Rodrigo Miranda apresenta performance do “Impromptu n. 2, op, 31”, uma obra-prima do compositor francês Gabriel Fauré
Mundo mudado traz o planeta como personagem desiludido pelo esgotamento causado pelos homens
Experimento cênico Talvez reflete sobre os atravessamentos causados pela quarentena

Pandemia e vivências musicais inspiram atrações artísticas

O projeto Minas Arte em Casa traz atrações culturais para o público pelas redes sociais da ALMG, de segunda a sexta.

27/08/2020 - 13:37

A adaptabilidade aos novos hábitos e relações ocasionados pela pandemia da covid-19 e a vivência musical de um músico marcam as atrações artísticas desta semana do projeto Minas Arte em Casa, da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), que apoia e fomenta a cultura.

Os encontros serão de segunda (31/8/20) a sexta-feira (4/9), todos às 19 horas, pelo Instagram do Assembleia Cultural, pela TV Assembleia e pelo YouTube da ALMG. Depois das estreias, as apresentações continuam disponíveis nas redes sociais da ALMG.

A programação traz sempre, às segundas-feiras, performances de música erudita; as terças são destinadas ao teatro infantil e juvenil; às quartas, são exibidos espetáculos de dança; às quintas, entram em cena o teatro adulto. Para encerrar a semana, na sexta-feira, música popular.

Até o dia 25 de setembro, 40 artistas selecionados pelo Minas Arte em Casa vão se apresentar pelos canais da ALMG. O projeto integra o programa Assembleia Cultural e tem como objetivo colaborar para o enfrentamento da crise econômica do setor causada pela covid-19.

Programe-se para as próximas atrações:

  • Segunda-feira (31): Pianista Rodrigo Miranda toca Fauré

A apresentação é uma performance do “Impromptu n. 2, op, 31”, uma obra-prima do compositor francês Gabriel Fauré, realizada pelo pianista Rodrigo Miranda. Nela, o artista faz uma introdução em que relaciona o ato de improvisar  - já que o “Impromptu” é essencialmente uma improvisação escrita em partitura - à postura de ética e de adaptabilidade que almeja ver em todos diante da pandemia de covid-19.

O músico iniciou seus estudos de piano em 1982. Depois de concluir o Curso Livre de Piano na Fundação Mineira de Arte Aleijadinho (Fuma) – atual Universidade do Estado de Minas Gerais (Uemg) –, graduou-se em Piano pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), em 2001.

Também estudou na Hartt School of Music, em Hartford, Connecticut, nos Estados Unidos, onde concluiu o Graduate Professional Diploma e o mestrado em Piano. Rodrigo ainda é doutor em Performance Pianística pela University of Connecticut.

O músico possui prêmios nacionais de piano, incluindo os concursos Arnaldo Estrella, Nacional de Piano de Governador Valadares, Art Livre e o Nacional de Piano Orestes Farinello. Foi também vencedor da Miami String Quartet Competition, e, como prêmio, apresentou-se com o quarteto no Bushnell Theater em Hartford.

  • Terça-feira (1º): Cena “Mundo mudado”, com a Trupe Ventania

A Trupe Ventania apresenta no Minas Arte em Casa a cena infanto-juvenil “Mundo mudado”. A ideia surgiu após o início do período de isolamento social, devido à pandemia de covid-19.

O tema é a mudança que o planeta Terra está vivendo, esgotado pelo mau uso que o ser humano fez dele. Então, como protesto, o planeta resolve parar, para instigar uma reflexão sobre o futuro de nossa espécie. De forma lúdica e divertida, com instrumentos musicais e muita leveza, a apresentação ensina e faz pensar.

Criada a partir de uma sonho do diretor teatral Maurílio Romão, a Trupe Ventania nasceu com a proposta de experimentar possibilidades cênicas, unindo o clássico ao popular e levando o teatro para todos. O grupo também tem a preocupação de abordar cenicamente temas que levem o espectador à reflexão, como política, preconceito e tabus sociais.

Em suas montagens, destacam-se “O Gato malhado e a andorinha Sinhá”, “Quem roubou o branco do mundo”, “Auto da folia”, “A farsa do rei”, “Auto da paixão, “Cortejo Trupe Ventania em seresta”, “O rapto das cebolinhas” e  “Estórias de pirata”.

