Deputado Raul Belém cobrou mais transparência do Executivo em processo seletivo
Coronel Sandro tece críticas a pedido de homenagem ao jornalista Glenn Greenwald
O deputado Sargento Rodrigues disse que homenagem a Glenn Greenwald é inadmissível
Virgílio Guimarães critica pretensão de Jair Bolsonaro de nomear o filho para embaixador
Para o deputado Bartô homenagem a Glenn Greenwald trará descrédito para ALMG

Oradores - Reunião Ordinária de Plenário de 17/7/19

Requerimento de homenagem ao jornalista Glenn Greenwald pautou a maioria dos pronunciamentos de parlamentares.

17/07/2019 - 18:14

Processo seletivo
O deputado Raul Belém (PSC) agradeceu à Comissão de Administração Pública pela aprovação de requerimento de sua autoria para que o Executivo preste esclarecimentos a respeito de processo seletivo, realizado no âmbito do Programa Transforma Minas, para contratar profissionais que vão ocupar cargos comissionados. Segundo o parlamentar, os critérios para a escolha dos candidatos não foram divulgados de forma transparente. Ele afirmou que recebeu participantes do processo que alegaram não terem tido retorno sobre os procedimentos avaliativos pelos quais passaram. “Até agora só há dúvidas”, ressaltou Raul Belém. Em aparte, o deputado João Vitor Xavier (Cidadania) disse que, para ele, “o processo se deu em um jogo de cartas marcadas”. Ele afirmou que a seleção foi feita apenas para chancelar indicações políticas. Ainda conforme o deputado, o Partido Novo do então governador, Romeu Zema, “já se rendeu ao que há de mais velho”.

 

Glenn Greenwald
A aprovação de requerimento, na Comissão de Direitos Humanos, para que se homenageie o jornalista Glenn Greenwald, do site The Intercept, foi contestada pelo deputado Coronel Sandro (PSL). De acordo com o parlamentar, ele apresentará, juntamente com o deputado Bartô (Novo) e outros interessados, recurso para impedir que a homenagem se concretize. O jornalista divulgou recentemente diálogos entre o então ministro Sérgio Moro e integrantes do Ministério Público sobre a operação Lava Jato. Coronel Sandro defendeu que o voto de congratulações é motivo de “vergonha” para a ALMG e acrescentou que o jornalista estaria a serviço de grupos políticos que buscam apenas a libertação do ex-presidente Lula. Em aparte, o deputado Bruno Engler (PSL) defendeu ainda a aprovação de requerimento de manifestação de repúdio a Glenn Greenwald. O deputado João Vitor Xavier (Cidadania) se diz preocupado com a possibilidade de os pedidos de homenagens se “tornarem um cabo de guerra na Casa”.

 

Glenn Greenwald II
Para o deputado Sargento Rodrigues (PTB), o jornalista Glenn Greenwald deveria ser preso e não homenageado. Segundo ele, os textos do jornalista foram produzidos a partir do uso de informações obtidas de forma ilegal. “Ele cometeu crime”, afirmou o parlamentar. Sargento Rodrigues disse ainda que os grupos políticos interessados nas publicações de Glenn Greenwald querem “livrar a cara de Lula e desmoralizar as investigações”. O deputado afirmou que continuará a defender, na Assembleia, a atuação da Polícia Federal, em especial na Operação Lava Jato. Ele também falou sobre a apresentação de um requerimento de manifestação de repúdio ao jornalista. Em aparte, o deputado Coronel Sandro (PSL), agradeceu a adesão de Sargento Rodrigues à contestação da homenagem ao jornalista. Também o deputado Delegado Heli Grilo (PSL) disse que Glenn Greenwald busca apenas “amenizar a situação do Lula”, e que “a Casa não deveria passar essa vergonha”.

 

Farsa ou tragédia
O deputado Virgílio Guimarães (PT) afirmou, em seu pronunciamento, que a história muitas vezes se repete como farsa ou tragédia. Ele explicou que não é a primeira vez que o filho de um dirigente brasileiro pode ser nomeado embaixador do País em uma potência estrangeira. O discurso fez alusão ao anúncio do presidente Jair Bolsonaro de que pretende nomear seu filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), para comandar a embaixada brasileira nos Estados Unidos. Ele lembrou que o Barão do Rio Branco, um dos principais diplomatas da história brasileira, era filho do Visconde do Rio Branco, primeiro-ministro do Império. Ressalvou, no entanto, que o Barão fez carreira no serviço público e só foi nomeado pelo sucessor de seu pai. “O Brasil precisa encontrar seu futuro, que não seja de farsas e tragédias”, concluiu, defendendo o papel desempenhado pelo ex-presidente Lula como um conciliador, que buscou o melhor caminho para o País.

 

Glenn Greenwald III
O deputado Bartô (Novo) defendeu que a iniciativa da Comissão de Direitos Humanos de aprovar um voto de congratulações ao jornalista Glenn Greenwald precisa ser cancelada pelo Parlamento. “Essa questão coloca em descrédito essa Casa”, lamentou o deputado. Ele leu um requerimento de sua autoria, proposto em conjunto com o deputado Coronel Sandro (PSL), para que essa anulação aconteça. No texto, ele atribui ao jornalista suspeitas de espionagem, distorção de mensagens e fraude. Essas acusações se referem às mensagens divulgadas pelo site The Intercept, sob responsabilidade de Greenwald, que divulgam conversas entre juiz e procuradores que atuaram na Operação Lava Jato. Em aparte, o deputado Cleitinho Azevedo (Cidadania) declarou apoio ao requerimento. O deputado Virgílio Guimarães (PT) defendeu que requerimentos só sejam votados na Assembleia em data posterior à de sua apresentação.

 

Consulte os pronunciamentos realizados em Plenário