Minas Arte em Casa tem viola caipira e homenagem a Beethoven
Programação também traz homenagem aos 250 anos de Beethoven, espetáculos de dança e de teatro adulto.
01/10/2020 - 14:11Na programação da próxima semana do Minas Arte em Casa, projeto de fomento à cultura da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), o violeiro Chico Lobo apresenta quatro canções inéditas que estarão em seu novo álbum. O público poderá conferir ainda espetáculo infantil de incentivo à consciência ambiental, encenação que questiona os limites do home office em tempos de pandemia e dança inspirada nos movimentos de ioga e capoeira. Na música erudita, espetáculo que mescla violoncelo e pintura em homenagem aos 250 anos de Beethoven.
Os encontros são destas segunda (5/10/20) a sexta-feira (9), às 19h20, pelo Instagram do Assembleia Cultural, pela TV Assembleia e pelo YouTube da ALMG. Depois das estreias, as performances continuam disponíveis nas redes sociais da Casa.
Essa é a décima semana de apresentações do Minas Arte em Casa, projeto que integra o Assembleia Cultural e tem como objetivo colaborar para o enfrentamento da crise econômica do setor causada pela Covid-19.
- Segunda-feira (5): Música e pintura em homenagem a Beethoven
A partir do tema da 9ª Sinfonia de Beethoven, em um arranjo para violoncelo, o artista Guilherme Gonçalves encontrou uma maneira de homenagear, dentro de sua casa, o gênio alemão da música erudita. Este ano, completam-se 250 anos de seu nascimento.
Na apresentação, o artista também se expressa por meio da pintura: intercaladas à execução da obra de Beethoven, há cenas de Guilherme criando uma aquarela com a imagem do compositor.
Guilherme iniciou os estudos na escola de formação de instrumentistas de cordas do Sesiminas. Também integrou a Orquestra Jovem Sesiminas e as orquestras sinfônicas de Betim e da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Atualmente, cursa o último semestre de bacharelado em Violoncelo pela UFMG. O artista foi premiado no concurso Jovem Músico BDMG.
- Terça-feira (6): Peça infantil “Aula on-line da Tekne”
Tekne é a protagonista desta peça audiovisual, com interpretação de Amarilis Vitale Cardoso e roteiro de Marise Vitale Cardoso. Na apresentação, a personagem utiliza uma plataforma de ensino a distância para tocar duas canções para os seus colegas de sala.
Usando roupas e acessórios feitos de material reciclável, Tekne vai ensinar aos seus amigos a importância de se cuidar do planeta, com muita diversão e leveza.
A encenação, que integra o projeto “O planeta agradece - Entretenimento educativo sustentável”, aborda o cotidiano das crianças em tempos de pandemia e as encoraja a realizar práticas do ensino virtual. Além disso, traz a mensagem da importância da inclusão, ao mostrar crianças de diversos grupos étnicos presentes na “sala de aula” da plataforma on-line.
Dedicado ao público infantil, o projeto “O planeta agradece” foi criado em 2010 por Amarilis como fomento à consciência ambiental.
Currículo - Amarilis começou seus estudos de violino aos três anos. Também estudou balé, tap dance, canto-coral, além de tocar em bandas de rock. Fez um curso de formadores na área da música, de produção musical e de técnicas de palhaçaria na Colômbia. Atualmente, está cursando Sonoplastia e Desenho Sonoro na SP Escola de Teatro, em São Paulo.
Em 2007, na Espanha, funda com sua irmã Marise o duo NSISTA. Com este projeto, se apresentam na China, em países da Europa e da América do Sul, além de diversas capitais do Brasil.
- Quarta-feira (7): Videodança é inspirada em ioga, capoeira e danças populares
“Instar: CHÃO” é uma videodança concebida pela dançarina Carol Vilela e pelo artista digital Sandro Miccoli, inspirada livremente em posturas de ioga, capoeira e danças populares latinas. A partir das especificidades da dança e do audiovisual, o trabalho propõe um único discurso para debater as diferentes relações que o homem estabelece com o chão, que pode assumir diferentes significações: a superfície que nos suporta, o planeta, o elemento natural terra, mas também a cultura e as tradições de um povo.
Entre as significações do verbo “instar”, por sua vez, estão aquelas de solicitar, pedir com urgência ou cujo desenvolvimento é iminente. A apresentação propõe uma reflexão que se faz urgente: examinar as relações que estabelecemos com aquilo nos sustenta, modela e acolhe.
