Tema da violência já foi discutido em outras ocasições pela Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher - Arquivo ALMG

Aumento de casos de violência contra mulher pauta debate

Dados apontam que o crime de feminicídio cresceu 250% em Belo Horizonte no primeiro semestre de 2019 frente a 2018.

22/11/2019 - 15:12

Na próxima segunda-feira (25/11/19), quando se celebra o Dia Latino-Americano e Caribenho contra a Violência à Mulher, a Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher realiza debate sobre o aumento dos índices de violência contra esse segmento no Estado.

A audiência será às 16 horas, no Auditório do andar SE da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), a requerimento da deputada Beatriz Cerqueira (PT). Ela ressalta que, dos 853 municípios mineiros, apenas 64 contam com delegacias especializadas em atendimento às mulheres, o que dificulta a assistência e favorece a impunidade.

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Dados atribuídos à Polícia Civil e divulgados pela imprensa mineira apontam o registro de 74.361 casos de violência contra mulheres em Minas no primeiro semestre de 2019. O número supera o do mesmo período de 2018 (71.406).

Os números de feminicídio têm oscilação semelhante: 62 no ano passado e 69 neste ano, sempre no período de janeiro a julho. Na Capital, a situação se agrava. Belo Horizonte registrou sete homicídios no primeiro semestre de 2019, contra dois no mesmo período de 2018, alta de 250%.

O crescimento desse tipo de crime em Belo Horizonte já motivou, inclusive, reunião no Ministério Público de Minas Gerais, com representantes das instituições que compõem a rede de proteção à mulher na Capital. O encontro, realizado em outubro, buscou traçar estratégias para enfrentamento do problema.

A subnotificação de casos, comum nas ocorrências de violência contra mulheres, é outra preocupação dos especialistas, porque a realidade pode ser ainda mais preocupante.

Para Beatriz Cerqueira, toda vez que uma mulher morre por ser mulher, existem dois responsáveis: o criminoso e o Estado. Por essa razão, a política seria o espaço de criação de instrumentos que possam interromper esse ciclo de violência. “Nós queremos as mulheres sempre vivas, com dignidade, respeito e acolhimento quando em situação de violência”, enumera.

Para a audiência da ALMG, foram convidadas, entre outras, a diretora de Políticas Para as Mulheres da Secretaria de Assistência Social, Segurança Alimentar e Cidadania de Belo Horizonte, Viviane Coelho Moreira, e a coordenadora da Marcha Mundial das Mulheres, Bernadete Esperança Monteiro.

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