escultura e Pintura pela Escola Guignard (BH-MG). Ela atuou em coletivos e também fez cursos de música, dança e filosofia. Atualmente é terapeuta em medicina tradicional oriental em formação pela Escola Neijing.

• Sexta-feira (30): Bia Nogueira e A Carta trazem o show “Juntxs”

“Juntxs” é o showcase do projeto Bia Nogueira e A Carta, conduzido pela multiartista Bia. A apresentação é aberta com a música “Sobre Solidão e Saudade”, que aborda os sentimentos gerados pelo isolamento social, a quarentena imposta pela pandemia. 

Na sequência, “Mantra diversas” vem reforçar a ideia de união, em especial das mulheres, vítimas de crescente violência. “Infelizmente, vemos um aumento da agressão doméstica e do feminicídio durante a pandemia, e essa música vem defender a necessidade de estarmos unidas para tentar superar essa questão tão urgente”, reforça Bia.

Além da vocalista, o show conta com Bruno de Oliveira Miranda (baixo), Debora Luana da Costa (percussão e efeitos) e Thiago Silva Quintino dos Santos (teclados). A produção musical é de Debora Luana da Costa e a produção e edição de vídeo, de Bartira Amorim Prosdocimi Duarte.

Bia Nogueira tem licenciatura em Música pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Entre 2005 e 2009 participou do processo de investigação estética "A voz como extensão de um corpo em movimento” com os orientadores João das Neves, Irene Ziviane e Titane. Bia também fez inúmeras oficinas e cursos nas áreas de teatro, música e dança. E lançou, em 2018, seu primeiro álbum autoral “Diversa”.