Pais e profissionais da escola temiam que as perdas de pessoal resultassem no encerramento das atividades da unidade.
Comunidade manifesta alívio com notícias transmitidas pela Superintendência de Ensino da região

Quadro de pessoal de escola em Valadares é mantido

Perda de profissionais e gestor fizeram pais temerem fechamento da unidade que atende comunidade rural da cidade.

24/10/2019 - 18:43

As perdas no quadro de pessoal e na gestão da Escola Estadual São Tarcísio, localizada em área rural de Governador Valadares (Rio Doce), já tiveram os devidos encaminhamentos e devem estar sanadas nos próximos dias. A informação foi transmitida pela Superintendência Regional de Ensino da cidade, em audiência pública da Comissão de Educação, Ciência e Tecnologia da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), realizada nesta quinta-feira (24/10/19).

A titular da pasta, Cláudia Maria de Souza Amorim Braga, ainda ressaltou sua disposição em manter diálogo com a comunidade e a escola, e seu reconhecimento da importância daquela unidade educacional. Ela afirmou que, assim que foi procurada, levou as demandas à Secretaria de Estado de Educação (SEE), que já teria autorizado a designação do diretor, do professor eventual e a manutenção do professor da biblioteca.

A superintendente também disse trabalhar para que o sistema informatizado da Secretaria seja regularizado e passe a reconhecer ambas as unidades da escola. “Estamos nos empenhando para dar a melhor solução e adequar o sistema à realidade. Reconhecemos a importância de tudo o que é reivindicado aqui e, dentro do possível, estamos conseguindo atender às demandas”, ponderou.

A situação que afligiu os pais dos alunos foi explanada pela servidora da Secretaria da unidade, Alba Valéria Guedes Toledo. Segundo ela, a escola é dividida em dois endereços, ambos muito importantes para as comunidades locais: um dentro da Cidade dos Meninos - que atende a menores em situação de risco social; e o outro no Assentamento Oziel Alves Pereira, do MST.

Em junho deste ano, a SEE endereçou um documento à unidade, informando não reconhecer o quadro de pessoal e o anexo situado no assentamento. O documento resultaria na dispensa três profissionais: a gestora, um educador no cargo de professor eventual e o professor responsável pela biblioteca.

Em razão da saída da diretora, estariam inoperantes uma série de ações, como o pagamento de contas e o acesso à internet, o que resultaria em transtorno para o trabalho. “Até para realizar as atividades pedagógicas fica difícil sem internet”, lamentou Alba Valéria.

Resposta da Superitendência de Ensino traz alívio para a comunidade

Para Andrea de Souza, mãe de aluno da escola, as informações da superintendente tiraram “um peso das costas” e ela voltará para casa “mais leve sabendo que as designações foram autorizadas”. Ela elogiou a escola e enfatizou seu valor para várias comunidades, não apenas o assentamento ou a Cidade dos Meninos. Também reivindicou melhorias para a unidade.

Autora do requerimento para a realização da reunião, a presidenta da comissão, deputada Beatriz Cerqueira (PT), destacou satisfação em saber que foi cumprido o propósito da audiência. “Estamos aqui para ouvir os representantes da escola e da comunidade para que os órgãos públicos presentes conheçam as demandas e, assim, possam dar os devidos encaminhamentos. Tudo o que é levantado aqui é oficialmente encaminhado aos órgãos responsáveis”, informou.

A deputada Celise Laviola elogiou a atuação da superintendência e lembrou a existência de muitas escolas rurais na região do Rio Doce. “Fico feliz em saber que a nossa região está trazendo as suas demandas para esta Casa e que podemos atuar para ajudá-los a sanar essas questões”, avaliou.

Representando a comunidade do Assentamento Oziel, Terezinha Sabino de Souza insistiu na importância da educação no campo, tanto para as crianças quanto para os jovens e adultos. Ela enfatizou o trabalho das escolas do MST, ressaltando que essas unidades necessitam outros apoios, tais como o da Escola São Tarcísio. “É uma escola de inclusão social, que funciona há mais de 25 anos, precisamos dela e sempre vamos lutar para que seja mantida”, declarou.

O diretor do Sindicato Único dos Trabalhadores do Estado (Sind-UTE) da Regional de Governador Valadares, Rafael Júnior Toledo de Lima, também enfatizou a gravidade da falta de um gestor para a unidade e disse que a situação da unidade vinha deixando todos receosos. Ele criticou a “visão do atual governo, que foca mais em coisa do que em gente”.

A Coodenadora-Geral do SindUte, Denise de Paula Romana, colocou o Sindicato à disposição dos profissionais da unidade. Ela ainda destacou lutas futuras do Sindicato, como manifestação pelo pagamento do 13º salário da categoria.

Vários outros depoimentos citaram alívio em saber que a unidade de ensino não será fechada, que o quadro será recomposto e que a superintendência regional reconhece a importância da unidade e trabalha para sanar os problemas no curto prazo.

Requerimentos – A comissão ainda aprovou requerimento endereçado à Secretaria de Educação com uma série de pedidos de providência para atender a demandas da escola. Entre as solicitações estão: melhoria da infraestrutura, ampliação das séries até o nono ano, aumento do quadro de profissionais, garantia de transporte a todos os estudantes, nomeação de diretor e manutenção dos profissionais da biblioteca e professor eventual, entre outras questões.