Sobre os artistas - Além de dançarina, Carol Vilela é professora e pesquisadora de dança. Ela é graduada em Dança pela Université Paris 8 e mestre em História pela EHESS de Paris. Sua pesquisa acadêmica aborda questões da história, da memória e de arquivos em dança e dos patrimônios culturais imateriais.
Em Belo Horizonte, formou-se em Dança Clássica e Contemporânea em diferentes escolas e grupos, entre os quais o Centro de Formação Artística (CEFAR) da Fundação Clóvis Salgado e o Ballet Cristina Helena. Integrou o Dança Jovem e o Compasso Grupo Experimental.
Sandro Miccoli é educador, artista digital e especialista em novas mídias. Graduado em Sistemas de Informação pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), realizou mobilidade acadêmica em Amsterdam, na Holanda, onde integrou o MediaLab Amsterdam e cursou Tecnologia de Jogos na Hogeschool van Amsterdam. Posteriormente trabalhou em um projeto sobre lixo urbano em Bangalore, na Índia.
Já participou de festivais no Brasil e em países como México, Holanda e Croácia.
- Quinta-feira (8): Encenação “Ajuste focal”, de Felipe Jawa
Ajuste Focal é uma videoarte poética que reflete sobre a necessidade da desaceleração para a manutenção da vida. É um manifesto contra a velocidade que nos é imposta e nos convida a repensarmos a forma como produzimos, reproduzimos, vivemos e sobrevivemos, apresentando a lentidão e o ócio, como processo e cura.
Ajustar o foco significa deslocar a atenção para o que passa despercebido, o insignificante, o improdutivo, o tempo livre, para que ele não seja contaminado de trabalho nem se torne descartável. A apresentação é uma ode à “perda de tempo”. A câmera mostra um “dia inútil” na vida de um homem, com a intenção de ajustar o foco e transformar o ordinário em extraordinário.
“O contexto pandêmico da Covid-19 tem imposto a desaceleração da vida, o isolamento e o distanciamento social. Como alternativa à desaceleração imposta, o home office tem tomado conta do nosso cotidiano de tal maneira que não distinguimos mais qual dia é feriado ou final de semana”, declara Felipe.
Currículo - Mineiro de João Monlevade, a atuação de Felipe no cenário cultural do Estado se inicia na música, em Belo Horizonte. Foi cofundador, compositor e vocalista da banda Senhor do Bonfim, vencedora do Bud MECA Challenge, em 2016. Atualmente, é graduando em Arquitetura e Urbanismo na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
O artista atuou nos espetáculos “A brincadeira”, de Júlio Viana e Rafael Conde, e “Ignorância”, do Grupo Quatroloscinco.
Aos 24 anos, Jawa é ativista do movimento negro de BH. Integra o coletivo Malungo da Escola de Arquitetura da UFMG, que surge da necessidade de enfrentar o racismo institucional e evidenciar epistemologias afro-brasileiras na produção do espaço.
- Sexta-feira (9): Chico Lobo apresenta “Sertão em mim"
Quatro músicas e um toque de viola representam a proposta da apresentação de Chico Lobo especialmente criada para o projeto Minas Arte em Casa. Todas as composições são autorais e inéditas e estarão no próximo álbum do artista mineiro. São elas: “Sertão”; “Caminhos de João”, em parceria com Joãzinho Gomes; “Toque de Viola”; “Roda da Vida”, em parceria com Tavinho Limma, e “Sagrado em Meu Olhar”.
O conjunto das músicas reflete um percurso de Chico Lobo pelo o que ele considera sagrado: o sertão. Inspirado no Grande Sertão Veredas, de Guimarães Rosa, é um mergulho por meio da viola — patrimônio imaterial de Minas Gerais — na essência da mineiridade.
Sobre o artista - Nascido em São João del-Rei, Chico Lobo é compositor, violeiro, cantador, diretor e produtor musical. Com mais de 30 anos de carreira, já tocou em inúmeros palcos em todo o Brasil e em outros países, como Itália, Canadá, Chile, Colômbia e Portugal. Idealizou e apresenta, desde 2003, o programa Viola Brasil pela TV Horizonte. Também já apresentou o programa “O canto da viola” pela Rádio Inconfidência. Lançou 25 CDs, dois DVDs e um livro.