Obras na MG-280 aguardam recursos para serem iniciadas
Zona da Mata pede pavimentação de trechos da rodovia. Apesar das obras estarem contratadas, falta previsão orçamentária.
19/09/2019 - 19:37“As duas obras estão contratadas. Elas dependem apenas de ordem de início. E essa ordem aguarda disponibilidade orçamentária”. A afirmação é do chefe de gabinete do Diretor Geral do Departamento de Edificações e Estradas de Rodagem de Minas Gerais (DEER/MG), João Afonso Baeta Costa Machado, e foi feita durante audiência conjunta das comissões de Educação, Ciência e Tecnologia; e Transporte, Comunicação e Obras Públicas da Assembleia Legislativa de Minas Gerais nesta quinta-feira (19/9/19).
As obras a que ele se refere são dois trechos da MG 280: o primeiro fica entre as cidades de Paula Cândido e Divinésia (14 km de extensão) e o segundo fica entre Dores do Turvo e Alto Rio Doce (26 km).
Representantes das quatro cidades, a população dos municípios que compareceu à reunião e os deputados foram unânimes em atestar o quanto a demora na execução da pavimentação dos trechos está prejudicando a Zona da Mata.
O prefeito de Paula Cândido, Marcelo Rodrigues da Silva, disse que a região está morrendo e que os trechos são pequenos, com um custo que, perto do orçamento do Estado, é modesto. “Por causa de R$ 70 milhões os governos estão deixando a Zona da Mata morrer. É pouco recurso, que se aplicasse, como um remédio a um doente, faria uma grande diferença em nossas vidas. Precisamos juntar forças e buscar uma solução definitiva para esse problema que já se arrasta há mais de 30 anos”, pediu.
O prefeito de Viçosa, Ângelo Chequer, reforçou que só a população da região sabe o que é viver com a poeira e o barro dia após dia, cotidianamente.
“Todos os governadores são responsáveis por não terem feito nada, mas apesar de só ter nove meses de administração, Zema tem de ser responsabilizado sim. Candidatou porque quis! Que assuma o ônus! Só em Viçosa temos 22 mil estudantes que precisam circular. Acesso por estrada asfaltada é o mínimo que se pode esperar de um governo de um Estado rico como Minas. É uma vergonha um pai de família que quer escoar seu leite e viver de seu trabalho não ter dignidade para circular e ir vender o seu produto. E eu acredito que isso só vai sair na base da pressão”, disse.
O representante do DEER afirmou estar ciente da importância da trafegabilidade na região, que tem a Universidade de Viçosa e o Polo Moveleiro de Ubá. “Vou transmitir ao diretor do DEER-MG para que ele transmita ao secretário a importância dessas rodovias. Em momentos difíceis e de crise precisamos ter foco no que importa mais”, ressaltou.
O coordenador Estadual do Movimento dos Atingidos pelas Barragens (MAB), Padre Antônio Claret Fernandes, disse que a população está ciente das dificuldades financeiras do Estado e da burocracia. “Já ouvimos todas as desculpas e dificuldades. Mas sabemos que essas obras dependem de uma coisa só: vontade política. E quando as autoridades se somam ao povo organizado a força é muito grande”.
Pressão - O deputado Léo Portela (PR) criticou o governador por priorizar a instalação de pedágios em vez de oferecer estrada eficiente e segura para a população.
Já o deputado Cristiano Silveira (PT) enfatizou que o poder dos deputados e da população está na pressão política. “Não dá para marcar uma data, mas tem de ter uma agenda e recurso previsto no orçamento, o Estado não pode se furtar à sua responsabilidade”.
A deputada Ione Pinheiro (DEM) questionou a presença dos senadores e deputados federais para ajudar com a causa enquanto a deputada Beatriz Cerqueira (PT) disse ser inexplicável que trechos tão curtos não tenham sido contemplados ainda com recursos do governo.