Sargento Rodrigues criticou regime de recuperação fiscal
Léo Portela afirma que governador não cumpre promessas
Cristiano Silveira chamou para participação nos protestos
Beatriz Cerqueira se solidarizou com vereadora de Mário Campos
Bruno Engler contestou dados sobre cortes na educação
Elismar Prado condenou cortes nas escolas de tempo integral

Oradores - Reunião Ordinária de Plenário - 29/5/19

Críticas ao governo Zema dominam discursos; deputados, condenam cortes no ensino integral e regime de recuperação fiscal

29/05/2019 - 20:17

Regime de recuperação
O regime de recuperação fiscal,
que o governador Romeu Zema (Novo) pretende enviar à Assembleia por meio de projeto de lei, recebeu fortes críticas do deputado Sargento Rodrigues (PTB). Ao repercutir entrevista de Zema na qual promete ficar mais próximo da ALMG e dos deputados, o parlamentar rebateu que o ajuste não vai passar na Casa. “O projeto joga o prejuízo 'no lombo' dos servidores: aumenta alíquota da previdência para 14%, estabelece congelamento de reajuste salarial por três anos prorrogável por mais três, proíbe concurso público, congela promoções nas carreiras”. Em aparte, o deputado Cássio Soares (PSD) divulgou que a Assembleia do Rio de Janeiro instaurou CPI para apurar irregularidades na adesão daquele Estado ao plano de recuperação do Governo Federal. Também em aparte, o deputado Betão (PT) parabenizou Sargento Rodrigues pelo pronunciamento e firmou a posição do bloco de oposição contrária ao regime de recuperação fiscal.

Escola Integral
Também em tom crítico a Romeu Zema, o deputado Léo Portela (PR) disse que o governador prometeu, na discussão da reforma administrativa, que 30% de 111 mil alunos da escola de tempo integral seriam mantidos, mas não cumpriu. “Como a Assembleia vai acreditar? Ele disse também que acabaria com altos salários, jetons. E agora quer criar marajás no Estado, aumentando o salário dos secretários!”, protestou. E perguntou o porquê de o governo não propor reajuste para os professores. Também questionou fala de João Amoedo (Novo), o qual afirmou que Zema tem relacionamento exemplar com os deputados: “O governador só se reuniu com a base. Marcou reunião com a oposição e depois desmarcou. E agora pede desculpas dizendo que estava arrumando a casa?”, indagou. Em aparte, o deputado Doorgal Andrada (Patri) criticou a demora do Executivo para sancionar a lei da reforma administrativa. O deputado André Quintão (PT) também condenou essa atitude do governo Zema.

Protesto
A carta que o Papa Francisco enviou ao ex-presidente Lula foi um dos temas abordados pelo deputado Cristiano Silveira (PT). “O Papa traz passagens muito fortes sobre a morte e ressurreição de Jesus Cristo e ressalta que o bem vencerá o mal, a verdade vencerá a mentira”, apontou. O parlamentar fez um chamado para a participação no protesto desta quinta-feira (30): “Amanhã é um novo dia de luta. Precisamos que o governo Bolsonaro recue nos cortes para a educação”. Segundo ele, só a UFMG vai perder neste com a medida R$ 354 milhões. Ele também sugeriu que o protesto vise também o governo Zema, que não cumpriu com os 30% de matrículas na educação integral e cortou bolsas na Fapemig. Em aparte, a deputada Leninha (PT) falou do descaso do governo com a saúde, citando o hospital universitário da Unimontes, em Montes Claros (Norte), que atende a toda a região e corre risco de fechar por causa dos cortes.

 

Mário Campos
A deputada Beatriz Cerqueira (PT) se solidarizou com a vereadora Professora Andresa (PT), de Mário Campos (Região Metropolitana de Belo Horizonte)
. A deputada explicou que Andresa, a qual perdeu um filho no rompimento da barragem em Brumadinho (RMBH), votou contra o reajuste do salário dos vereadores, mas o projeto foi aprovado. Ela decidiu que o valor a mais que passaria a receber seria utilizado em ações em prol da cidade e que prestaria contas dos recursos. “Andresa passou cem dias buscando o corpo do filho dela, encontrado há pouco, e ajudou outras famílias de Brumadinho”, relatou. No período, afirma, a Câmara de Mário Campos protocolou ofício à vereadora, que arrasada pela tragédia, não respondeu. Agora, os vereadores estão propondo a criação de uma CPI para ouvi-la: “Sem compaixão, os vereadores estão perseguindo Andresa”. Em aparte, o deputado Sargento Rodrigues se solidarizou e disse que vai pedir que a vereadora seja ouvida pela CPI da Assembleia.

Contingenciamento
Em resposta a Cristiano Silveira, o deputado Bruno Engler (PSL) rebateu a afirmação de que o Governo Federal estaria cortando 30% dos recursos para a educação. Bruno Engler disse que não se trata de corte, e sim de contingenciamento, pois os recursos ficarão bloqueados até que o cenário econômico melhore. Ele também questionou o percentual, pois do total do orçamento para a educação, de R$ 149 bilhões, apenas 3,5% serão contingenciados: R$ 5,8 bi que corresponde a um percentual das despesas não obrigatórias. Ele defendeu a manifestação realizada no domingo (26) a favor do governo Bolsonaro, afirmando que a Praça da Liberdade, na Capital, reuniu 30 mil pessoas. “O PT, que pregava a honestidade, hoje tem o ex-presidente Lula preso por corrupção. Por isso, tem tanta raiva de Bolsonaro, que está governando sem se curvar aos conchavos de Brasília”, avaliou. Ainda para o parlamentar, o povo deu um recado claro de que está apoiando o presidente.

Escola Integral II
Também o deputado Elismar Prado (Pros) subiu à tribuna para criticar o governo de Romeu Zema. “Ele gasta 134 vezes mais com o Mineirão do que com a educação. As escolas em tempo integral receberam apenas R$ 127 mil enquanto a Minas Arena levou R$ 17 milhões! O que é prioridade para este governo?”, indignou-se. O deputado afirmou querer saber quais são as escolas que vão manter o programa. “Eram 111 mil alunos atendidos por 9 mil professores. O estado reduziu para 30 mil alunos e não sabemos quais escolas vão oferecer a educação integral”. Elismar Prado registrou que o governo, na negociação com a ALMG, fez o compromisso de retomar quase todas as vagas do ensino integral até 2020, colocando mais 25 mil vagas em agosto de 2019 e mais 60 mil no próximo ano. “Vamos cobrar o cumprimento dessas promessas”, avisou o deputado, lembrando que as crianças que perderam suas vagas neste ano já foram seriamente prejudicadas.

 

Consulte os pronunciamentos realizados em Plenário.