Investimentos em energia solar são tema de pronunciamentos
Na fase de Oradores, em Plenário, deputados destacaram protagonismo da ALMG na atração desses recursos.
01/08/2019 - 19:40 - Atualizado em 02/08/2019 - 11:26O anúncio de investimentos em energia solar no Estado, como parte de projetos para construção de usinas fotovoltaicas. Esse foi um dos principais assuntos abordados pelos deputados, na fase de Oradores, na Reunião Ordinária de Plenário desta quinta-feira (1º/8/19).
Além desse tema, foram enfocados ainda o plano estratégico para ferrovias e uma denúncia sobre atuação de mineradora no Serro (Região Central). Da tribuna da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), fizeram pronunciamentos os deputados Gil Pereira (PP) e João Leite (PSDB) e a deputada Beatriz Cerqueira (PT).
Energia fotovoltaica - Gil Pereira destacou o anúncio de investimentos de R$ 21 bilhões da empresa Solatio Energia no Estado, até 2023, para implantar usinas fotovoltaicas. Entusiasta das energias renováveis, ele ressaltou que dez cidades mineiras estão incluídas nos projetos de fazendas solares, que gerarão mais de 7,2 mil megawatts (MW). A Solatio tem em funcionamento uma usina dessas em Pirapora (Norte).
“Levamos a Solatio até Janaúba e a empresa já tem 4,5 mil hectares para criar uma planta de 1,5 gigawatts até 2022, energia que está vendida ao sistema elétrico nacional”, citou. Ele disse que os investimentos fizeram o preço da energia cair: “No primeiro leilão para o setor, o megawatt saía por R$ 320; no último, caiu para R$ 76. Também serão implantadas unidades em Francisco Sá, Januária, Várzea da Palma, Jaíba, Coromandel, entre outros municípios".
“Acredito que teremos um novo ‘ciclo do ouro’ em Minas Gerais, só que agora a riqueza é a energia renovável”, declarou o parlamentar, que tem uma longa militância na área.
Em aparte, o deputados Alencar da Silveira Jr. (PDT) ressaltou o trabalho da Assembleia, em especial de Gil Pereira, na atração dos investimentos programados pela Solatio. Por isso, fez duras críticas ao governador Romeu Zema, que teria anunciado a chegada dos recursos como sendo obra do atual governo. Gil Pereira concordou com Alencar da Silveira Jr., no que diz respeito ao protagonismo da ALMG, e disse que o governador fará novo pronunciamento reconhecendo esse trabalho dos parlamentares.
Também em apartes, os deputados Guilherme da Cunha e Bartô, ambos do Novo, parabenizaram Gil Pereira pela sua atuação em prol das energias renováveis.
Plano ferroviário - Também parabenizando Gil Pereira, João Leite abordou os projetos de retomada do transporte ferroviário, por meio do chamado Plano Estratégico Ferroviário de Minas Gerais. O parlamentar conclamou os colegas a trazerem sugestões para elaboração do plano, de modo que contemple as regiões do Estado.
Entre as prioridades, João Leite colocou a criação de linha ferroviária entre Unaí (Noroeste) e Pirapora, para escoar a produção de grãos do Noroeste. Também defendeu que a Vale restabeleça a ligação entre o Norte do Estado e o Porto de Salvador (BA). “A Vale não transporta para a Bahia a produção de frutas do Jaíba e do Gurutuba, porque só interessa a ela levar produtos para o seu porto em Vitória (ES)”, lamentou.
O deputado ainda defendeu investimentos nos seguintes circuitos ferroviários: entre Barbacena e Santos Dumont, na Região Central; Expresso do Rei, no Sul de Minas (Lavras a Três Corações); e Trem das Águas, também no Sul (São Lourenço a Soledade de Minas, com Caxambu pleiteando a extensão até o município). “Se pensarmos na multa que a Vale tem que pagar pelo abandono de linhas, ela deveria R$ 1 bilhão. O dinheiro existe, mas precisamos de planejamento”, concluiu João Leite.
Deputada denuncia mineração no Serro
A deputada Beatriz Cerqueira denunciou a ação judicial da mineradora Herculano contra o professor Mateus Mendonça, do Serro. Ele é advogado da Federação Quilombola de Minas. “A empresa quer impedir Mateus de divulgar informações sobre o projeto de mineração no Serro. Isso revela a truculência da empresa e um claro golpe contra a liberdade de expressão”, criticou.
De acordo com a parlamentar, a mineradora quer dividir a população do Serro para conseguir aprovar seu projeto de mineração. “A conduta dela é alvo de denúncias no município, na Assembleia e no Ministério Público”, informou.
Beatriz Cerqueira também criticou a aplicação insuficiente de recursos na educação pelo governo. “Após seis meses, apenas 17,45% do orçamento da educação foram executados, descumprindo a Constituição Federal, que prevê 25%”, advertiu.
Essa postura, na opinião da deputada, provocou o corte de investimentos nas escolas de tempo integral. Outra consequência, afirmou ela, é a ausência de nomeação de aprovados em concursos públicos da educação. Em protesto contra essa atuação, Beatriz Cerqueira anunciou a greve do setor, no dia 13 de agosto.