O espetáculo
A violinista Hyu-Kyung Jung apresenta, junto com o violoncelista Eduardo Swerts, obra de Beethoven
Eduardo Swerts faz parte do Trio Villani
A apresentação “Nana e bana” dá dicas de alimentação saudável para as crianças
“A Terra gira” apresenta cena da obra
Ricardo Itaborahy apresenta composição autoral instrumental “Angelus”

Semana cultural tem homenagem aos 250 anos de Beethoven

Música instrumental, mudança de hábitos, limitação de espaço e negacionismo pontuam ou outros espetáculos da semana.

08/10/2020 - 13:50

Na 11ª semana de apresentações do Minas Arte em Casa, as consequências do isolamento social provocadas pela Covid-19 norteiam três atrações: a peça infanto-juvenil “Nana e bana”; a dança contemporânea “Entocados”; e a cena “A Terra gira”, de Jeane Doucas.

O projeto de apoio e fomento à cultura da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) ainda traz uma homenagem aos 250 anos do compositor Beethoven e uma apresentação musical instrumental autoral com influências barroca e mineira.

Os encontros acontecem destas segunda (12/10/20) a sexta-feira (16), às 19h20, pelo Instagram do Assembleia Cultural, pela TV Assembleia e pelo YouTube da ALMG. Depois das estreias, as performances continuam disponíveis nas redes sociais da Casa.

Desde o dia 3 de agosto, a ALMG tem promovido o Minas Arte em Casa, projeto que integra o Assembleia Cultural. O objetivo é colaborar para o enfrentamento da crise econômica do setor causada pela Covid-19.

Programe-se para as próximas atrações:

  • Segunda-feira (12): “250 anos de Beethoven na sua casa!”

Os artistas Hyu-Kyung Jung, no violino, e Eduardo Swerts, no violoncelo, fazem a performance da obra “Duo woO 27 Nr.1 in C”, no recital “250 anos de Beethoven na sua casa!”. A apresentação intimista, feita dentro de casa, foi adaptada ao período de quarentena.

Ludwing Van Beethoven nasceu em 17 de dezembro de 1770, em Bonn, na Alemanha. Morreu no dia 26 de março de 1827 em Viena, na Áustria. Compôs mais de 90 obras entre o Classicismo e o Romantismo. É considerado um dos pilares da música ocidental, por proporcionar o desenvolvimento da linguagem e do conteúdo musical em suas obras.

O belo-horizontino Eduardo Swerts graduou-se em Violoncelo na Universidade do Estado de Minas Gerais (Uemg) e, na Alemanha, concluiu mestrado em Performance, o Artist Diploma e o Kammermusik Studium na Musikhochschule Münster e na Robert Schumann Hochschule Düsseldorf. Membro da Orquestra Filarmônica de Minas Gerais, atuou também em outras orquestras na Alemanha e Itália, além da Orquestra das Américas, como primeiro violoncelo.

Eduardo venceu o I Concurso de Música de Câmara de Münster com a pianista Risa Adachi, apresentando-se na Grécia, em Portugal, na Alemanha e no Brasil. Como membro do Trio Villani, lançou o álbum “Três tons brasileiros”. Professor de violoncelo da Uemg, é convidado regular em vários festivais de música no Brasil, além de idealizador e diretor artístico do Belo Cello Festival.

Natural de Seul, na Coréia do Sul, Hyu-Kyung iniciou seus estudos em Hamburg, Alemanha, recebendo aos 11 anos sua primeira premiação no Jugend Musiziert, em Frankfurt. Após seu bacharelado na Kyung Hee University, em Seul, retornou à Alemanha para o mestrado em Performance e o Artist Diploma, na Musikhochschule Münster.

Hyu-Kyung foi membro da EuroAsian Symphony Orchestra, da Sinfonieorchester Münster e Spalla da Kammerorchester Westfalen. Violinista do Emsland Quartett, apresentou-se na Holanda, Chile e no Schleswig-Holstein Festival. Ainda como camerista, atuou na WDR3 Musikfest e Deutscher Rundfunk. Em 2012 mudou-se para o Brasil para integrar a Orquestra Filarmônica de Minas Gerais, tornando-se violinista principal assistente em 2017.

  • Terça-feira (13): Cena infanto-juvenil “Nana e bana”

A apresentação “Nana e bana” tem como tema central o isolamento das pessoas devido à pandemia do coronavírus e a influência dessa nova realidade nos hábitos alimentares.  A performance dialoga diretamente com as crianças, utilizando-se de uma linguagem leve e divertida, com muito aprendizado e didatismo.

As duas personagens dão dicas valiosas sobre quais alimentos são saudáveis, e quais devem ser evitados ou consumidos com moderação, sempre com muito bom humor. Além das informações sobre alimentação, as irmãs falam da prevenção ao coronavírus, ressaltando a importância de seguir regras como ficar em casa e utilizar máscaras.

A Mais Produtora atua na área artística desde 2013. Formada pelas atrizes Efigênia Maria Pereira e Paula Libéria, além da produtora Tatiane Soares, o grupo já participou de diversos festivais e encontros, como a Mostra Era uma Voz, o Valorize BH, o Festival Degusta Cultura, a Mostra Anamnese BH, O Serão de Contos, o BH Ao pé do Ouvido, o BH Arte em Tradição e a Candeia Mostra Internacional de Narração Artística.

