Sargento Rodrigues criticou o pagamento parcelado do 13° salário de servidores
Citando a tragédia de Brumadinho, Beatriz Cerqueira se disse preocupada com outras barragens
Doutor Jean Freire pediu união para que não ocorram novas rupturas de barragens
João Vítor Xavier lembrou projetos propostos na ALMG sobre segurança de barragens
A deputada Leninha se colocou como representante da periferia, quilombolas e indígenas

Oradores - Reunião Ordinária de Plenário de 5/2/19

O desastre ambiental em Brumadinho foi abordado pela maioria dos parlamentares; outros defenderam o servidor público.

05/02/2019 - 18:15

Servidor público
O deputado Sargento Rodrigues (PTB)
enfatizou que, independentemente do governo, vai continuar cobrando medidas que corrijam injustiças contra os servidores estaduais. “Desde o governo passado, venho cobrando o pagamento do salário até o quinto dia útil e a reposição das perdas inflacionárias. No entanto, não conseguimos avançar”, afirmou. Ele classificou como “uma covardia” a decisão do governador Romeu Zema de pagar o 13º atrasado em 11 parcelas e criticou a adesão ao Regime de Recuperação Fiscal (RRF), do governo federal, considerando-o “a morte do servidor público de Minas Gerais”. Ao comentar o discurso de Zema, na posse dos deputados, Sargento Rodrigues defendeu um pacto, de forma que, nos próximos quatro anos, não haja aumento ou reposição de perdas inflacionarias em todos os poderes. Em aparte, o deputado João Leite (PSDB) anunciou que receberá nesta quarta (6) o comandante do 2º Batalhão Ferroviário do Exército.

 

Barragens
Em seu discurso de estreia como deputada, Beatriz Cerqueira (PT) saiu em defesa do servidor, especialmente dos trabalhadores da educação, criticando propostas de Romeu Zema. “Há vários caminhos para se propor cortes nas despesas do Estado; o que não se pode fazer é tirar daqueles que mais sofrem”, advertiu. Outra ressalva foi quanto à proposta de reforma da previdência do governo federal: “A reforma privatiza a previdência, ao propor um sistema de capitalização individual e retirá-la do leque da seguridade social”. Sensibilizada com o desastre ambiental em Brumadinho (Região Metropolitana de Belo Horizonte), Beatriz Cerqueira demonstrou preocupação com a segurança de outras barragens no Estado. “Visitei Sarzedo (RMBH), onde há várias barragens da Itaminas que não têm planos de segurança ou de evacuação de pessoas”, denunciou. A parlamentar foi aparteada pelos deputados Douglas Melo (MDB) e Elismar Prado (Pros), que se solidarizaram com ela.

 

Barragens II
O deputado Doutor Jean Freire (PT)
conclamou seus pares para que esqueçam as divergências partidárias e ideológicas e se unam para evitar que novas tragédias como a de Brumadinho e Mariana (Central) se repitam. “Que esta Casa seja o espaço do diálogo, onde se fala mas também se ouve”. Ele também externou sua indignação com o crime de Brumadinho, em que as mortes se avolumam a cada dia. “Defendo que a Assembleia instaure uma CPI para discutir esta ganância do capital”, opinou. Ele lembrou que cresceu vendo o Rio Jequitinhonha sendo poluído com mercúrio para extração de ouro. “É o poder econômico falando mais alto; não podemos mais permitir que ele ganhe da vida”, defendeu. Em aparte, o deputado Elismar Prado afirmou estar junto do colega nessa luta. “Já assinei os pedidos de CPI para investigar o que ocorreu em Brumadinho. É lamentável que a lógica do capital prevaleça sobre a vida”, disse.

 

Barragens III
O deputado João Vítor Xavier (PSDB)
ocupou a tribuna para tratar da tragédia em Brumadinho. Ele rememorou o trabalho realizado pela ALMG após a tragédia em Mariana, em 2015, com a criação da Comissão Extraordinária das Barragens, que propôs projetos com melhoria na segurança das barragens. Na tramitação, o projeto chegou à Comissão de Minas e Energia, presidida por João Vítor Xavier. “Nós nos debruçamos sobre o projeto e o melhoramos com a participação de Ministério Público, Ibama e 52 ONGs”, disse. Segundo o deputado, o projeto enfocou pontos fundamentais, como a obrigação das mineradoras de optar pela tecnologia mais moderna e mais segura. “Precisamos construir um projeto coletivo envolvendo toda a Casa para que a sociedade vença”, observou ele, acrescentando que, se medidas não forem tomadas, outras tragédias envolvendo a mineração poderão ocorrer. O deputado foi aparteado por Mauro Tramonte (PRB), Carlos Pimenta (PDT) e por Marília Campos (PT), que manifestaram apoio à causa.

 

Barragens IV
Estreante como deputada, Leninha (PT) abordou também a tragédia em Brumadinho. “Não há como não falar desse crime ambiental e do de Mariana. O modelo de desenvolvimento de Minas Gerais é calcado na mineração”, disse, completando que o rompimento de barragens é fruto do afrouxamento na concessão de licenças ambientais. “Não podemos nos calar. Não basta nos consternarmos, temos que fiscalizar. É importante pensar no desenho do sistema ambiental do Estado”, reagiu. Como alternativa ao modelo mineratório, a deputada propõe a valorização de outros modelos como a economia solidária, os pequenos empreendimentos. Sobre seu trabalho parlamentar, Leninha afirmou ser necessário “construir pactos para que sejam desenvolvidas políticas públicas para a sociedade”. Oriunda do Norte de Minas, ela se colocou como representante da periferia, de vazanteiros, quilombolas e indígenas. “Estamos aqui para lutar por este desenvolvimento diferente de Minas Gerais”, concluiu.


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