Atraso de salários
Críticas pelo atraso e parcelamento nos salários dos servidores públicos do Estado levaram o deputado João Leite (PSDB) à tribuna. O parlamentar disse que seu gabinete tem recebido inúmeras queixas a respeito e indagou como o governo consegue ter um crescimento real de mais de 8% na arrecadação e, em contrapartida, atrasar salários. Ele criticou, também, o fato de o governo investir em propaganda no horário nobre de televisão, ao custo de R$ 790 mil por trinta segundos, enquanto abandona os servidores e os serviços públicos. Lamentou a carência de recursos para hospitais públicos como o João XXIII, o Júlia Kubitschek e o Hospital do Barreiro, todos na Capital, e denunciou a perda de competitividade do setor siderúrgico de Minas para outros estados, como o Rio de Janeiro. O deputado também apontou falhas em outras áreas, como segurança pública, educação e ferrovias. “É lamentável o que estamos vivendo no Estado de Minas Gerais”, concluiu.

Cortes na saúde
O deputado Sargento Rodrigues (PTB) fez coro com o colega que o antecedeu, afirmando que o governo do Estado "está perdido" do ponto de vista de planejamento e gestão. Ele denunciou cortes na saúde e reproduziu um áudio de um vereador de Teófilo Otoni (Vale do Mucuri), acusando a redução de procedimentos cirúrgicos no Hospital Santa Rosália, por falta de material e de repasse de recursos. Sargento Rodrigues também apontou diminuição de investimentos em unidades hospitalares da Capital, como o Hospital da Baleia e o Júlia Kubitschek, que estaria ameaçado de interromper o atendimento de urgência e emergência bem como as cirurgias eletivas. Denunciou ainda cortes nos convênios do Instituto de Previdência dos Servidores Militares (IPSM) e do Instituto de Previdência dos Servidores do Estado de Minas Gerais (Ipsemg). “Enquanto parcela salários há dois anos e meio e deixa os servidores sem reposição por quatro anos, o Estado gasta R$ 85 milhões em publicidade”, criticou.

Crise do capital
Em resposta aos oposicionistas, o líder do Governo, deputado Durval Ângelo (PT), afirmou que os colegas que o precederam desconhecem a realidade do Brasil e do mundo e o cenário de crise do capital, como se Minas Gerais fosse uma ilha. Ele criticou o governo Temer pela situação de insolvência do País, que afeta os estados, e acusou-o de “vender as riquezas do Brasil, sustentado por um golpe que desestabilizou a Nação, liderado pelo candidato derrotado à Presidência da República, Aécio Neves (PSDB-MG)”. Para sustentar sua opinião sobre a crise, disse que o pré-candidato do PSDB ao governo do Estado, Antonio Anastasia, admitiu manter os salários atrasados por mais um ano, se eleito, além de demitir servidores e fazer a reforma da Previdência. E lembrou que, no governo do PSDB, o Hospital Santa Rosália, em Teófilo Otoni, ficou fechado por mais de quatro meses. Em aparte, o deputado Sargento Rodrigues (PTB) sustentou as críticas ao governo do PT.

Avanços
O deputado Doutor Jean Freire (PT) admitiu que existem problemas a serem superados no governo, mas apontou avanços e acentuou que, acima de disputas partidárias e eleitorais, o mais importante é unir forças para o Estado sair da crise. Entre as conquistas obtidas no atual governo, citou melhorias em estradas dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri e a inauguração de unidades do Corpo de Bombeiros em municípios da mesma região, como Araçuaí e Almenara, e do Norte, como Salinas. Ele também defendeu mais investimentos no Hospital Santa Rosália, em Teófilo Otoni (Mucuri), onde trabalhou como atendente de enfermagem aos 16 anos, mas lembrou que a crise na unidade de saúde é antiga. Em outras administrações, disse, o hospital chegou a fechar. Doutor Jean Freire também elogiou o governo pela concessão de mais de dois mil títulos de regulação fundiária. Nos governos anteriores, segundo ele, os trabalhadores rurais não teriam recebido mais do que 50 títulos.

Esportes
A redução de recursos na área de esportes, anunciada pelo governo federal, foi criticada pelo deputado Carlos Henrique (PRB). Segundo o parlamentar, que foi secretário de Estado de Esportes e Lazer no atual Governo do Estado, o argumento de cortar verbas no setor para investir em segurança não se justifica, porque a atividade esportiva seria uma ferramenta para afastar os jovens das drogas e da marginalidade, além de contribuir para a melhoria da saúde e do rendimento escolar. “O esporte é um grande instrumento para o combate à violência e um incentivo para o jovem se sentir inserido na família e na sociedade”, frisou. Segundo ele, a redução de verbas para os esportes é um retrocesso para o País. Em aparte, o deputado João Leite (PSDB) disse que a medida “é um contrassenso” e elogiou o trabalho do colega à frente da Secretaria de Esportes, lembrando que, no período, 824 municípios de Minas passaram a fazer parte dos Jogos Escolares.

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