Paula Libéria é atriz, formada pelo Centro de Formação Artística (Cefar), da Fundação Clóvis Salgado. Participou de diversos espetáculos, entre eles “Chacrinha, o musical” e “Menos de nós”. 

Efigênia Maria é atriz, formada pelo Centro de Formação Artística (Cefar) da Fundação Clóvis Salgado. Atuou na Cia. Condelon nas peças “Pequeno príncipe”, “Ganso de ouro”, “Pedaços de vida”, “Balada” e “Sorvete condelon”. Também participou de diversos espetáculos como “Saltimbancos” e “Rei leão”, pela Copas Produções. Efigênia também é bailarina do Grupo Guararás.

  • Quarta-feira (14): grupo de dança NUN com “Entocados”

A apresentação “Entocados”, do Grupo NUN, é inspirada no segundo espetáculo do coletivo, “Ferinas couraças”, e tem como ponto de partida as condições de limitação de espaço físico que todos estão vivendo na quarentena. A coreografia tem como base as técnicas de dança contemporânea, presentes na linguagem do grupo em todas as suas performances. A trilha sonora é original, composta para a peça “Ferinas couraças”.

O NUN, fundado em 2018, é um grupo independente de dança contemporânea da cidade de Juiz de Fora (Zona da Mata). A trupe promove diversas ações de formação em dança e participando de performances nas ruas, praças e locais públicos.

Em 2018, participou da 17ª Campanha de Popularização do Teatro e da Dança estreando seu primeiro espetáculo: “Amanhã talvez eu faça a mesma coisa”. O segundo espetáculo - “Ferinas couraças” - foi apresentado em 2019.

Também promoveu o evento “Entre laços”, que reuniu três estilos de arte (dança, música e artes plásticas), que foram apresentados simultaneamente e em interação.

  • Quinta-feira (15): cena “A Terra gira”, com Jeane Doucas

A cena “A Terra gira”, de Jeane Doucas, é uma proposta com linguagem híbrida, e utiliza recursos de teatro, vídeo, música e dança. A performance é um trecho da obra “Vida de Galileu”, do dramaturgo Bertold Brecht

A peça original é uma elaboração sobre a vida do físico e astrônomo Galileu Galilei, que viveu nos séculos XVI-XVII, em plena era da Inquisição. À época, acreditava-se que a Terra era o centro do universo e que os demais astros – Sol, Lua e todos os outros - giravam em torno dela. Por meio de suas pesquisas, Galileu descobre que a Terra não é estática e ela é quem gira em torno do Sol. Ao propagar suas descobertas, a Igreja vê-se ameaçada e persegue Galileu até o ponto de julgá-lo. Durante a Inquisição, Galileu nega suas descobertas para se livrar da fogueira.

A temática de “A Terra gira” continua bastante atual e relevante em tempos de negacionismo da ciência e em que todo tipo de ideias e crenças obscurantistas começam a surgir, como o terraplanismo e as curas milagrosas para o coronavírus.

Jeane Doucas é formada no Teatro Universitário da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e possui mestrado em Teatro pela Unirio. Montou mais de 30 peças como atriz, diretora, figurinista e cenógrafa. Realizou diversos cursos de formação com nomes de grande projeção artística como Antunes Filho, Denise Stocklos, Maura Baiocchi e Yoshito Ohno.

Há 11 anos é diretora do espaço Casa da Mãe Jeane, onde leciona aulas de interpretação para cinema, teatro e dança Butô. Já ministrou mais de 40 cursos, workshops e oficinas no Brasil e exterior. Foi professora de interpretação e direção no curso de Artes Cênicas da Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop).

Jeane foi escolhida a melhor atriz pela crítica de BH, no espetáculo, "Ó: a família do seu Nelsinho tem insônia!". Também recebeu o prêmio de melhor figurino pelo espetáculo "Estranhas galinhas", na I Mostra de Teatro de Betim, e o prêmio de Teatro Myriam Muniz, pelo espetáculo "As Bacantes”.

  • Sexta-feira (16): voz e piano de Ricardo Itaborahy, em “Angelus e variações”

“Angelus” é uma música autoral instrumental, com algumas vocalizações, que retrata a face musical do compositor, pianista e produtor Ricardo Itaborahy em um trabalho com fortes influências do barroco, da música mineira e do pianista Lyle Mays, aqui reverenciado.

Ricardo é pianista, compositor, arranjador, produtor e diretor musical. Lançou os álbuns “Ricardo Itaborahy – Belafonte” e “Ricardo Itaborahy – Trino” com composições de sua autoria, além de clássicos da música brasileira e do jazz universal em arranjos instrumentais modernos.

Integrante do “Dudu Lima Trio", apresentou-se na Itália, Bélgica e República Tcheca. Gravou com o trio 11 álbuns e seis DVDs, entre eles o trabalho com o clipe "Tamarear", com Milton Nascimento.

Com o seu projeto “Piano solo” apresentou-se em São Paulo no “Piano na Praça”, e  recebeu das mãos do maestro Wagner Tiso o prêmio Revelação após apresentar seu “Concerto de piano” no Festival Internacional de Piano Solo (Fips), em Belo Horizonte.

Em 2019 lançou o DVD “Dudu Lima Trio ao vivo em Ibitipoca”, com a participação especial de Emmerson Nogueira. Está lançando em 2020 o seu novo trabalho, o álbum “Angelus”.