Possível venda da Cemig volta a ser tema de pronunciamento
Na fase de Oradores, em Plenário, deputado defende também investimento de R$ 4 bilhões no Triângulo Mineiro.
01/10/2019 - 19:26A possibilidade de privatização da Cemig levou o deputado Elismar Prado (Pros) à tribuna do Plenário da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) na Reunião Ordinária desta terça-feira (1º/10/19).
De acordo com o parlamentar, a venda da estatal está na agenda do dia do governo, que ainda quer tirar o instrumento de participação popular previsto na legislação, para evitar que a sociedade opine sobre o assunto.
“Isso vai na contramão do restante do mundo”, frisou Elismar Prado. Ele citou estudo do Instituto Transnacional, com sede na Holanda, que contabiliza 884 reestatizações entre 2000 e 2017, a maior parte delas a partir de 2009.
“Isso vem ocorrendo por pressão da sociedade, em países centrais do capitalismo, como Estados Unidos e Japão, além de países europeus”, enfatizou, citando estatais de áreas como transporte público, água e energia.
Segundo o parlamentar, a pressão social se deu, justamente, em função dos serviços ruins e de aumento de tarifas. “Há um conflito de interesse entre empresas privadas, que visam lucro, e a prestação de serviços essenciais”, frisou.
Já a deputada Marília Campos (PT) criticou a Cemig por falta de diálogo na retirada de famílias que vivem em áreas de servidão da companhia em Contagem (RMBH).
Alencar da Silveira Jr (PDT) também tratou da possibilidade de privatização da Cemig ao abordar as dificuldades obervadas, segundo ele, em oito estados brasileiros que entregaram as companhias de energia à iniciativa privada. Segundo ele, a prestação de serviço está ruim.
A experiência de Goias será, inclusive, discutida em audiência pública da Comissão de Minas e Energia, nesta quinta-feira (3), às 10 horas,
Triângulo – O deputado Raul Belém (PSC) também usou a tribuna para defender investimento de R$ 4 bilhões da LD Celulose em Araguari e Indianápolis, no Triângulo Mineiro. Segundo ele, a empresa já tem Licença Previa e Licença de Instalação, obtidas depois de um rigoroso processo junto aos órgãos ambientais.
Ainda assim, segundo ele, a prefeitura de Uberlândia teria feito uma representação ao Ministério Público para barrar a construção da empresa, com a alegação de que a empresa lançará efluentes acima do ponto de captação de água da cidade, na represa de Capim Branco.
Segundo Raul Belém, tudo isso foi considerado com os órgãos ambientais, inclusive com o departamento de água e esgoto de Uberlândia (Dmae). “A empresa tem alto número de preocupação com o meio ambiente, e os efluentes serão tratados com tecnologia de última geração”, enfatizou.
Ainda segundo ele, a LD Celulose deu ao Dmae a chance de acompanhar em tempo real a qualidade da água. “Essa obra não será paralisada”, sustentou o parlamentar, que também citou a geração de 6.500 empregos diretos na fase de construção e 1.500 na de operação, com benefício também para outros municípios.