A Trupe Ventania já foi agraciada com prêmios como o Cena Minas (2014) e o Circulaminas (2015).

  • Quarta-feira (2): Dança “O que escorre das janelas”

As artistas Duna Dias e Socorro Dias, do Grupo Contemporâneo de Dança Livre, trazem a apresentação “O que escorre das janelas”. O vídeo é um olhar poético sobre o isolamento social das duas artistas, que são mãe e filha. Ao observar por tantos dias as janelas que as rodeiam e os recortes do olhar que esse período tem provocado, as criadoras e intérpretes buscaram investigar essas sensações que as atravessam e que estão por trás de todas as janelas do mundo.

O Grupo Contemporâneo de Dança Livre trabalha com processos colaborativos, pesquisa e criação em dança contemporânea para palco e rua desde 2010 e já participou de diversos festivais e projetos no Brasil e mundo. É integrado por pessoas com formações artísticas distintas, buscando investigar a dança a partir de experiências entre corpos.

Duna Dias é artista da dança e fundadora do Grupo Contemporâneo de Dança Livre. É estudante do curso de licenciatura em Dança na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e possui graduação em Educação Física, formação técnica em Teatro e anos de entrega às múltiplas possibilidades da Dança. Atualmente é artista multitarefas do Grupo Contemporâneo de Dança Livre e da Cia.Ananda.

Socorro Dias é bailarina profissional desde a década de 80, artista da dança com habilitação em coreografia, direção e figurino. Graduada em Engenharia Civil e com licenciatura em Matemática, aliou seus conhecimentos para suas criações e pesquisas. É integrante e fundadora do Grupo Contemporâneo de Dança Livre atuando como artista, pesquisadora e assistente de produção

  • Quinta-feira (3): Cena adulto “Talvez”

O experimento cênico “Talvez” foi criado a partir de um texto homônimo de Amora Tito, escrito durante o isolamento social devido à pandemia da Covid-19. O texto é uma reflexão sobre os atravessamentos causados por esse momento de quarentena, utilizando de ‘escrevivência’ e de vivências pessoais da autora para mostrar como o distanciamento social afeta nossos corpos.

‘Escrevivência’ é um termo utilizado por Conceição Evaristo para nomear sua forma de escrita, que vem influenciando e empoderando uma nova geração de escritoras e escritores negros.

Amora Tito cursa licenciatura em Teatro na Escola de Belas Artes na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Com a cena curta “Aparecida” venceu o 19° Festival Cenas Curtas Galpão Cine Horto e a Mostra CAW Nacional de Teatro.

Renata Paz cursa licenciatura em Teatro na Escola de Belas Artes na UFMG. É integrante e co-fundadora da Breve Cia (BH) e compõe as equipes pedagógicas da Breve Cursos Livres e da Casa de Semiliberdade São Luís. Com a cena curta “Aparecida”, ambas artistas ganharam o 1° lugar do júri público no 12° Niterói em Cena - Festival Internacional de Teatro.

Fundada em janeiro de 2016, a Breve Cia é composta por Amora Tito, Anair Patrícia, Adriano Borges e Renata Paz, oriundos de regiões periféricas das cidades de Belo Horizonte, Betim e Ribeirão das Neves. Em seu repertório estão “E se todas se chamassem Carmem?” e “Aparecida”.

  • Sexta-feira (4): “Choro de Maria”, com Samy Erick

O Minas Artes em Casa traz a apresentação do músico Samy Erick, guitarrista e violonista, acompanhado do percussionista mineiro Serginho Silva. Juntos, eles interpretam “Choro de Maria”, canção instrumental de autoria de Samy Erick. Nas referências musicais aparecem músicas mineiras e jazz.

Samy Erick começou sua carreira como autodidata, mas foi no bacharelado em Música pela Universidade do Estado de Minas Gerais (Uemg) que desenvolveu suas técnicas. Atualmente é mestrando em Performance Musical pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

Ao longo de sua carreira, o artista se apresentou em espaços e festivais de música, como Seoul Musick Week e Jazz Tonic Festival, na Coréia do Sul (2017), na Embaixada do Brasil, em Berlim, no Jazz und Weltmusik im Holgarten, em Dusseldorf, Alemanha (2016)

Entre os prêmios, destacam-se o BDMG Cultural como melhor disco instrumental de Minas e o BDMG Instrumental como melhor arranjo e melhor trabalho autoral.