Parlamentares se perfilam durante minuto de silêncio no Plenário

Número de suicídios na área de segurança preocupa deputados

No Plenário, foi feito minuto de silêncio por morte de policial; alguns deputados criticaram anexação de cartórios.

27/08/2019 - 20:08

O aumento do número de suicídios de servidores da segurança – das Polícias Militar e Civil, do Corpo de Bombeiros e agentes penitenciários e socioeducativos – foi abordado por vários parlamentares no Plenário da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG).

Na reunião desta terça-feira (27/8/19), foi feito minuto de silêncio,a pedido do deputado Sargento Rodrigues (PTB), para lembrar a morte do 3º sargento da PM Denizard dos Santos. Outro minuto de silêncio foi pedido pelo deputado Roberto Andrade (PSB) para lembrar o falecimento do ex-deputado Altair Chagas, pai de dois servidores da Casa.

Em seu pronunciamento, a deputada Andréia de Jesus (Psol) disse estar assustada com os suicídios entre os profissionais da segurança pública, especialmente militares. Segundo ela, o comandante da PMMG, durante o Assembleia Fiscaliza, trouxe essa preocupação. A deputada afirmou que quer obter mais informações para que possa atacar mais fortemente o problema.

Ela também lembrou da atuação da Gabinetona, experiência de mandato coletivo do Psol, que inclui a própria deputada, as vereadoras de BH Cida Falabella e Bella Gonçalves e a deputada federal Áurea Carolina. De acordo com Andréia, o mandato tem acompanhando festas tradicionais da Capital, presenciando a criação de alternativas de renda pela população.

Estresse - Sargento Rodrigues lamentou o autoextermínio recente do colega militar e lembrou de outra morte de modo semelhante, do cabo Francisco Barroso. Em comum nos dois casos, o deputado avalia que está o estresse, agravado pela piora nas condições de trabalho na PM, levando ao adoecimento.

“Com a escala de trabalho adotada na PM, de 10 horas de dia e 9 horas à noite, praticamente sem folgas, os militares ficam sem vida social. As forças de segurança precisam de mais efetivo e clamam por socorro”, afirmou ele, destacando que a PM tem apenas 38 mil policiais quando deveria ter 38 mil.

Delegado Hely Grilo (PSL) e Duarte Bechir (PSD) apoiaram Rodrigues. O primeiro acrescentou que também na Polícia Civil estão ocorrendo suicídios, o que teria relação com a sobrecarga de trabalho. Já Bechir manifestou seu apoio à reivindicação de Rodrigues.

Parlamentar lamenta seca no Norte de Minas

“Estamos há 120 dias sem uma gota de chuva no Norte de Minas; e não temos nenhuma ação por parte de nenhum governo neste momento difícil”, denunciou em seu pronunciamento o deputado Carlos Pimenta (PDT). Conforme disse, as barragens da região estão quase sem água nenhuma e 80% dos rios secaram. Com isso, o gado está morrendo e muitas pessoas têm que andar longas distâncias para obter água.

Eu poderia pedir um minuto de silêncio para lembrar essa calamidade. Mas não vou ficar em silêncio diante do descaso do governo”, criticou. “Faço este pronunciamento muito triste, recebendo ligações de pessoas implorando por um caminhão- pipa”, lamentou.

Cartórios – Ainda na reunião, vários deputados reverberaram reivindicações de prefeitos que estão reclamando da anexação de cartórios de distritos pelos situados nas sedes de municípios. Duarte Bechir lembrou que, em muitos casos, há cartórios com previsão de fechamento que funcionam há mais de cem anos.

Também Zé Reis (PSD) reclamou que, no Norte do Estado, há cartórios na lista que ficam a mais de 100 km da sede do município. E lembrou que na próxima terça (3), haverá audiência na ALMG sobre o tema. E o deputado Mauro Tramonte (PRB) completou que no Sul de Minas, muitas cidades com mais de 150 mil habitantes tem apenas um cartório.

Amazônia – Alguns deputados comentaram os incêndios na Amazônia. Bruno Engler (PSL) parabenizou Jair Bolsonaro, por estar “tomando as medidas necessárias”. Ele chamou de “palhaço de pensamento colonialista” Emanuel Macron, presidente da França, que emitiria mais CO2 que o Brasil. 

Virgílio Guimarães (PT) discordou do colega: “Não posso concordar com a política ambiental do atual governo. Temos responsabilidade com o Brasil e com o planeta. Não é falta de soberania quando outros países se preocupam com o meio ambiente daqui”.

Carlos Pimenta lamentou que o Brasil esteja desorganizado, com a imprensa discutindo a briga de dois presidentes da República. “Não queremos esta palhaçada na TV”, protestou. Já Mauro defendeu o endurecimento das leis sobre incêndios no País, com esse crime se tornando inafiançável e hediondo.

Comunicações – Também na reunião, foram lidas as seguintes comunicações de deputados:

- Professor Cleiton se desfiliou do Democracia Cristã a partir do dia 28 de junho e se filiou ao Partido Socialista Brasileiro (PSB);

- Cássio Soares (PSD), líder do Bloco Liberdade e Progresso, indica Delegado Heli Grilo como efetivo da Comissão Especial para emitir parecer sobre a Proposta de Emenda à Constituição 21/19, na vaga dE Coronel Henrique (PSL);

- Dalmo Ribeiro Silva (PSDB) renunciou à vaga de efetivo na CPI do Mineirão;

- e Gustavo Valadares (PSDB), líder do Bloco Sou Minas Gerais, indica seu nome para efetivo dessa CPI, em substituição ao que renunciou.