Seminário Virtual na ALMG debate Lei Aldir Blanc
Evento, na quarta (23) e na quinta (24), visa contribuir na implementação da lei de apoio à cultura na pandemia.
17/09/2020 - 14:35 - Atualizado em 22/09/2020 - 15:50A Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) realiza nas próximas quarta (23/9/20) e quinta-feira (24) o Seminário Virtual Lei Aldir Blanc. O objetivo é discutir a lei federal para auxílio ao setor cultural e as ações necessárias para a sua operacionalização no Estado.
A Lei 14.017 foi publicada em 29 de junho de 2020 e dispõe sobre ações emergenciais destinadas a essa área a serem adotadas durante o estado de calamidade pública em função da pandemia de coronavírus. A norma leva o nome do compositor e escritor Aldir Blanc, que faleceu em maio vítima da Covid-19.
O pagamento do primeiro lote de recursos teve início no último dia 11 de setembro. Outros repasses estão previstos até fim de outubro. Mas, para receberem os valores, pessoas físicas e espaços culturais devem estar cadastrados, o que torna necessário que gestores estejam devidamente informados sobre a referida legislação.
Profissionais e agentes da cultura, gestores municipais e integrantes dos legislativos municipais, entre outros, poderão acompanhar o evento e ter acesso a informações sobre o contexto de elaboração da lei, os aspectos da sua execução no Estado e nos municípios, e pontos para garantir a segurança jurídica na sua implementação.
Confira a programação:
Dia |
Horário/Atividade |
Expositor/Mediador |
23/9 |
14 horas Abertura |
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23/9 |
15 horas Painel 1 – Lei Aldir Blanc e a valorização da cultura em tempos de pandemia |
Bernardo Mata Machado – historiador e mestre em Ciência Política pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
José Márcio Barros - doutor em Comunicação e Cultura pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
Mediadora: Flávia de Mello Neves - vice-presidente da Rede Estadual de Gestores Municipais de Cultura e Turismo de Minas Gerais |
23/9 |
16h30 Participação do público via formulário Participe Agora |
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23/9 |
18 horas Encerramento |
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24/9 |
9 horas Painel 2 – Desafios da implementação e execução da Lei Aldir Blanc no Estado e nos municípios |
Fabiano Piúba, secretário de Estado de Cultura do Ceará
Higino Brito Vieira, secretário executivo adjunto do Ministério do Turismo
Ney Carrasco, presidente do Fórum de Gestores e Dirigentes de Cultura das Capitais e Municípios Associados
Úrsula Vidal Santiago de Mendonça, presidente do Fórum Nacional de Secretários e Dirigentes Estaduais de Cultura e secretária de Estado de Cultura do Pará
Mediador: José de Oliveira Júnior - coordenador da Comissão de Gestão Estratégica para Aplicação e Execução da Lei Aldir Blanc em Minas |
24/9 |
11 horas Participação do público via formulário Participe Agora |
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24/9 |
14 horas Painel 3 – Segurança jurídica na implementação e execução da lei: o que dizem os órgãos de controle e a legislação eleitoral |
Márcio André Santos de Albuquerque - secretário de Controle Externo do Trabalho e Entidades Paraestatais do TCU
Francisco Humberto Cunha Filho – advogado da União
Vitor Studart – membro do Instituto Brasileiro de Direitos Culturais (IBDCult)
Natália Aparecida Ferreira, analista de controle externo do TCE-MG
Edson de Resende Castro, promotor de justiça |
24/9 |
16 horas Participação do público via formulário Participe Agora |
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24/9 |
18 horas Encerramento |
Participação - O seminário será transmitido ao vivo, pela TV Assembleia e pelo Portal da Assembleia. Os interessados podem enviar suas perguntas em tempo real, por meio do formulário online Participe Agora, que abre oportunidade para a participação popular e para o esclarecimento de dúvidas sobre a nova lei.
Para parlamentares, seminário vai contribuir para que recursos cheguem a quem precisa
O deputado Bosco (Avante), presidente da Comissão de Cultura, destacou que o objetivo do seminário é que as informações referentes à Lei Aldir Blanc cheguem a todos os municípios mineiros e, assim, eles possam utilizar os recursos previstos para incentivar o setor. “Todas as cidades poderão ser beneficiadas. Mas sabemos que nem todas têm estrutura técnica para efetivar a implementação da lei”, salientou.
