Presidente da Siamig disse que ALMG contribuiu para a recuperação do setor, após uma crise que levou ao fechamento de 70 usinas de açúcar e álcool em todo o País

Megacana Tech Show comemora retomada econômica

Representantes do setor sucroenergético elogiam papel da Assembleia de Minas em reversão da crise.

09/08/2018 - 16:40

A 10ª edição da Megacana Tech Show, maior evento do setor sucroenergético do Estado, recebeu nesta quinta-feira (9/8/18) a visita de cinco parlamentares da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), em um momento de otimismo com a retomada do crescimento desse segmento da economia. O encontro aconteceu em Campo Florido, no Triângulo Mineiro.

O evento deste ano recebeu um novo nome e novo formato, com a adesão da Associação das Indústrias Sucroenergéticas de Minas Gerais (Siamig), que se uniu à Associação dos Fornecedores de Cana da Região de Campo Florido (Canacampo) na organização da Megacana Tech Show, aliando em um mesmo esforço produtores agrícolas e industriais.

De acordo com o presidente da Siamig, Mário Ferreira Campos Filho, a Assembleia de Minas muito contribuiu para a recente recuperação econômica do setor, após uma crise que levou ao fechamento de 70 usinas de açúcar e álcool em todo o País, nove delas apenas em Minas Gerais.

Uma das sementes para a reversão dessa crise veio já no final de 2014, quando a ALMG aprovou o Projeto de Lei (PL) 5.494/14, do Executivo, que reduziu de 19% para 14% a alíquota de ICMS do etanol (álcool combustível). Ele foi transformado na Lei 21.527, de 2014.

“Isso transformou o setor em Minas Gerais. Antes, tínhamos que vender para outros estados, a um preço mais baixo, o etanol produzido aqui. Hoje, a produção mineira de etanol fica em Minas Gerais. Se o setor tinha perdido nove unidades, agora nos preparamos para reativar duas usinas, até 2020: Canápolis e Capinópolis, as duas no Triângulo”, relatou Mário Campos.

Remuneração por créditos de carbono anima produtores

Outro motivo de otimismo, segundo o presidente da Canacampo, Marcos Brunozzi, é o programa RenovaBio, do governo federal, que entrará em vigor em dezembro de 2019. Esse programa tem o objetivo de reconhecer o papel dos biocombustíveis na segurança energética do País e também na redução da emissão de gases causadores do efeito estufa.

Entre outras novidades, os produtores desse setor poderão adquirir créditos de descarbonização por biocombustíveis (Cbios), que poderão ser negociados em bolsas de valores.

“Hoje o mundo procura combustível limpo, e a cana é uma das alternativas mais viáveis e com maior potencial econômico”, afirmou o presidente da Comissão de Agropecuária e Agroindústria da ALMG, deputado Antonio Carlos Arantes (PSDB). O deputado foi autor do requerimento para participação da comissão da ALMG na Megacana Tech Show.

De acordo com o deputado, a relação entre a Assembleia e o setor sucroenergético tem sido muito próxima e continua trazendo mudanças positivas. “Quando houve a greve dos caminhoneiros, procuramos um entendimento com o Governo do Estado que resultou em um decreto para permitir que os postos de gasolina comprem o etanol diretamente de uma usina próxima, economizando frete e ganhando tempo”, relatou Arantes.

Antes disso, muitas vezes, o biocombustível tinha que ir à Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), até a distribuidora, antes de voltar para o posto de gasolina na região produtora.

O deputado Gil Pereira (PP), que também esteve na Megacana, elogiou o desempenho da indústria sucroenergética. “Esse ano, o setor cresceu 38% em relação ao 1º semestre do ano passado. É um dos setores que seguram a economia de Minas, em um momento difícil” afirmou.

Campo Florido movimenta R$ 350 milhões ao ano

A importância do setor na geração de empregos e tributos nas cidades do interior de Minas foi lembrada pelo deputado Leonídio Bouças (MDB). “O prefeito de Campo Florido, Renato Soares de Freitas, disse que o setor injeta, a cada ano, R$ 350 milhões na economia do município. Isso se repete em todas as cidades onde atua essa indústria”, disse o parlamentar.

Já os deputados Felipe Attiê (PTB) e Tony Carlos (MDB) salientam que a indústria sucroenergética transforma em valor, com eficiência, os diferenciais que o Brasil possui em recursos naturais renováveis. É um potencial que se mostra especialmente rico no Triângulo Mineiro. “A região do Triângulo possui a maior área plantada de cana-de-açúcar do País”, ressaltou Tony Carlos.

Durante o encontro desta quinta, as autoridades ouviram dos representantes do setor o que é necessário para que a retomada do crescimento se consolide nos próximos anos. Além da implantação definitiva do RenovaBio, foram defendidos o fim de fato do monopólio do refino e do transporte de biocombustíveis, o aumento da concorrência no mercado da distribuição e um posicionamento mais firme do Brasil em negociações internacionais, que elimine barreiras à exportação de nossos produtos.

Apesar de ser uma pauta de reivindicações voltada principalmente para Brasília, Marcos Brunozzi diz que há uma contribuição que o Estado sempre pode dar para o fortalecimento da economia. “Que não se aumente a carga tributária. Isso é essencial para garantir a estabilidade de que precisamos”, afirmou.

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