Comissão busca apurar se a Vale sabia da instabilidade na barragem - Arquivo ALMG

Terceirizados da Vale serão ouvidos pela CPI

Objetivo é saber se eles tinham informações sobre instabilidade da barragem e se estão recebendo assistência médica.

12/07/2019 - 17:18

Funcionários das empresas Reframax, Alphageos Tecnologia Aplicada S.A. e Fugro In Situ Geotecnica serão ouvidos pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Barragem de Brumadinho da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) na próxima segunda-feira (15/7/19). A reunião será às 14h30, no Plenarinho IV.

Depois de ouvir vários funcionários da Vale, a comissão agora quer saber de trabalhadores que prestavam serviço no local do rompimento da barragem sobre anormalidades anteriores que já poderiam indicar a instabilidade da estrutura.

O rompimento ocorreu em janeiro deste ano e matou quase 300 pessoas.

Os parlamentares membros da CPI consideram que funcionários da Vale estão utilizando estratégias de defesa parecidas, que consistem em blindar os níveis superiores da empresa alegando desconhecimento de problemas ou minimizando eventos registrados que geraram intervenções na barragem.

Apesar disso, alguns depoimentos indicam que os executivos sabiam da instabilidade da estrutura. Uma das evidências seria a introdução de drenos horizontais para retirar água, medida que teria sido interrrompida em função de vazamentos. Foi a empresa Alphageos, que terá funcionários ouvidos na próxima reunião, que realizou essa intervenção.

Já a empresa Fugro era contratada para fazer análise do solo na barragem, enquanto a Reframax fazia manutenção e obras na mina. Além de entender se esses funcionários têm informações sobre a situação de estabilidade da barragem, os parlamentares devem buscar dados sobre o atendimento médico e assistencial que eles e os familiares dos colegas mortos e desaparecidos têm recebido depois da tragédia.

As três empresas tinham funcionários no local no dia do acidente e muitos morreram lá. Apesar disso, há informações de que a Vale não estaria ajudando suas famílias e nem os funcionários dessas empresas que sobreviveram, priorizando apenas seus empregados diretos.

A reunião foi solicitada pela deputada Beatriz Cerqueira (PT) e pelos deputados Sargento Rodrigues (PTB), André Quintão (PT), Cássio Soares (PSD), Sávio Souza Cruz (MDB) e Gustavo Valadares (PSDB).

Foram convocados, na condição de testemunhas, Antonio França Filho e Romero Xavier, funcionários da Reframax; Laís Antonelli, geóloga da Fugro In Situ Geotecnia; e Ruy Thales Baillot e Marcelo dos Santos, respectivamente vice-presidente e diretor de operações da Alphageos Tecnologia Aplicada.

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