Na opinião do parlamentar, este momento traz desafios para que a lei possa ser colocada em prática. “Além da pandemia, que está impactando em todas as áreas, os gestores municipais estão mobilizados com as eleições que acontecerão ainda neste ano”, afirmou.
O deputado Cristiano Silveira (PT), que também está à frente do seminário, reforçou as palavras de Bosco. Para ele, a Lei Aldir Blanc é uma conquista histórica, fruto de grande mobilização do setor cultural, um dos mais impactados pela pandemia.
“O grande desafio é colocar em prática a lei. Estados e municípios precisam construir essa ponte para fazer o recurso chegar em tempo aos agentes culturais que estão desde o início da pandemia sem poder exercer suas atividades profissionais e sem acesso a outros benefícios”, afirmou.
Lei prevê destinação de recursos para Minas da ordem de R$ 135 milhões
De acordo com a Lei Aldir Blanc, a União entregará para estados, Distrito Federal e municípios R$ 3 bilhões para aplicação em ações emergenciais de apoio ao setor cultural. Somente para o Estado de Minas Gerais será destinado o valor aproximado de R$ 135 milhões.
Os recursos serão repassados pela União, mas caberá aos estados e aos municípios determinar as regras de distribuição dos valores. A ajuda emergencial de R$ 600 aos trabalhadores ficará sob responsabilidade dos estados e do Distrito Federal.
Já os municípios e o Distrito Federal serão responsáveis por distribuir os subsídios mensais para a manutenção de espaços artísticos e culturais, microempresas e pequenas empresas, cooperativas, instituições e organizações culturais comunitárias que tiveram as suas atividades interrompidas.
Poderão se beneficiar dos recursos pessoas físicas da classe artística que atuaram social ou profissionalmente nas áreas artística e cultural nos 24 meses imediatamente anteriores à data de 29 de junho.
Também poderão recorrer aos benefícios responsáveis por espaços artísticos e culturais, que incluem microempresas e pequenas empresas culturais e cooperativas, desde que suas atividades tenham sido interrompidas pelas medidas de isolamento referentes à pandemia e que tenham inscrição homologada em pelo menos um cadastro de cultura nacional, estadual, municipal.
A lei prevê três linhas de ações emergenciais, além de linhas de créditos para fomento em atividades culturais. Uma delas diz respeito ao auxílio emergencial de três parcelas de R$ 600 para pessoas físicas que atendam aos critérios. Mães solo, por sua vez, terão direito a duas cotas da renda emergencial, ou seja, R$ 1.200.
A outra, entre R$ 3 mil e R$ 10 mil, é destinada a espaços artísticos e culturais que atendam às exigências. Outra possibilidade é para editais, chamamentos públicos e prêmios destinados a atividades, produções e capacitações culturais.
Pagamentos já tiveram início
Os gestores locais devem informar, por meio da Plataforma Mais Brasil, os planos de execução dos recursos. A partir da data de cadastro do plano, a União terá dez dias para avaliação e liberação dos valores.
O cronograma previsto é o seguinte:
- Lote 1 - aprovados até 1º de setembro: receberam até 11 de setembro
- Lote 2 - aprovados entre 2 de setembro e 16 de setembro: recebem até 26 de setembro
- Lote 3 - aprovados entre 17 de setembro e 1º de outubro: recebem até 11 de outubro
- Lote 4 - aprovados entre 2 de outubro e 16 de outubro: recebem até 26 de outubro
Estados e municípios têm, respectivamente, 120 e 60 dias para utilizar os recursos, a partir do momento que receberem as verbas.
Histórico - A ALMG atua de forma constante na promoção do debate e encaminhamento de questões relevantes para a cultura do Estado. Para prestar apoio ao setor cultural, a Assembleia, por meio de sua Escola do Legislativo, realizou a live Lei de Emergência Cultural – Atuação dos Municípios, no último dia 11 de setembro.
Além disso e diante do fechamento, por tempo indeterminado, dos espaços de cultura da Assembleia em decorrência da pandemia, uma das iniciativas mais recentes é o Minas Arte em Casa. A medida é voltada para a seleção de propostas de artes cênicas e de música em plataformas digitais, além de propostas de fotografias.