Operador afirmou que vazou lama da barragem antes do desastre - Arquivo ALMG

CPI da Barragem fará acareação entre funcionários da Vale

Objetivo é confrontar versões sobre vazamento de lama que teria ocorrido meses antes de tragédia em Brumadinho.

10/07/2019 - 15:55

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Barragem de Brumadinho, da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), vai realizar, nesta quinta-feira (11/7/19), uma acareação entre funcionários de nível gerencial da mineradora Vale e um operador, que relatou ter havido vazamento de lama na barragem que se rompeu, mais de seis meses antes da tragédia.

A reunião será às 9h30, no Plenarinho IV. A convocação dos funcionários foi aprovada por requerimento assinado pelo presidente da comissão, deputado Gustavo Valadares (PSDB), pelo relator, deputado André Quintão (PT), pela deputada Beatriz Cerqueira (PT) e pelos deputados Sargento Rodrigues (PTB) e Cássio Soares (PSD).

A barragem de rejeitos da Mina Córrego do Feijão, em Brumadinho (Região Metropolitana de Belo Horizonte), se rompeu em 25 de janeiro deste ano. Já foram confirmadas 248 mortes em decorrência da tragédia e 22 pessoas continuam desaparecidas. O despejo da lama também dizimou milhares de espécies animais e vegetais e atingiu o Rio Paraopeba – um dos responsáveis pelo abastecimento de água na região.

Funcionário da empresa há 18 anos, Fernando Henrique Barbosa Coelho, que na época do desastre atuava como operador e mantenedor mecânico, disse à CPI, em reunião na segunda-feira (8), que seu pai, Olavo Coelho, uma das vítimas do rompimento, foi acionado para verificar o vazamento, mais de seis meses antes da tragédia. Ele teria comunicado aos gerentes que os danos eram irreversíveis e a estrutura poderia se romper.

Por outro lado, os outros funcionários que serão ouvidos sustentaram, também em depoimentos à CPI em datas distintas, que a mina não apresentava sinal de risco ou instabilidade.

São eles a engenheira Cristina Malheiros, responsável à epoca pelo monitoramento da estrutura; o geólogo César Augusto Grandchamp, que assinou o laudo de estabilidade emitido pela empresa de auditoria Tüv Süd; o gerente da área de geotecnia, Renzo Albieri Guimarães Carvalho, responsável pela gestão da mina; e o engenheiro Artur Ribeiro Bastos, que substituiu Cristina Malheiros após a tragédia.

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