André Quintão julgou grave a troca de conversas entre juiz e MP
Doutor Jean Freire disse estar indignado com conteúdo revelado
Bruno Engler afirmou que Adélio Bispo teria um mandante
Gil Pereira defendeu volta das obras da Barragem de Jequitaí
Betão alertou que só 1% das conversas foi revelado até agora

Oradores - Reunião Ordinária de Plenário de 11/6/19

Conversas vazadas entre ex-juiz Sérgio Moro, Deltan Dalagnoll e promotores do MP predominam em discursos no Plenário.

11/06/2019 - 19:20

Áudios vazados
O vazamento de conversas antes das eleições presidenciais entre o ministro da Justiça, Sérgio Moro, então juiz na Operação Lava Jato, e o procurador de Justiça, Deltan Dalagnol, foi abordado pelo deputado André Quintão (PT)
. “É muito grave do ponto de vista da democracia, da autonomia das instituições e do justo julgamento”, apontou. Na opinião dele, os áudios divulgados pela Intercept Brasil confirmam o que o PT já denunciava: “A forma arbitrária como os processos foram conduzidos contra o ex-presidente Lula tinham a finalidade de tirá-lo da disputa. É um absurdo, que envergonha nosso País”, lamentou. Ele destacou que aqueles que se ancoraram no discurso com foco na corrupção para criminalizar o PT e os movimentos sociais querem desviar o assunto para um suposto enfraquecimento desse combate. “Essas pessoas deveriam defender o devido processo legal e a harmonia entre os poderes”, cobrou ele, dizendo-se também favorável a luta contra a corrupção.

Áudios vazados II
Abordando o mesmo tema, o deputado Doutor Jean Freire (PT) afirmou estar indignado com a revelação das conversas entre Moro, Dalagnoll e outros procuradores. “Há muito tempo, nós do PT e do PSOL vínhamos mostrando que a conduta do Ministério Público e do Judiciário era de pura perseguição a Lula”, opinou ele, colocando-se contra a corrupção em qualquer governo ou Poder. O deputado também cobrou coerência dos que defendem Moro, o qual dizia que não importava o vazamento, e sim, o conteúdo: “Eles não podem criticar o vazamento agora; tem que valer também o conteúdo”. Doutor Jean lembrou-se da carta que o Papa Francisco enviou a Lula, afirmando que a verdade venceria a mentira. E adiantou que as denúncias apresentadas até agora são apenas uma pequena parte do que está por vir. Em aparte, a deputada Leninha (PT) lamentou como o Judiciário brasileiro, a serviço de outros interesses, feriu tando a democracia.

Adélio Bispo
O deputado Bruno Engler (PSL) afirmou que os diálogos mostrados pela Intercept eram processuais: “Juízes conversam com promotores, advogados”
. Para ele, não é natural as conversas serem vazadas ilegalmente. Lembrou ainda que Lula foi condenado não só por Moro, mas em outros dois tribunais. “Seria um conluio de todo o Judiciário?”, ironizou. Em aparte, Delegado Hely Grilo (PSL) confirmou que não há nenhuma questão que incrimine Moro e os procuradores. Em outro aparte, Doutor Jean pediu a Engler que atentasse para o trecho onde Dalagnoll disse que precisava da opinião pública, pois não tinha convicção das provas. Bruno Engler também repercutiu fala do advogado de Adélio Bispo, que esfaqueou Bolsonaro. O deputado afirma que Zanone Oliveira teria dito que a defesa foi bancada por redes de TV e pessoas que não queriam ter seus nomes revelados. “Cai por terra o discurso de que Adélio é louco. O crime tem mandante. A quem interessa esconder isso?”, questiona.

Energias renováveis
O deputado Gil Pereira (PP) divulgou a audiência da comissão que preside, de Energias Renováveis e Recursos Hídricos, em 25 de junho, para debater o incentivo fiscal às energias eólica, de biomassa e de biogás, assim como já acontece com a energia fotovoltaica. O parlamentar também reportou a reunião que teve com o ministro da Integração Nacional e políticos mineiros, onde obteve apoio na busca de recursos para conclusão das obras na Barragem de Jequitaí, no Norte de Minas. Segundo ele, quando estiver concluída, a barragem terá projetos de irrigação e de piscicultura no lago de 9 km² que será formado. O deputado destacou ainda que se reuniu com o reitor da Unimontes e o secretário de Estado de Saúde, onde teriam obtido uma solução para contratação de pessoal para o Hospital Universitário. Em aparte, Leninha apoiou Gil Pereira, elogiando seu empenho em prol do hospital, que atende gratuitamente em Montes Claros.

Áudios vazados III
O deputado Betão (PT)
declarou estar estarrecido com defensores de Bolsonaro aparecerem nas tribunas falando da facada que levou o presidente. “Adélio está preso, foi considerado doente mental. A campanha acabou!”, devolveu. Ele avisou que só foi mostrado 1% do conteúdo das conversas. “Políticos que fizeram o conluio estão morrendo de medo porque a própria eleição está em cheque”, advertiu. Para o deputado, o ex-juiz Sérgio Moro foi utilizado para prender Lula, tirando-o das eleições, “para atender a interesses do mercado e aplicar uma reforma que acaba com a previdência pública e coloca no lugar a capitalização”. E vaticinou que, se Bolsonaro não conseguir aprovar a reforma, a própria elite vai tirá-lo do poder. Em aparte, Bruno Engler contestou, dizendo que “quanto mais se fala do vazamento mais o povo vê que não há nada de errado”. Em outro aparte, Doutor Jean divergiu, dizendo que há fatos graves revelados pela Intercept.

 

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