CPI tem realizado diversas reuniões para apurar as causas da tragédia. A última ocorreu em 15 de abril - Arquivo ALMG

Testemunhas de rompimento da barragem serão ouvidas pela CPI

Sobreviventes da tragédia e auditora contratada pela Vale que se negou a atestar segurança vão depor.

23/04/2019 - 13:01

Na próxima quinta-feira (25/4/19), a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Barragem de Brumadinho vai ouvir testemunhas sobre a tragédia do rompimento da estrutura da mineradora Vale, ocorrido em 25 de janeiro e que já vitimou mais de 250 pessoas, entre mortos e desaparecidos.

Foram convocados para a oitiva, três funcionários da empresa que sobreviveram ao desastre e dois sócios da empresa Potamos Engenharia, responsável por um dos laudos sobre a barragem, todos citados nos inquéritos policiais que apuram o caso. A audição será às 9h30, no Plenarinho IV da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG).

Dos três funcionários, os amigos Sebastião Gomes e Elias de Jesus Nunes tinham acabado de almoçar e estavam voltando para continuar o trabalho. Caminhavam para a caminhonete, quando foram surpreendidos com o estrondo do rompimento. Atônitos, sem entender o que acontecia, entraram no carro e foram arrastados pela lama.

O carro onde estavam tombou e os dois conseguiram fugir e ainda ajudar um outro que ficou preso a um trator. De acordo com Sebastião, os vagões que também foram atingidos pela avalanche serviram como uma barreira que protegeu a caminhonete dos rejeitos que formavam a onda que avançava.

O outro funcionário convocado, Waldison Gomes da Silva, foi resgatado da lama e levado à Policlínica de Sarzedo, onde se recuperou da tragédia.

A CPI também ouvirá Maria Regina Moretti e Fernando Alves Lima, sócios da empresa Potamos Engenharia e Hidrologia, de Belo Horizonte. A empresa foi contratada, no final de 2017, para avaliar o risco financeiro da barragem.

A Potamos, de acordo com as investigações, teria criticado os testes de laboratórios que atestavam a segurança da barragem e advertido a Vale que o risco era muito maior que o recomendado. A empresa se recusou, então, a atestar a segurança da barragem.

De acordo com o presidente da CPI, deputado Gustavo Valadares (PSDB), essa fase de audições ajudará os parlamentares a entenderem como foram os primeiros momentos da tragédia. “Os depoimentos vão nos ajudar na apuração e para o nosso objetivo principal que é colaborar para determinar a causa e o ou responsáveis pelo rompimento da barragem” - afirmou.

Transmissões ao vivo - Todas as reuniões do Plenário e das comissões são transmitidas ao vivo pelo Portal da Assembleia. Para acompanhá-las, basta procurar pelo evento desejado na agenda do dia.

Consulte a pauta da reunião.