Deputados, representantes do setor e do governo se reuniram em audiência conjunta das Comissões de Desenvolvimento Econômico e de Agropecuária
Protagonismo de cooperativas inclui produção de café e agricultura familiar

Cooperativismo cresce na agricultura familiar

Este foi um dos destaques de audiência sobre segmento, que marcou instalação de frente parlamentar.

10/12/2019 - 18:25

Apontado como alavanca para o desenvolvimento do País e responsável em Minas por cerca de 9% do PIB do Estado, o cooperativismo teve sua importância ressaltada nesta terça-feira (10/12/19) por deputados, empresários, cooperados e representantes do governo, que anunciaram ações na área para a agricultura familiar.

Eles participaram de audiência pública conjunta na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), realizada pelas Comissões de Desenvolvimento Econômico e de Agropecuária e Agroindústria, durante a qual foi instalada a Frente Parlamentar do Cooperativismo de Minas Gerais (Frencoop-MG) na 19ª Legislatura e empossados seus membros.

Consulte o resultado e assista ao vídeo completo da reunião

O deputado Antonio Carlos Arantes (PSDB), que pediu a reunião e presidirá a frente, destacou que "o associativismo é uma ferramenta transformadora e que hoje está presente com bons exemplos nos mais diversos segmentos além do agropecuário, como transporte e saúde".

Ele também destacou emenda parlamentar de sua autoria e ainda da deputada Leninha (PT) criando e apoiando com recursos financeiros o programa estadual de alimentação escolar por meio do cooperativismo.

A emenda dos parlamentares foi apresentada ao Plano Plurianual de Ação Governamental (PPAG) e à Lei Orçamentária Anual (LOA), que tramitam na Casa por meio de projetos de lei encaminhados pelo Poder Executivo.

Hoje 30% dos recursos públicos destinados à alimentação escolar devem ser investidos na compra direta de produtos da agricultura familiar por meio de cooperativas. Muito embora Minas se destaque no cooperativismo nacional, foi ressaltado na audiência que o mesmo ainda não ocorreria quanto à organização da agricultura familiar, necessária ao abastecimento do mercado institucional, que compreende órgãos públicos como prefeituras e escolas.

Diante disso, cooperativas de outros estados têm ocupado esse espaço, conforme admitiu em sua fala o representante da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Gilson Sales.

Para reverter esse cenário, além das ações no PPAG e na LOA mencionadas, ele frisou que a secretaria está montando um programa de cooperativismo na agricultura familiar, junto com a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, o Sindicato e Organização das Cooperativas do Estado de Minas Gerais (Ocemg) e o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).

Desburocratização - Já a representante da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Maria Eneila Loiola, destacou que está sendo reativado em Minas o Conselho Estadual de Cooperativismo, que fará uma primeira assembleia em janeiro, e citou que o programa Minas Vive para Crescer, lançado recentemente pelo Governo do Estado, tem o objetivo de desburocratizar pequenos negócios.

Ela avaliou que isso representa um momento ímpar para o desenvolvimento das cooperativas, uma vez que elas podem tornar mais competitivos os pequenos empreendimentos que o governo quer estimular.

União é destacada por deputados

Anunciando a instalação da frente, o deputado Coronel Henrique (PSL), presidente da Comissão de Agropecuária e Agroindústria, ressaltou a importância de os deputados estarem alinhados e próximos ao segmento. “Essa frente vem atender a proposta de unir forças para que o Legislativo, mais do que legislar e fiscalizar, possa representar cada atividade do cooperativismo, com agendas positivas para o Estado”, destacou o parlamentar.

O deputado Professor Wendel Mesquista (SD), empossado vice-presidente da frente, disse que o cooperativismo une as pessoas e está presente nas mais diversas localidades.

Entre outros parlamentares presentes, o deputado Professor Cleiton (PSB) referiu-se ao cooperativismo como importante para o Estado neste momento de crise, e o deputado Gil Pereira (PP) avaliou que o momento pede união de forças.

O deputado Delegado Heli Grilo (PSL) registrou números expressivos do cooperativismo para o desenvolvimento econômico e social. “Nenhum setor do mundo mostrou tanta capacidade de se adaptar e vencer momentos de turbulência e adversidade”, afirmou. O deputado Fernando Pacheco (PHS) disse que o cooperativismo gera trabalho e renda e, por isso, promove também a justiça social.

Minas é destaque em gestão 

O presidente da Ocemg, Ronaldo Scucato, disse que o apoio da ALMG por meio da frente é o reconhecimento de um segmento que inicialmente foi tido como de importância menor ou até mesmo como fraude.

Reforçando que Minas é o segundo estado do País em número de coopertativas e o quinto maior em volume de cooperados e de geração de empregos, ele informou que 56 cooperativas brasileiras foram premiadas este ano pela Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) por se destacarem em gestão, sendo 28 delas de Minas Gerais.

Já o superintendente do Sistema Ocemg, Alexandre Gatti Lages, apresentou dados mostrando que as cooperativas mineiras respondem por quase 50% da produção de café no Estado, 20% do leite e do alho e 29% do algodão e da aveia, tendo exportado no ano passado para 54 países.

Por outro lado, ele destacou também a importância do cooperativismo em outros ramos, dizendo que as cooperativas de crédito têm contribuído para a inclusão financeira da população por estarem presentes em 499 dos 853 municípios de Minas.